"Como dois e dois são quatro/Sei que a vida vale a pena/Embora o pão seja caro/E a liberdade pequena" (Ferreira Gullar)
Landro Oviedo
"Somente buscando palavras é que se encontram pensamentos" (Joseph Joubert)
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Textos

CHEIROS

I

Os cheiros da minha infância

Transbordam de um tempo antigo

Um naco de fumo em rama

Um jasmim posto em jazigo

 

II

Pão caseiro fumegando
Manjerona, alecrim
A infância reverbera
Nos cheiros que guardo em mim

 

III

Capim molhado da chuva

De véspera desabado

Vai ficando na lembrança

Eternamente marcado

 

IV

Os cheiros da minha infância,
Do tacho de marmelada,
Vêm do pátio, vêm da estância,
Vêm do pão com goiabada

 

V

Os cheiros da minha infância
Carregam um hálito morno
Lembram chuvas veraneiras 
E pão assado no forno

 

VI

Os cheiros da minha infância
Têm suor da cavalhada,
Aura de galpão de estância
E olor de terra molhada

 

VII

 

Em minha memória olfativa

Há um punhado de cheiros

Cada eflúvio me cativa

Aromas do amor primeiro

 

VIII

Hoje de cabelos mouros

Volto à infância faceiro

Pelo olfato carinhoso

Que revivo em cada cheiro

 

IX

As macelas com fragrâncias 
As laranjeiras floridas
Ao lembrar o mel da minha infância 
Vou adoçando minha vida

 

X

Os cheiros da nossa infância
Assomam tais quais quimeras
São vapores despendidos
Por antigas primaveras.

 

 

 

 

Landro Oviedo (I e X), Paulo Cesar Limas (II), Rejane Pinheiro (III), José Eduardo Degrazia (IV), José Bitencourt (V), Cândido Brasil (VI), Jorge Alberto Rhodes da Mota (VII), Pedro Júnior da Fontoura (VIII) e Elton Saldanha (IX)
Enviado por Landro Oviedo em 13/12/2021
Alterado em 22/12/2021
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