"Há quanto tempo eu não danço uma vaneira"
João Sampaio/Fábio Conceição/Nilton Ferreira
Nilton Ferreira e Grupo Pampa y Cielo
A epidemia atualizou esta linda canção.
Para ouvir, clica abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=1BL36y3eu28
Confesso meu desconhecimento sem pudor. Hoje, fui a uma loja de discos procurar alguns LPs, como costumo fazer, para garimpar algumas raridades (outras nem tanto) para o meu acervo. E não é que encontro um LP intitulado "Pedro Gorgo - Sua orquestra e cantores"? Até aí tudo bem. Há tantas preciosidades nas livrarias e afins de Porto Alegre que jamais conhecerei, parafraseando Mario Quintana. Ocorre que fui olhar a ficha técnica e vi que o selo era Tiaraju (Tiaraju Gravações Ind. e Com. Ltda), com sede em Santo Ângelo e filial na rua Voluntários da Pátria, em Porto Alegre. Nunca havia ouvido falar. Vou apelar para os meus doutos amigos e para os habitantes e historiados dessa linda cidade missioneira para me trazer mais informações sobre essa iniciativa que deve ter um lastro e legado culturais por detrás deveras interessante. Esperemos.
No Brasil, seis pessoas têm a renda de cem milhões de brasileiros. Aí os caras vêm falar em comunismo. Oportuno.
Os militantes bolsonaristas estão realizando aglomerações e defendendo esse governo genocida, além de fazer apologia ao Golpe de 64. Realizam isso já há dois dias na data desta postagem e tumultuando o centro de Porto Alegre, tirando o direito de ir e vir dos pedestres, que têm de fazer um longo desvio por conta da tomada autoritária do passeio público. Outra coisa a ser registrada é o apoio do Comando Militar do Sul (CMS) a esses reacionários e obscurantistas. Pelo jeito, o CMS quer mesmo fazer jus à sua tradição golpista de 1964 como sede do movimento que rasgou a Constuição e a frágil democracia do país.
Os idiotas têm uma autoestima tão boa que acabam sendo manipulados e nunca se darão conta disso. São laranjas ideológicas, apesar de vestirem verde e amarelo.
Desde meus primórdios no curso de Letras, sempre ouvi discutíveis restrições à obra de Jorge Amado por parte da crítica especializada. Embora não seja um leitor recorrente de sua obra, penso que ela é um pouco do Brasil que deu certo. Talvez seja efeito de uma variante do complexo de vira-lata de que nos falou o dramaturgo Nélson Rodrigues esse tipo de contestação. Bom mesmo é Paulo Coelho! Tenho certeza de que qualquer país com um nível cultural e educacional mais elevado orgulhar-se-ia de ter Jorge Amado como um dos seu melhores intérpretes. Nessa obra, "Tocaia Grande", ele retoma a tradição de um dos nossos maiores escritores de todos os tempos, Aluísio de Azevedo, ao apresentar a localidade de Tocaia Grande como a grande personagem que serve de cenário para a arraia-miúda que nela desfila seus dramas sem eco. A relações de espezinhamento dos mais desfavorecidos são esmiuçadas numa obra de fôlego, que faz o leitor refletir que a tragédia de Canudos não foi por acaso. Recomendo sem pestanejar.
Em tempo: quem ainda não leu "ABC de Castro Alves", também de Jorge Amado, em que ele presta um tributo ao revolucionário poeta Castro Alves, talvez esteja perdendo o imperdível.