"Como dois e dois são quatro/Sei que a vida vale a pena/Embora o pão seja caro/E a liberdade pequena" (Ferreira Gullar)
Landro Oviedo
"Somente buscando palavras é que se encontram pensamentos" (Joseph Joubert)
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Meu Diário
19/08/2020 22h46
LISTA CRESCENTE DAS TOLICES E FALCATRUAS DO GOVERNO BOLSONARO II

640 – TAGS DOS 500 MIL MORTOS. Cloroquina, ivermectina, negacionismo, antivacinas, gripezinha, hidroxicloroquina, oxigênio, terraplanista, antimáscara, boicote, imunidade de rebanho, gabinete paralelo, omissão, falta de leitos, tratamento precoce, Bolsonaro, Bolsonaro, Bolsonaro, Bolsonaro.

639 – 900 DIAS. A Casa Civil do Palácio do Palácio do Planalto divulgou nota elogiosa sobre os 900 dias do governo federal. Nenhuma menção às quase 500 mil mortes por coronavírus, à falta de leitos, à falta de oxigênio e, principalmente, ao boicote bolsonarista no tocante à compra de vacinas. Além disso, manipula estatísticas dizendo que o Brasil é o 4° que mais vacina no mundo, isso pelo número total de doses aplicadas. Todavia, na proporção, que é o que realmente interessa para a eficácia da imunização, é apenas o 78° no ranking. Se aliarmos isso ao desmatamento, ao corte nos investimentos em ciência e educação, ao montante de desempregados, à corrupção da família organizada, ao desvio de verbas para os amigos, como na comunicação, são 900 dias de perdas para o país em todos os sentidos.

638 – ACORDO PELA IMPUNIDADE. Com a união de petistas e assemelhados com os bolsonaristas e achegados, a Câmara dos Deputados aprovou, por 408 votos a 67, a exigência que, para a punição do infrator da Lei de Improbidade Administrativa, seja necessário o dolo, ou seja a intenção, de difícil comprovação. Nem na seara penal isso é desconsiderado, uma vez que há punição por crimes praticados com culpa, nas modalidades imprudência, negligência e imperícia. Trata-se de enterrar uma norma que poderia punir os corruptos. Nessa hora, todos se unem pela impunidade e contra o interesse público.

637 – DESVIO. O governo de Jair Bolsonaro usou R$ 52 milhões que deveriam ter sido empregados para campanhas de conscientização sobre os perigos da Covid-19 para mera propaganda de autopromoção de seus atos governamentais. E nada de investir em informações contra o coronavírus, o que não é surpreendente, pois ele boicota o enfrentamento o tempo todo. Além disso, insiste na sua mídia aliada, uma súcia incompetente que alimenta boatos e inverdades. Cabe agora ao Ministério Público Federal (MPF) e ao TCU perseguirem o rastro desse dinheiro, com as devidas sanções aos corruptos.

636 – GUARIDA. Os bolsonaristas se agarram a qualquer versão para justificar a inaptidão do governo Bolsonaro para qualquer coisa que não seja a busca pela impunidade da família organizada. Uma dessas resenhas é que o STF não deixa o governo federal atuar dentro de suas atribuições e que, por isso, deve ser extinto. Claro que isso é uma rematada bobagem escusatória. Todavia, os governistas e afins, chamados a dar explicações em diversas instâncias, como em investigações criminais e na CPI da Covid, vêm apelando sistematicamente ao STF para não trancar os procedimentos ou não precisa dizer a verdade. Já usaram desse expediente Flávio Bolsonaro sobre as rachadinhas, o ex-ministro Ernesto Pazuello, o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, do Tribunal de Contas da União (TCU), e o empresário Carlos Wizard, do gabinete paralelo na saúde, entre outros. Diante da condescendência do Supremo, parece que os adeptos do Capitão Cloroquina estão adotando uma linha pragmática: ruim com o STF, pior sem ele.

635 – EDUARDO CHORÃO. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE), governista, está mais para Eduardo Chorão. Jair Bolsonaro se vendeu ao Centrão e, portanto, tem influência na Câmara e no Senado. Com todo esse aparato, o parlamentar não aceita que é minoria na CPI da Covid e fica tentando impor sua versão dos fatos. Também chora muito. Depois de o ex-governador Wilson Witzel abandonar a CPI na hora das perguntas dos bolsonaristas, ele se queixou de estar havendo uma farsa. Ué, quem foi que o autorizou a isso? O ministro Kassio Nunes, do STF, nomeado por Bolsonaro. Ora, é muito choro e muito cinismo por parte dessa tropa de choque.

634 – ENCENAÇÃO MACABRA. Em carta datada de 12 de setembro, a Pfizer solicitou ao governo Bolsonaro pressa na definição das compras das vacinas. Foi ignorada e o resultado não poderia ser mais trágico. Sete tentativas de negociação depois, 53 e-mails não respondidos e mais de 490 mil mortos, entre outros pontos que estão sendo investigados, Jair Bolsonaro pede celeridade à empresa pela liberação de vacinas. Essa encenação pode convencer o rebanho com a marca JB, mas é uma afronta à memória das vítimas, dos seus amigos e familiares.

633 – RACISMO COTIDIANO. No Rio de Janeiro, um casal que teve a bicicleta furtada não teve dúvidas: acusou de furto um rapaz negro que encontraram com um veículo igual ao dele. Sorte que o abordado, Matheus Ribeiro, gravou parte da cena. E se viu que a própria chave do acusador não coube no cadeado que o acusado carregava. Esse tipo de cena é cotidiana num país desigual em que os negros são estigmatizados e discriminados. A escravidão é uma chaga pendente na nossa história. E o que tem o governo de Jair Bolsonaro com isso? Tudo. Em vez de adotar políticas públicas para combater o racismo estrutural, ele coloca na Fundação Palmares Sérgio Camargo, um negro que odeia sua raça e que faz o jogo dos donos do poder, num servilismo odioso. A fundação deixou de ser uma aliada do povo negro para ser um instrumento de opressão dos feitores que cooptam seus capitães do mato para manter essa opressão cotidiana. Assim fica mais difícil a luta, com integrantes de uma quinta coluna nas trincheiras. Sobre os capitães do mato e suas tarefas horrendas, recomendo o conto "Pai contra mãe", de Machado de Assis.

632 – DESMATAMENTO RECORDE. De acordo com o Inpe, 2021 teve o pior abril da série histórica, com desmatamento recorde na Amazônia. A área devastada chegou a 580 km² e a quantidade de alertas foi a maior para o mês desde 2016. Esses números não surpreendem, pois a omissão do governo de Jair Bolsonaro e sua condescendência com grileiros, mineradores, madeireiros e contrabandistas das riquezas florestais não poderia dar resultado diferente. O desmantelamento do sistema de fiscalização é um presente para a bandidagem. Um meio ambiente equilibrado é um direito do povo brasileiro e precisa ser defendido na luta cotidiana contra essa escumalha criminosa do Palácio do Planalto. 

631 – VOTO IMPRESSO. O voto impresso dos bolsonaristas é como se quem fez uma operação bancária por aplicativo precisasse ir à agência para tirar cópia e validar o procedimento.

630 – INSUSPEITO. O insuspeito senador Eduardo Girão (Podemos-CE), integrante da CPI da Covid, admitiu que Jair Bolsonaro não age como líder na pandemia e que recomenda sem base o uso da cloroquina para combater o coronavírus. Vejam bem, não é alguém da oposição, é um governista dizendo isso. Vale ou não vale?

629 – INFRATOR. Jair Bolsonaro, junto com o filho Eduardo Bananinha Bolsonaro, foi multado por participar sem máscara de uma aglomeração em São Paulo. Indiferente aos milhares de mortes, o presidente continua com sua saga de genocida tupiniquim. Ele liderou uma comitiva de motociclistas em que ele e a maioria ocultavam as placas das motos, no melhor estilo miliciano. O país chegando a meio milhão de óbitos e o Capitão Cloroquina insistindo no seu dolo eventual contra o povo brasileiro.

628 – INTERMEDIAÇÃO. Um documento entregue pelo Itamaraty à CPI da Covid mostra que Jair Bolsonaro contatou o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para liberação do envio de insumos ao Brasil para fabricar hidroxicloroquina. É sabido e consabido que esse remédio é reconhecidamente ineficaz contra o coronavírus, conforme já deixaram claro a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros organismos internacionais. O presidente agiu no interesse de empresas privadas, o que configura um lobby por si só lamentável e criminoso, ainda mais no momento em que boicotava a aquisição de vacinas.

627 – MÁSCARAS. Jair Bolsonaro não perde a oportunidade para boicotar o enfrentamento à Covid-19. Agora, determinou que o ministro da Saúde encaminhe um parecer a favor da liberação do uso de máscaras para quem já está vacinado ou já teve infecção por coronavírus. Todavia, especialistas lembram que as vacinas não têm 100% de eficácia e há muitos casos de reinfecção. No momento em que a conduta de Bolsonaro deveria ser a de observar a máxima de que o seguro morreu de velho, ele tenta minar procedimentos recomendados como forma de desacreditar as medidas sanitárias e a vacinação.

626 – NO CULTO. Responde sem pestanejar: qual o melhor lugar para Jair Bolsonaro defender sua teoria da conspiração e e dar aparente veracidade para suas asneiras sem comprovação, como no caso da indicação do tratamento precoce com cloroquina? Acertou quem falou em igreja. Pois é, foi num lugar assim que ele foi apresentar suas teses paranoicas, num culto evangélico em Anápolis (GO). Falou em supernotificação de mortes, que as vacinas não têm eficácia garantida, que melhorou com hidroxicloroquina, entre outras pérolas. Foi explorar a credulidade do povo. Bem ao estilo de um grande farsante, monta um teatro da fé para dar pílulas de mansidão ao seu rebanho de presépio.

625 – CASAGRANDE. O deputado federal Eduardo Bananinha Bolsonaro (PSL-SP) criticou a posição do ex-jogador Casagrande, que defendeu o boicote à Copa América em plena pandemia. Chamou-o de mediano, que não teve carreira brilhante. Decerto brilhante é a carreira de Eduardo Bolsonaro, que foi funcionário fantasma no gabinete do pai em Brasília quando cursava direito no Rio de Janeiro. Casagrande nunca precisou de malversar verbas públicas em proveito próprio, como fazem os integrantes da família organizada.

624 – PERFIL FALSO.  A Polícia Federal (PF) constatou que a conta de Instagram Bolsonaro News teve acessos pela rede wi-fi do Palácio do Planalto e da casa de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro. Esse perfil integra a rede de contas falsas derrubadas pelo Facebook em junho de 2020. A teoria da conspiração dos bolsonaristas ganha novos ingredientes, envolvendo fantasmas aliados com cama e mesa nos endereços de Bolsonaro.

623 – ENEM.  O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que queria ter acesso antecipado às questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para evitar conteúdo ideológico. Claro que se trata de uma censura ideológica. Todavia, diante da repercussão negativa, como é comum nesse governo, voltou atrás. Interessante é que eles tentam chamar sua visão reacionária de neutra.

622 – EMBAIXADOR.  Parece piada pré-cozida: Jair Bolsonaro indicou para embaixador na África do Sul Marcelo Crivella, ex-senador e ex-prefeito do Rio de Janeiro. Só que ele está impedido de sair do país por conta de uma ordem judicial em face de investigações penais. Bolsonaro parece que dirige um programa de humor e não um governo republicano.

621 – RECUSA DE VACINAS.  Uma nova informação divulgada pela imprensa e apurada pela CPI da Covid mostra que Jair Bolsonaro recusou vacina da Pfizer em 2020 por metade do preço do valor proposto para EUA, Reino Unido e União Europeia. Essa proposta foi feita no bojo dos 53 e-mails enviados pela empresa ao país e não respondidos. Consta que o governo Bolsonaro achou caro o valor da dose. De fato, a cloroquina é mais barata, só que não serve para nada em relação à Covid-19. Eduardo Pazuello considerou caros os imunizantes, em agosto de 2020. A proposta era de entregar a partir de dezembro do ano passado até 70 milhões de doses da Pfizer, a 10 dólares cada. Isso mostra bem o desvalor que Bolsonaro atribui à vida de cada brasileiro.

620 – SIGILO.  O Exército determinou cem anos de sigilo no processo administrativo respondido pelo general Eduardo Pazuello por participar de atos ao lado de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro. Então tá! Vou deixar uma procuração para alguém ler para mim no futuro.

619 – DESMASCARADO.  Jair Bolsonaro foi desmentido por uma nota do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele afirmou que 50% dos óbitos por Covid no ano passado não teriam sido por Covid-19, invocando um hipotético levantamento do órgão. Todavia, tal documento nunca foi feito. Bolsonaro mente descaradamente e nem fica laranja.

618 – PGR.  A Procuradoria-Geral da República, dirigida pelo submisso Augusto Aras, emitiu parecer, em 4.6.2021, defendendo que os deputados bolsonaristas que financiaram atos antidemocráticos contra as instituições e o STF não sejam investigados pela Polícia Federal. Blindando os parlamentares, defendeu que as investigações prossigam nas instâncias inferiores apenas para quem não tem foro privilegiado. Tais atos apresentaram faixas propugnando pela volta do AI-5 e de outras medidas autoritárias. Interessante é que a PGR alega ter recebido o procedimento somente em fevereiro quando, na verdade, o relatório geral foi liberado em 4.1.2021. Também chama a atenção que o pedido de arquivamento foi feito em função de a PF não ter aprofundado as investigações e que não há mais tempo hábil para realizá-las. Entretanto, a manifestação da delegada responsável é exatamente no sentido de recomendar que isso seja feito. Quanto ao tempo exíguo, foi a própria PGR que ficou omissa durante meses e agora se vale da respectiva inércia como argumento. O governo de Jair Bolsonaro transformou a PGR num puxadinho-geral do Palácio do Planalto, com foco na impunidade da família organizada e do seu entorno.

617 – ARTIGO. O estafe de Jair Bolsonaro está inconsolável e raivoso por conta de  uma reportagem da conceituada revista britânica The Economist, trazendo matéria que mostra os desmandos, a corrupção e a péssima condução da pandemia, inclusive a atuação contra as vacinas. A capa é ilustrativa com a imagem do Cristo Redentor usando uma máscara de oxigênio. Bolsonaro expõe o país a um inédito constrangimento e sua leniência com a criminalidade e o desrespeito às instituições repercutem no exterior e preocupam os democratas de todo o mundo. A revista traz fatos que versões falsas montadas às pressas não conseguem refutar.

616 – GABINETE PARALELO. Na CPI, a médica Nise Yamaguchi negou que houvesse um gabinete paralelo para orientar Jair Bolsonaro a favor da cloroquina e contra a aquisição de vacinas. Entretanto, a verdade verdadeira não tardou a aparecer. Não só existe o tal grupo como foi descoberto um vídeo (8.9.2020) de uma dessas reuniões, com a própria Nise Yamaguchi, o boquirroto Osmar Terra (MDB-RS) e o o virologista Paolo Zanotto, entre outros participantes, todos sem máscara. Enquanto se recusava a negociar imunizantes, Bolsonaro reunia um grupo do atraso em relação à ciência, postergando a aquisição das doses e permitindo a extensão de um cenário de mortes e de infecções por todo o país. 

615 – SEM RESPOSTA. A CPI da Covid-19, que os bolsonaristas rechaçam por alguns de seus integrantes e não pelos fatos criminosos que ela está revelando, apurou que a empresa PFizer enviou 53 e-mails, eu disse 53, que ficaram sem resposta para tratar da questão das vacinas. Ao mesmo tempo, o governo federal insistia com a China para liberar carga de hidroxicloroquina para uma empresa brasileira. Se as tratativas houvessem iniciado em agosto, no primeiro contato, ao menos mais 4 milhões de doses da vacina teriam chegado neste semestre. Jair Bolsonaro fez piada sobre uma esdrúxula proposta de aplicação retal de ozônio. Pelo volume de cloroquina produzida ou adquiridas sob sua inspiração, talvez ela possa substituir o ozônio e os testes iniciarem pelo Capitão Cloroquina como um feliz voluntário.

614 – INSUBORDINAÇÃO PREMIADA. O Exército é uma instituição de Estado e não de governo. Todavia, Jair Bolsonaro levou-o à lona da desmoralização, minando seus princípios como os da disciplina e da hierarquia, ao exigir a não punição do general Eduardo Pazuello, que participou com ele de uma manifestação no Rio de Janeiro, em 23.5.2021. O comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, capitulou de forma vergonhosa para um político arrivista que pretende raptar as instituições em prol do seu projeto criminoso de impunidade. A espinha dorsal do general Paulo Sérgio nunca mais ficará ereta e sua moral está irremediavelmente perdida. Não se pode lavar a água suja, diz um provérbio africano. O alto comando militar mostrou uma perigosa condescendência com um pé-rapado mental que saiu da caserna com uma folha imensa de desserviços prestados à sua força, como o plano de colocar bombas nos quartéis. As Forças Armadas, pela sua cúpula, continuam o que sempre foram, quixotescas para uma guerra, sôfregas por boquinhas e venais demais para se comprometer com a democracia.

613 – NISE X LUANA X CAPITÃ CLOROQUINA. Não foram poucos os bolsonaristas que reclamaram no sentido de que a médica Luana Araújo foi mais bem tratada do que as médicas Nise Yamaguchi e Mayra Pinheiro, a Capitã Cloroquina, na CPI. Não é para menos. A primeira foi à comissão alinhada com a ciência e deu seu relato condizente com os fatos até aqui apurados ou públicos. Já as outras duas desdisseram a si mesmas, inclusive quando confrontadas com publicações, áudios ou vídeos, e ainda tentaram proteger Jair Bolsonaro. Yamaguchi chegou a afirmar que há estudos sérios em aberto sobre a cloroquina, o que não é verdade. Mayra foi a Manaus e disse que não foi informada da falta de oxigênio. Que enviada é essa? Basta um simples cotejo para se ver que uma entrou com a verdade pela porta da frente, por onde também saiu. Já as outras duas entraram pela porta de serviço com a versão de Bolsonaro, por onde foram "saídas". O assunto é sério, envolve milhares de brasileiros e brasileiras mortos e, numa CPI que apura responsabilidades, as gentilezas com cúmplices dos malfeitos são prescindíveis.

612 – PIB. Muitos bolsonaristas estão ouriçados diante da notícia de que o PIB cresceu 1,2% no primeiro trimestre do ano. Eu também estaria se fosse banqueiro, grande empreendedor, madeireiro ou tivesse um cartão corporativo. Para a população, isso nada muda, pois qualquer aumento da produtividade é renda para quem já tem renda. E mesmo esse crescimento é voo de galinha, pois o Brasil perdeu sete posições no ranking de crescimento do PIB em nível mundial e ficou atrás da Croácia, que teve alta de 5,8, de Hong Kong com 5,4% e até da Estônia, com 4,8%. PIB e renda per capita, sozinhos, nada significam. Vamos supor que eu divida cem reais por 10 pessoas e dê R$ 91 para uma e um real para as outras nove. A concentração de valores será gritante, mas a renda per capita é de R$ 10 para cada um. Lembremos o agronegócio: diz que exportam para o país. Exportam para ele menos e uma boa parcela degrada o meio ambiente. É por isso que costumo dizer que o Brasil é um país rico com um povo pobre. É, o PIB é bruto.

611 – PRONUNCIAMENTO. Jair Bolsonaro fez um pronunciamento na noite de 2.6.2021, quarta-feira, sob a trilha sonora de um rotundo panelaço em nível nacional. Como não poderia deixar de ser, mentiu, omitiu e distorceu fatos em seu discurso divorciado da realidade. Tentou capitalizar para si itens como o montante de disponibilização de vacinas (que ele atrasou o quanto pôde) e o auxílio emergencial (ao qual sempre se opôs, sendo gestado no Congresso). Apregoou fortalecimento da moeda nacional (onde ele vê isso com o dólar valendo mais de R$ 5?) e elogiou as privatizações (que vão encarecer os serviços). O cúmulo do cinismo ficou para a parte em que ele afirmou que lamenta cada morte de brasileiro. Depois dos diversos áudios e vídeos em que ele debocha das pessoas (chega a chamá-las de "maricas", imita sintomas), essa afirmação soa tão verdadeira quanto os efeitos da cloroquina para enfrentar a Covid-19. Outro ponto em que Bolsonaro se supera na hipocrisia é quando ele diz que a desarticulação da economia é culpa de prefeitos e de governadores. Se a imunidade de rebanho que ele defendia com o intuito de não conceder o auxílio emergencial houvesse vingado, hoje a mortandade seria muito maior. O Brasil seria uma nação de cadáveres insepultos ou em cova rasa anônima (lembram que faltavam lugares para os enterros?). A fala de Bolsonaro é uma narrativa inidônea que banaliza o mal para dele extrair dividendos escusos. O luto dói, a luta honra a memória dos entes perdidos. Fora, Bolsonaro! 

610 – MANGUEIRA. O ministro ruminante Ricardo Salles, do Meio Ambiente, está sob risco de acabar em uma mangueira. Há duas ações no STF questionando sua ação em favor dos madeireiros, dos grileiros e dos contrabandistas de madeiras e de produtos florestais. Já houve a queda de seu principal assessor, Leopoldo Penteado Butkiewicz, e o presidente do Ibama, Eduardo Bim, juntamente com outros servidores que formavam uma associação criminosa, foi afastado. "Viver é muito perigoso", já dizia Guimarães Rosa. A boiada passa, às vezes, o boiadeiro fica.

609 – FORO PRIVILEGIADO. Jair Bolsonaro arrumou um cargo de primeiro escalão para o ex-secretário da Saúde, seu mandalete Eduardo Pazuello, a fim de que ele mantenha o foro privilegiado e não possa ser processado em instâncias inferiores do Judiciário. Criminosos são assim, se blindam mutuamente.

608 – STF. Se há alguma coisa na qual o governo de Jair Bolsonaro aposta para manter sua escumalha atiçada é a desinformação, que vem acompanhada das teorias conspiratórias. Uma delas diz respeito à insinuação de que o STF estaria boicotando o presidente. Ora, apesar de todos os seus defeitos, o Supremo, assim como todo o Judiciário, não age sem ser demandado. As decisões, sejam monocráticas, sejam de plenário, são tomadas em ações impulsionadas por um determinado autor, ou autores, e, não raras vezes, eles são parlamentares. O Capitão Cloroquina sabe disso, mas ele mantém essa resenha para confundir a cabeça do cabo e do soldado referidos pelo Eduardo Bananinha.

607 – EMPRÉSTIMO. Jair Bolsonaro respondeu que o povo sem emprego e sem renda deve ir ao banco solicitar empréstimo após o fim do auxílio emergencial. Usa do cinismo e da ironia diante das necessidades prementes da população. Trata-se de um tripúdio por parte de um sacripanta que tem um cartão corporativo para viagens, mordomias e churrasco com a picanha custando R$ 1.800. O excesso de cloroquina do capitão medíocre parece imunizá-lo contra a empatia necessária para o cargo que ora ocupa.

606 – COPA AMÉRICA. O governo federal concordou em realizar a Copa América em plena pandemia no país, com os números recrudescendo todos os dias. Já são mais de 462 mil mortos e com perspectivas trágicas de aumento desse número nos próximos meses, inclusive com uma provável terceira onda da Covid-19. A Argentina desistiu do evento e isso que ela tem 1,6% de mortos em relação a uma população de 45 milhões enquanto o Brasil tem o elevado percentual de 2,2%. Só isso seria suficiente para evidenciar porque é mau negócio para o país realizar esse torneio pró-coronavírus. Mas Jair Bolsonaro quer mesmo é tripudiar sobre o luto e a saúde do povo brasileiro.

605 – GENTE DO BEM. O então tenente-coronel Eduardo Pazzuelo obrigou um soldado negro a puxar uma carroça. O médico Victor Sorrentino fez comentários machistas de cunho sexual para uma vendedora no Egito e foi preso. O sofista Rodrigo Constantino, comentarista nas redes sociais, se vacinou nos Estados Unidos, onde mora, e fica defendendo o Capitão Cloroquina no Brasil e sua condução na pandemia. O que eles têm em comum? São todos terrivelmente bolsonaristas. "Gente do bem!"

604 – PERSEGUIÇÃO. Os senadores Eduardo Girão (Podemos-CE) e Luis Carlos Heinze (PP-RS) pediram à Polícia do Senado para investigar o sociólogo Celso Rocha de Barros, que cita ambos em um artigo sobre o chamado "Consultório do Crime", envolvendo a defesa feita por eles na CPI dos crimes praticados por Jair Bolsonaro, que ao defender a cloroquina, apostar na imunidade de rebanho e desdenhar da vacinação. Essa gente gosta de intimidar os opositores e criminalizar a opinião de quem denuncia seus malfeitos. E pensar que o poltrão Heinze quer governar o RS. 

Leia abaixo o texto que causou a ira desses dois acólitos do bolsonarismo:

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/leia-o-texto-de-celso-rocha-de-barros-que-provocou-a-ira-de-bolsonaristas-da-cpi/

603 – INFECTADOS. Para fazer um contraponto ao relator Renan Calheiros, que exibe uma placa com o número de mortos, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) apresentou uma placa com o montante de "recuperados" (14.733.987) na quinta-feira, 27.5.2021, na CPI da Covid. Na verdade, esse número só evidencia que, além dos mortos, foram milhões infectados em uma pandemia marcada pela omissão do governo do governo federal, incluindo o descaso com as vacinas. Essa placa, ao contrário do que pretende o servil bolsonarista, só serve para mostrar que milhões de brasileiros foram acometidos pela Covid-19, que se alastrou amplamente com o beneplácito do Capitão Cloroquina.

602 – MORTICINÔMETRO. Um estudo do epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (RS), estima que, se o governo federal tivesse aceitado todas as propostas de produção de vacinas que recebeu, hoje teríamos hoje um estoque de 150 milhões de doses em vez do de 100 milhões, já teríamos vacinado todo os grupos prioritários, em torno de 80 milhões de pessoas, e teríamos evitado aproximadamente 95 mil óbitos. Todavia, o Capitão Cloroquina preferiu ir na direção oposta, apostando em tratamentos ineficientes e favorecendo a disseminação do coronavírus. Em memória dos mortos, é preciso fazer justiça com o genocida que ora habita o Palácio do Planalto.

601 – MALAFAIA. Ao sinalizar na CPI da Covid que o pastor Silas Malafaia é o principal conselheiro de seu pai Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro quis lançar uma armadilha para a comissão. Afinal, o boquirroto evangélico, devedor de milhões de reais aos cofres públicos, não tem nada a perder e ainda faria da oportunidade um circo para se autopromover. Cheio de graça, ele já estava torcendo por uma convocação. Todavia, o núcleo condutor da CPI não é nada ingênuo e não mordeu a isca. Tudo indica que o mala não falará.

600 – NATURA. Acompanhem-me num raciocínio simples e, se for o caso, aceito notificação de alguma incorreção numérica, pois sou professor de português e não matemático. Sigamos. O presidente da Natura no Brasil estimou que mais de 40 mil dos seus consultores e representantes foram infectados por Covid-19 por não poderem ficar em distanciamento social e, desse montante, 1.200 deles morreram, 3%, portanto. Ou seja, ficaram expostos semelhantemente ao que se chama de pré-requisito para a imunidade de rebanho. Numa analogia, com o país tendo uma população de 211.000.000 de habitantes, adotada essa tese bolsonarista, com as pessoas disponibilizadas para o coronavírus, o potencial de mortes nesse percentual seria em torno de 1.420.000 óbitos. Felizmente, graças ao distanciamento social, tudo indica que não chegaremos a tanto. Infelizmente, graças ao boicote do governo de Jair Bolsonaro às medidas sanitárias, com sua tese cloroquinada de se atingir a imunidade por contágio, o número será bem maior do que seria apenas com o zelo devido. Agora eu indago: qual seria o custo em termos de perdas de vidas e de danos com sequelas se a recomendação bolsonarista não tivesse encontrado a oposição da ciência e dos setores conscientes da sociedade? É aterrador pensar nisso.

599 – CPMF. O ministro Paulo Guedes declarou que desistiu da implementação da CMPF para colocar mais dinheiro no erário. Na verdade,  não é que desistiu, mas o que ocorre é que o Centrão custa caro e, por enquanto, Jair Bolsonaro só pode pagar por sua impunidade com cargos e o orçamento secreto. É pouco no "toma lá dá cá". O grupo vende uma proteção limitada e novas demandas encarecem o serviço.

598 – LIVE MÓRBIDA. Rever na CPI da Covid Jair Bolsonaro, vestido com camiseta de futebol, dizendo que não iria comprar as "vacinas do Dória", com uma ironia de boteco, é um soco na dignidade das famílias dos mais de 450 mil mortos e milhares de sequelados. Outra revelação que choca é a do presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, no sentido de que, se as propostas de compra da Coronavac tivessem sido aceitas, hoje (27.5.2021) já teríamos mais que o dobro de brasileiros vacinados. As lives de Bolsonaro, por serem tão macabras e desrespeitosas com o luto da população, deveriam ter como trilha sonora a "Marcha fúnebre", de Chopin. Clique abaixo para lamentar e ouvir.

https://www.youtube.com/watch?v=m6LWtlUBYhE

597 – VIÚVO BOLSONARISTA. O ex-deputado federal e terrivelmente bolsonarista Alberto Fraga, que também foi acometido pela Covid-19, perdeu a esposa Mirta Fraga, 56, para a doença. Ela estava internada desde março no DF e faleceu em 25.5.2021. Não é uma gripezinha.

596 – PERSEGUIÇÃO. Cerca de 80 professores do curso de direito da USP assinaram um manifesto de apoio ao professor Conrado Hübner Mendes, que escreveu um artigo denunciando as prevaricações do procurador-geral da República, Augusto Aras, perante os malfeitos de Jair Bolsonaro e de sua família organizada. Aras entrou com uma representação na comissão de ética da universidade como forma de constranger e perseguir o docente. E ainda está ameaçando processá-lo penalmente enquanto livra a camarilha bolsonarista. Sua tachação de "poste-geral da República" para o PGR é uma definição justa, verdadeira e alegoricamente perfeita.

595 – EXTINÇÃO DA UERJ. Que a maioria dos bolsonaristas não gosta de estudar e de pensar (basta ver os textos precários ou o repasse automático de notícias falsas) é algo fácil de perceber. Vem daí um ódio medieval com instituições de ensino. É esse entrevamento mental que preside a proposta do deputado estadual Anderson Moraes (PSL-RJ) de extinguir a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Esse pessoal inimigo da educação, da cultura e da ciência comporta-se como uma escumalha que não se cansa de achincalhar o país.

594 – HEROÍNA. Cinco dias depois de participar de uma manifestação em Brasília a favor de Jair Bolsonaro, viajando mais de 1.000 km até o DF, Jane Elisabeth Toniasso, servidora pública aposentada, faleceu de Covid-19 em Campo Novo do Parecis (MT). No ato, sem usar máscara, defendeu o uso da cloroquina e a condução de Jair Bolsonaro na pandemia. Trata-se de uma heroína que tombou lutando pelo bolsonarismo contra os comunistas e jamais será esquecida ou, o mais provável, será lembrada por cerca de uma semana. Foi uma adepta da imunidade de rebanho e, assim, cumpriu com seu dever de patriota, perecendo para que outros vivam. É mais uma estrelinha verde-amarelo-laranja que subiu aos céus para ficar de olho na terra plana.

593 – MENTIRAS EM SÉRIE. Algumas mentiras deslavadas na CPI da Covid-19:

*Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação (Secom): Nunca atribuiu incompetência ao ministro da Saúde e ao Ministério da Saúde na negociação das vacinas.

A verdade: A Revista Veja divulgou os áudios em que ele afirma isso.

*Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exterior: Nunca se indispôs com a China nem ofendeu o país.

A verdade: Não bastasse suas declarações e exigências contra o embaixador da China no Brasil, ainda escreveu um artigo tratando do "comunavírus".

*Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde: Nunca teria sido desautorizado na negociação das vacinas.

A verdade: Num dia ele anunciou a contratação de 46 milhões de doses da Coronavac, no outro Jair Bolsonaro o desautorizou e ele ainda gravou um vídeo afirmando que Bolsonaro mandava e ele obedecia.

*Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde: O aplicativo TrateCov com foco na cloroquina e no tratamento precoce foi elaborado sem sua autorização.

A verdade: Uma vez que a secretária, conhecida como Capitã Cloroquina, era a responsável pela equipe a ela subordinada que elaborou a plataforma, não há como ela se eximir dessa responsabilidade.

As mentiras são muitas. A tal da verdade que liberta, se depender dos bolsonaristas, nunca vai dar as caras. Mas as contradições estão aparecendo a olhos vistos.

592 – OCULTANDO PROVAS. Diante das determinações do ministro Alexandre de Moraes, do STF, para que sejam apreendidos todos os itens que possam ajudar a esclarecer os crimes envolvendo o contrabando de madeiras para o exterior, o ministro boiadeiro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, está agindo como um reles delinquente ao ocultar elementos de prova. Ele não entregou seu celular, conforme ordem judicial, e ainda trocou de aparelho e de número. Deve ter muito o que esconder. E a temer, por certo, pois, em vez de tratativas republicanas, especializou-se em negócios escusos.

591 – BOLSONARO CUIDADOSO. Jair Bolsonaro recuou e, finalmente, está adotando os procedimentos sanitários contra o coronavírus. Só que no Equador, onde usou máscara. Aqui ele continua fazendo aglomerações, como ocorreu no domingo (23.5.20) no Rio de Janeiro, quando realizou uma "carreata" de motos sem observar os protocolos devidos. Criminoso no Brasil, diplomático no exterior. Os brasileiros são mesmo o seu alvo preferencial na pandemia.

590 – MAL-AGRADECIDOS. Em seu depoimento na CPI da Covid, o ex-boquirroto Ernesto Araújo admitiu que o país não agradeceu à Venezuela pelo envio do oxigênio para Manaus. Já o Ministério da Saúde soltou uma nota  (22.5.21) dizendo que estão chegando insumos para a fabricação de vacinas vindos do "exterior". Diante de uma postagem irônica do embaixador chinês, Yang Wanming, tiveram que complementar o texto, informando que a remessa veio da China. Esse ranço ideológico é irresponsável e fortalece a imagem negativa do Brasil no exterior (agora sim cabe usar "exterior"). Os favores "comunistas" salvam vidas, os arroubos bolsonaristas aprofundam a tragédia.

589 – "ADEUS, DOUTORA". Em plena pandemia, com as mortes se somando e se encaminhando para meio milhão de óbitos, o governo de Jair Bolsonaro está tripudiando sobre a população. Acaba de demitir, antes mesmo de nomear, a médica infectologista Luana Araújo, indicada para o cargo de secretária de Enfrentamento à Covid-19 num órgão criado tardiamente. Sua gestão durou dez dias. A demissão ocorreu por conta de sua oposição aos tratamentos ineficazes, como no caso da cloroquina e da ivermectina. Quem fica com a ciência não fica com a seita bolsonarista. 

588 – INFORMANTE. O procurador-geral da República, Augusto Aras, escolhido por Jair Bolsonaro por fora da lista tríplice do MPF, entrou com ação no STF para ser informado antecipadamente sobre ações da Polícia Federal contra integrantes e órgãos do governo federal. Está inconsolável porque não foi avisado da ação da PF contra o ministro boiadeiro Ricardo Salles e a cúpula do Ibama. Parece piada, mas não é. No caso dele, não pode comunicar mesmo, pois tudo indica que seria o primeiro a mandar um SMS para Salles e companhia. Outra coisa é que o MPF é o titular da ação penal, não do inquérito, que deve mesmo ser sigiloso para ter êxito. Aras nada mais é do que um "aviãozinho" de Bolsonaro na Procuradoria-Geral da República (PGR).

587 – ÁUDIO DESESPERADO. O advogado José Roberto Feltrin, 55 anos, foi assessor do deputado federal José Medeiros (Podemos-MT), terrivelmente bolsonarista, e morreu de Covid-19 no dia 18 de maio. Dias antes de falecer, gravou um áudio responsabilizando Jair Bolsonaro por sua morte e pelos milhares de brasileiros que não tiveram a chance de ser vacinados, estendendo essa responsabilidade ao parlamentar que ele assessorava. Ouvir sua voz titubeante e perceber que sua perda poderia ser evitada se não houvesse um governo genocidade e cruel é estarrecedor. Nossas condolências aos amigos e familiares. Clique abaixo para ouvir o áudio:

https://www.youtube.com/watch?v=Sy1KepdvGSg

586 – MULTADO. Um primado do regime republicano, nem sempre levado a sério, é o de que ninguém está acima da lei. Dentro desta normativa, muita gente já foi multada por infringir normas sanitárias na pandemia. Jair Bolsonaro é um que tem constantemente desafiado as normas. Pois agora, finalmente, foi multado por sua conduta delituosa. O governo do Maranhão o multou por promover aglomeração, sem uso de máscara. O valor varia entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão. Sem esquecer que ele já foi multado por pesca ilegal há alguns anos e aí assumiu a Presidência disposto a se vingar do Ibama. Com mais de 446 mil mortos por Covid-19, Bolsonaro é um contumaz aliado do coronavírus contra a vida e a saúde do povo brasileiro. 

585 – COVID NO ENTORNO. O Palácio do Planalto já se transformou num "covidário", graças ao negacionismo do presidente, e já está fazendo vítimas. Isso tem gerado apreensão e revolta entre os agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que têm a função de fazer a segurança de Jair Bolsonaro. São obrigados a trabalhar sem o suporte das medidas sanitárias, como o uso de máscaras, que ele desdenha. No dia 13 de maio de 2021, morreu o general da reserva Carlos Roberto Peixoto, que chefiava a Assessoria de Planejamento e Assuntos Estratégicos do GSI, vítima da Covid-19. Em março, um ajudante de ordens também já havia falecido. O governo se nega a fornecer os dados de todos os infectados pelo coronavírus. Essas condutas, expondo um grande número de pessoas à infecção, alguns de forma compulsória e muitos outros de forma espontânea nas aglomerações, bem como a omissão na compra de vacinas, o tornam corresponsável por um montante difuso de mortes reais. Ele deverá ser julgado e condenado por isso em âmbito nacional e internacional no Tribunal Penal Internacional (TPI). Sem esquecer que qualquer país que tiver um nacional morto pela Covid no Brasil poderá abrir um processo de apuração. Com isso, Bolsonaro teria que ter muito cuidado em suas viagens internacionais para não ser preso, como foi o ditador chileno Augusto Pinochet, em Londres, em 1998, acusado por crimes contra a humanidade. Ele sabe de seus delitos e, por isso, quer se manter no poder para garantir sua impunidade.

584 – FACÍNORA AMBIENTAL. Foi preciso que as autoridades norte-americanas encaminhassem uma notícia-crime à Polícia Federal e que essa notificação encontrasse um segmento da corporação que não se dispusesse a prevaricar para beneficiar Jair Bolsonaro. Foi assim que chegou a comunicação sobre sobre as irregularidades na madeira exportada com a anuência do ministro Ricardo Salles e do presidente do Ibama, Eduardo Bim, afastado por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Junto com outros servidores do órgão, formaram um conluio para dar aparência legal ao madeirame criminosamente extraído. O ministro do Meio Ambiente chegou a ir ao Pará para defender os delinquentes, agindo como cúmplice nesses delitos ambientais. Sua prática de "esquentar" o produto do crime vem se repetindo há muito tempo e mostra o grau de ousadia de uma facção delituosa que inclui agentes públicos, iniciativa privada e, no topo, Bolsonaro como o fiador dessas condutas que sequestrou a máquina administrativa para obter enriquecimento ilícito em cima da destruição do meio ambiente. 

583 – SAÚDE E FÉ. É assustadora uma declaração do ex-ministro Eduardo Pazuello de que, em plena pandemia, reunia-se uma ou duas vezes por semana com Jair Bolsonaro para tratar do assunto. Essa declaração é corroborada por uma outra que se mostra não menos assustadora. De acordo com o senador Flávio Bolsonaro, Bolsonaro conversa quase diariamente com o pastor Silas Malafaia, seu principal conselheiro. Se isso não explica a tragédia que estamos vivendo há mais de um ano, então eu não entendo mais nada.

582 – BOBO DA CORTE. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, depois de, em 2018, cantarolar um refrão de uma conhecida canção ("Se gritar pega Centrão, não fica um meu irmão") contra o Centrão, grupo conservador que vendeu proteção a Jair Bolsonaro por verbas e cargos, depois do acordo fechado e do vergonhoso "toma lá dá cá", tem o despautério de afirmar que o Centrão não existe mais. Isso é uma forma de justificar a negociata de Bolsonaro. Toma tenência, general! O senhor não tem mais idade para começar uma carreira de bobo da corte.

581 – FARSANTE. A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Isabel Correia Pinheiro, conhecida como Capitã Cloroquina, que tentou se esquivar de testemunhar na CPI da Covid, é uma delinquente acadêmica. Ela se apropriou de um artigo de outras duas pesquisadoras, Maria Fernanda Branco de Almeida e Ruth Guinsburg, como se fora coautora para usá-lo como currículo numa seleção para professora de neonatologia do curso de medicina da Universidade de Fortaleza (Unifor). Descoberta a fraude, foi desclassificada. Esse tipo de estelionato curricular tem sido uma constante no governo de Jair Bolsonaro. Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, já afirmou falsamente ter doutorado. O ex-futuro ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, igualmente afirmou ser doutor sem sê-lo. O ex-coordenador do Enem, Murilo Resende, foi pego em flagrante num plágio de um artigo científico. Essa gente desdenha da educação e, quando tenta se valer dela, é para cometer delitos e imoralidades.

580 – QUEM TEM TEM MEDO. Outro bolsonarista que está andando de joelhos colados e quase precisando de fraldas é o jornalista Alexandre Garcia. Até agora já apagou ou colocou no privado mais de 500 vídeos em que defende o tratamento precoce e os ineficazes remédios cloroquina e ivermectina. Tudo por medo de ser convocado para testemunhar na CPI. Acho que pela sua insignificância, ele não corre esse risco. Todavia, serve o episódio para mostrar que, assim como defende o tratamento precoce, igualmente é a favor das medidas preventivas contra as próprias farolagens que assevera, mas não garante.

579 – CONFISSÕES E DEVANEIOS. O depoimento do ex-ministro Ernesto Araújo à CPI da Covid foi marcado pelo esquecionismo, pelo terceiracionismo, pelo apontacionismo involuntário e pelo ingratacionismo. Araújo esqueceu que criticou a China e o que seria o comunavírus criado por ela, terceirizou para o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a culpa dos erros cometidos, apontou Jair Bolsonaro como o ordenador das tratativas para importar cloroquina e praticou a ingratidão ideológica ao não agradecer a ajuda da Venezuela pela remessa de oxigênio a Manaus enquanto o governo enviava àquele Estado remédios ineficientes. Despido de suas bazófias, estava irreconhecível. Só faltou referir-se a si próprio em terceira pessoa.

578 – VALENTIA FAKE. Os bolsonaristas já estão ficando famosos por uma valentia de faz de conta. Sara Winter ficou chorona depois que foi presa. O deputado federal Daniel Silveira foi detido e pediu desculpas pelo seu vídeo ignominioso. Não manteve seu palavreado chulo. Eduardo Pazuelo apelou ao STF para não precisar contar a verdade à CPI da Covid, sendo seguido nesse gesto pela médica Mayra Pinheiro, a Capitã Cloroquina. O ex-chanceler Ernesto Araújo foi à comissão e negou tudo o que todo mundo sabe que ele disse e escreveu. Flávio Bolsonaro vive buscando firulas jurídicas para não ser investigado. E sem esquecer Jair Bolsonaro, o valentão que foi assaltado mesmo armado por dois homens que lhe levaram a moto e a arma. Essa coragem de fachada não resiste aos fatos.

577 – SEM TETO. Para ganhar mais, de forma imoral e inconstitucional, Jair Bolsonaro está por trás de portaria permitindo que membros do seu governo, inclusive ele próprio, ganhem mais que o teto constitucional no serviço público, contrariando a redação do art. 37, inc. XI, da Constituição Federal de 1988, que estabelece como teto dos vencimentos o de ministro do Supremo Tribunal Federal, hoje fixado em R$ 39,2 mil. De uma só canetada, ele (R$ 41,6 mil), o vice Hamilton Mourão (R$ 63,5 mil),  o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos (R$ 66,4 mil) e muitos outros serão sordidamente beneficiados. Alguns reajustes podem chegar a 69%. Dinheiro fácil à custa do contribuinte. Tentativa de legalizar a malversação de verbas do erário, um peculato por decreto. Além da família organizada, agora temos o governo organizado para saquear os cofres públicos.

576 – OUTRO HABEAS. Esse pessoal do Jair Bolsonaro tem um medo enorme de se encontrar com a verdade. Borram-se todos quando chamados a explicar suas condutas na pandemia. À Pazuello, a médica Mayra Pinheiro, conhecida como Capitã Cloroquina, secretária do Trabalho do Ministério da Saúde, entrou no STF com um pedido de habeas corpus para poder ficar calada quando lhe convier na CPI da Covid. Essa senhora é a mesma que organizou uma viagem a Manaus, quando aquela capital necessitava de oxigênio, respiradores e insumos, para difundir o uso da cloroquina e da ivermectina. Como por prevenção, que é uma espécie de predefinição de quem julgará matérias correlacionadas, tal pedido deverá ser analisado pelo ministro Ricardo Lewandowski, que sempre tem um olhar benevolente sobre réus enrolados e afins, presume-se que será atendido. Os bolsonaristas, quando chamados a explicar na realidade em que vivemos o mundo paralelo que eles criaram, buscam subterfúgios e expedientes os mais variados para se eximir dos seus malfeitos.

575 – EMERGÊNCIA FALSA. Os bolsonaristas estão empenhados em disseminar uma postagem com este teor: “Governo federal decreta estado de emergência para conter coronavírus no Brasil. Bolsonaro também enviou ao Legislativo PL que cria quarentena e torna exames, vacinação e tratamento obrigatórios" (Folha de São Paulo, 4.2.2020). Querem passar a ideia de que Jair Bolsonaro estava muito preocupado com a pandemia e que largou na frente no enfrentamento a ela. Nada mais falso. Tal decretação ocorreu por pressão social e quatro dias depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o estado epidêmico. Mas ficou nisso. Desde então, desdenhou da doença, que chamou de gripezinha, boicotou a negociação por vacinas, foi contra o auxílio emergencial (só cedeu porque o Congresso o aprovaria de qualquer jeito), gastou apenas 30% do orçamento do Ministério da Saúde contra a Covid-19, fez os laboratórios do Exército produzir 2,2 milhões de comprimidos da ineficiente cloroquina ao custo de R$ 1,5 milhão, defendeu a imunidade de rebanho (incitando o povo a ir para as ruas sem proteção, inclusive chamando quem se opunha de maricas), acusando sem provas países fornecedores de imunizantes, desautorizando negociações já entabuladas para milhões de doses. São tantas as sandices do Capitão Cloroquina que não dá para tentar elaborar uma nova narrativa para sua senda de crimes, omissões e incompetências. Acuados pela verdade, os bolsonaristas tentam deturpar os fatos. Mas não se pode apagar os antecedentes de um genocídio que já ceifou a vida de mais de 430 mil brasileiros até o momento.

574 – CIDADÃO FAKE. A situação não poderia ser mais insólita para um governo que mantém um gabinete somente para distribuir notícias falsas. Jair Bolsonaro foi inaugurar um viaduto em Maceió (AL) e recebeu uma placa com a inscrição "cidadão maceioense". Só que tem um dado embaraçante: o título não foi aprovado pela câmara municipal. Portanto, é falso. Resumo: Jairo Bolsonaro é um falso cidadão de Maceió. Vexatório! 

573 – BLINDAGEM CRIMINOSA. O ministro Ricardo Lewandowski concedeu habeas corpus para o ex-ministro Eduardo Pazuello não precisar falar a verdade na CPI da Covid. Trata-se de um desrespeito aos milhares de vítimas e aos milhões de infectados pelo coronavírus. Na verdade, a decisão deveria ser outra: em vez de permitir o direito que Pazuello se cale, determinar a Jair Bolsonaro o dever de não abrir a boca para cometer suas costumeiras insanidades verbais.

572 – PRODUÇÃO INTERROMPIDA. O Instituto Butantã informou que, por falta de insumos, terá que interromper a produção da vacina Coronavac a partir da terceira semana de maio de 2021. Isso ocorre concomitantemente aos ataques de Jair Bolsonaro à China, exatamente o fornecedor dos insumos para a fabricação dos imunizantes e maior parceiro comercial do país. Entre outras asneiras, apontou o crescimento do PIB daquele país como consequência urdida da Covid-19. Com seus impropérios, dificulta as tratativas para se obterem as doses tão necessárias para salvar a vida dos brasileiros, coisa que não o preocupa, pois sempre atuou a favor do coronavírus. Trata-se de um psicopata, sacripanta, idiota, poltrão, boquirroto, genocida, pilantra, mafioso, miliciano, velhaco e outras denominações similares. Só isso explica sua indiferença ao luto de milhões de pessoas. Se sua tese de imunização de rebanho tivesse vingado, teria enviado um grande contingente de vítimas ao encontro da morte. É estarrecedor ter um criminoso acreditando em sua impunidade enquanto pratica seus delitos à vista de todos.

571 – TESOURA DO ÓDIO. Jair Bolsonaro e sua escumalha têm aversão à cultura, à ciência e à educação. O corte no orçamento das federais exemplifica isso. São instituições envolvidas com pesquisa, com inovação, com formação de profissionais para diversas áreas e com o gerenciamento de uma série de serviços, inclusive na saúde, com os hospitais públicos. Ilustrativo é o caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ameaçada de fechar, que teve seu orçamento reduzido de R$ 773 milhões em 2012 para R$ 299 milhões em 2021. Além de Bolsonaro ajudar na matança de quase meio milhão de brasileiros até agora por omissão na pandemia, também está assassinando o sonho de milhares de jovens brasileiros oriundos da seleção do Enem. A tesoura do ódio está sendo manejada por um idiota cruel e incensado por uma certa elite aproveitadora e pelos seguidores que o defendem contra tudo, contra todos e, principalmente, contra os fatos.

570 – FORÇAÇÃO DE HABEAS. Qualquer operador do direito, que não seja avidamente bolsonarista, sabe que o habeas corpus é uma medida de proteção em relação a uma autoridade coatora que esteja praticando ou na iminência de praticar ato ilegal que constranja a liberdade de terceiro. Não é o caso do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que está sendo regularmente convocado para prestar depoimento como  testemunha em uma CPI legalmente instalada no Congresso Nacional. Portanto, o ato de convocação não constitui constrangimento ilegal, a base para a impetração do remédio constitucional. Dessa forma, a tentativa do governo Bolsonaro de blindar Pazuello, por meio do advogado-geral da União, André Mendonça, candidato a uma vaga no STF, não deveria prosperar. Todavia, em se tratando de Ricardo Lewandowski, da ala mais permissiva do STF, tudo pode acontecer.

569 – VACINA DA PFIZER. Carlos Murillo, CEO da Pfizer na América Latina, deixou claro que a empresa procurou o governo federal desde agosto de 2020 para negociar vacinas, sendo que a proposta foi solenemente ignorada. Chegam a sete as tentativas. Do seu depoimento se extrai que, se não houvesse a recusa, todos os procedimentos poderiam ter sido acelerados e o país já estaria vacinando no início de dezembro. A impressão que fica é que a Pfizer fez de tudo para inserir o Brasil como pioneiro da vacinação mundial. Merece consideração pela insistência na negociação com os negacionistas. Só faltou oferecer frete gratuito e carência para pagamento. O que se deduz de tudo isso é que Jair Bolsonaro praticou crime premeditado. Os milhares de mortos são a confirmação silenciosa do genocídio bolsonarista.

568 – PICANHA INDECENTE. Jair Bolsonaro fez um churrasco no domingo do Dia das Mães assando uma picanha de R$ 1.800,00 o quilo. Enquanto isso, fica regateando o auxílio emergencial, que está mais para auxílio lavagem. Nada como usufruir do dinheiro público, como no caso do cartão corporativo, que ele já estourou em relação aos governos anteriores, e ainda contar com o apoio dos ingênuos que o chamam de mito. Para exemplificar, conheço uma profissional de saúde aposentada que nunca conseguiu comprar nem um apartamento para morar e está sempre nas redes defendendo Bolsonaro. Ah, ela tem muito medo dos comunistas! Melhor apoiar quem come picanha personalizada.

567 – PEDIU, LEVOU. A tropa de choque de Jair Bolsonaro na CPI da Covid é cada vez mais um exército de Brancaleone em franca desarticulação. Nesta quarta (12.5.2021), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) teve o que ele considerou uma excelente ideia: abriu uma enquete no seu Instagram para que os internautas escolhessem qual seria o tema mais relevante para a comissão: uso da cloroquina ou desvio de verbas na pandemia (aquela história bolsonarista de desviar o foco). Pois bem, para quem esperava que o segundo item vencesse com larga margem para lhe dar embasamento na argumentação, o resultado foi embaraçoso: 81% querem investigar o uso da cloroquina e apenas 19% querem ver o debate sobre os recursos. O que fez o senador? Apagou a enquete. A comicidade é prima-irmã do vexame. Ficou feio pra ele.

566 – O TRATORAÇO. O mais recente escândalo de corrupção do governo de Jair Bolsonaro levou a pecha de "Tratoraço". Trata-se de uma permissão para que os deputados do Centrão consigam destinar verbas ministeriais por meio de indicações secretas. Em tese, os parlamentares podem votar o orçamento de cada órgão do Executivo, mas não podem influenciar nas despesas e investimentos. Qualquer proposição nesse sentido seria invasiva e teria vício de iniciativa. Todavia, no seu "toma lá dá cá" com o segmento mais venal do Congresso, tudo para garantir sua impunidade, Bolsonaro permite que os senadores influenciem no orçamento por meio de ofícios secretos. No total, são cerca de R$ 3 bilhões a serem gastos pelos aliados nos seus currais eleitorais. Há registro de utensílios agrícolas e tratores superfaturados, chegando a 259% em alguns casos. Se um parlamentar em situação normal pode ter ingerência em até R$ 8 milhões, se for assecla de Bolsonaro, isso pode chegar a inúmeras vezes valor, como no caso do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que movimentou R$ 277 milhões do Ministério do Desenvolvimento Regional. Se fosse indicar via emendas parlamentares, levaria 34 anos para chegar a esse montante. A capacidade instalada de corrupção no atual governo nunca dá conta dos níveis da malversação de verbas e da criatividade para transferir verbas para os apaniguados. A mamata está liberada!

565 – CONTUNDENTE. O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, prestou um depoimento contundente na CPI da Covid nesta terça-feira (11.5.20) e permitiu a conclusão de o quanto Jair Bolsonaro tem sido incompetente, omisso e doloso nas suas condutas frente à pandemia. Revelou que o governo quis mudar a bula da cloroquina para lhe atribuir uma eficiência que ela não tem (aliás, é crime hediondo falsificar remédios, o que agrava a tentativa), o que só não ocorreu por sua oposição, criticou as aglomerações, inclusive as de Bolsonaro, defendeu o uso da máscara e das medidas sanitárias, alinhou-se com a ciência, valorizou a vacinação e demonstrou que a subordinação cabível no enfrentamento do coronavírus é ao saber científico e não à hierarquia funcional. O quebra-cabeças do genocídio bolsonarista ganhou mais uma peça no intrincado jogo da perda de milhares de vidas de brasileiros indefesos e inocentes.

564 – CARTA DE MANDETTA. Por mais que Jair Bolsonaro queira afastar os indícios de sua atuação criminosa na pandemia, seja por omissão, seja por comissão, a materialidade de seu dolo está cada vez mais abundante. Um deles é a carta que lhe foi endereçada pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, datada de 28.3.2020, na qual o alerta de que a adoção de tratamentos sem base científica poderia gerar o caos e resultar em um grande contingente de mortos, o que, efetivamente, acabou ocorrendo. Bolsonaro jamais poderá negar que recebeu um AR desautorizando sua conduta e que ele simplesmente o ignorou, transformando-se no Capitão Cloroquina e num símbolo do luto de milhares de famílias no país.

563 – CONVOCAÇÕES. A convocação de aliados e até de ex-aliados do governo está amedrontando o Capitão Cloroquina. Já estão na lista ou na mira Fabio Wajngarten (ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social), Ernesto Araújo (ex-ministro das Relações Exteriores) e até o vereador federal Carlos Bolsonaro, entre outros. É por isso que Jair Bolsonaro tenta aumentar o tom, mas não consegue ser convincente. Está todos os dias mandando uma mensagem subliminar à Chico Buarque: "Deixa em paz o capitão / Que ele é um pote até aqui de mágoa / E qualquer convocação / Pra facção / Pode ser a gota d'água". Só que não cola. Em Bolsonaro, que defende tortura contra opositores, valentia rima com covardia.

562 – VALENTÃO. Silvinei Vasques, o novo superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) escolhido por Jair Bolsonaro, já tem uma condenação por agredir um frentista em Santa Catarina, causando um prejuízo de R$ 50 mil aos cofres públicos. Parece que para ser nomeado neste governo precisa ter um rol de desmandos e de arbitrariedades. Não é à toa que o herói dos bolsonaristas é um coronel torturador, sádico e covarde.

561 – JACAREZINHO. O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que todos os 24 mortos pela operação policial na favela de Jacarezinho no Rio de Janeiro são bandidos. Todavia, a Polícia Civil se recusa a fornecer dados das vítimas. Será que está ganhando tempo para combinar versões e manipular provas? E se os baleados no metrô tivessem morrido, seriam considerados bandidos também? E por que Jair Bolsonaro visitou Cláudio Castro, governador do RJ,  um dia antes da  invasão, quando o normal é o contrário? Muitas perguntas e pouca transparência. Quem ler Lima Barreto vai entender o barril de pólvora social que é o estado fluminense e o quanto se precisa da inteligência policial e não da truculência policialesca.

560 – MULHER CARA. Na sua tentativa de conciliação com o Centrão, que não lhe parece mais ser "a velha política", Jair Bolsonaro tem feito coisas com alto teor de improbidade negocial. A mais recente delas é a nomeação de Maria Aparecida Borghetti, mulher do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), para o cargo de conselheira da hidrelétrica Itaipu Binacional. Ela terá um salário de R$ 27 mil para uma reunião a cada dois meses. Eis uma mulher cara que será mantida pelos cofres públicos. Se esse não é o melhor emprego do mundo, deve estar muito perto disso. E depois querem culpar aposentados e servidores públicos pela falta de recursos. Enquanto os pobres penam para obter um auxílio emergencial vergonhoso, essa gente sanguessuga vai vivendo nababescamente à custa do trabalho alheio. Qualquer semelhança com a família organizada está longe de ser mera coincidência.

559 – SEGREDO. Onyx Lorenzoni, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, se recusa a fornecer o número de casos de Covid-19 entre servidores do Palácio Planalto. O covidário presidencial é um segredo bem guardado, a ponto de contrariar o princípio da publicidade, consagrado na Constituição. Pra cumprir com suas obrigações constitucionais, Jair Bolsonaro não fala em fazer decreto, mas só para afrontá-la com suas medidas tresloucadas.

558 – ANTICIÊNCIA. O Brasil hoje precisa de viver de favores para fabricar vacinas contra o coronavírus. E muito disso se deve ao menosprezo do governo de Jair Bolsonaro pela educação, pela pesquisa e pela ciência. Essa boçalidade se traduz em números. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela tesoura bolsonarista, só poderá financiar 13% de todos os projetos aptos a serem financiados no país. E isso que as bolsas para a formação de doutores (R$ 2,2 mil) e pós-doutores (R$ 4,1 mil) representam um custo pequeno perante os benefícios. Diante dessa realidade, quem vai lucrar são outras nações, que vão levar nossas mentes brilhantes por valores de ocasião. Para o cartão corporativo, privilégios e mordomias, o dinheiro aparece. Para alavancar o desenvolvimento nacional, não há verbas. Esse pessoal que ataca universidades e instituições científicas não precisa do trabalho de cientistas. Afinal, já realizaram a proeza de descobrir sozinhos que a Terra é plana.

557 – PAULO GUSTAVO. Não obstante uma postagem em que Jair Bolsonaro lamenta o óbito de Paulo Gustavo, parte de sua horda diz que sua morte está sendo politizada e as das crianças e pessoal da creche em Santa Catarina minimizadas. Os bolsonaristas se superam em termos de alteração do local e das circunstâncias do crime. Falta empatia e falta honestidade intelectual na elaboração de uma narrativa na qual nem todas as vidas importam, mas só aquelas em que a omissão de Jair Bolsonaro pode ser descartada. "Morre gente todo dia por série de causas. É a vida", afirmou Bolsonaro. Ele faz parte do rol de causas.

556 – "EU AUTORIZO". Invocando uma declaração de Jair Bolsonaro, de que estaria aguardando uma autorização do "povo", neste 1° de maio de 2021, grupos bolsonaristas saíram às ruas com o slogan "Eu autorizo". Autorizam o quê? As rachadinhas? A proliferação do coronavírus? A corrupção do cartão corporativo? Os funcionários fantasmas? A ligação com  as milícias a partir de Fabrício Queiroz? A sonegação fiscal de Bolsonaro? A destruição da Amazônia por grileiros e desmatadores? As notas frias de Onix Lorenzoni? O transporte de criminosos ambientais nos aviões da FAB? As diárias infladas para ver um spray sem comprovação científica em Israel? Os depósitos de dinheiro sem origem comprovada na conta da primeira-dama? As compras superfaturadas do Ministério da Defesa? Os gastos com o excesso de produção de cloroquina para nada? A perda de testes estocados contra a Covid-19 que não chegarão à população? A falta de oxigênio e de remédios no Amazonas? A não compra de 47 milhões de vacinas da Pfizer num momento decisivo da pandemia? O descumprimento das medidas sanitárias? O gabinete das notícias falsas e da difamação dos opositores? A compra da mansão com recursos impróprios por parte de Flávio Bolsonaro? As ofensas de Ernesto Araújo e de Eduardo Bolsonaro aos países dos quais dependemos de vacinas e de insumos para combater a Covid-19? As lorotas do boquirroto Osmar Terra (PMDB-RS)? Que o país seja visto como o epicentro da pandemia no mundo? A classificação da Covid como gripezinha por Bolsonaro? Que o país atinja a marca de um milhão de mortos? O que essa gente autoriza? São muitas perguntas para uma horda que escolheu um meliante para guiá-los bovinamente em prol dos seus próprios interesses escusos e de sua organização criminosa familiar com nomes, sobrenome e aliados inescrupulosos.

555 – REQUERIMENTOS REMOTOS. Os senadores governistas na CPI da Covid estão sendo manipulados diretamente pelo Palácio do Planalto. Os requerimentos que eles apresentaram foram elaborados na presidência da República pela assessora Thais Amaral Moura, namorada do advogado Fred Wassef, aquele que escondeu por meses o operador financeiro da família Bolsonaro, Fabricio Queiroz. A incompetência dos aliados é algo que mostra uma tropa de choque que vai defender primeiro para refletir por ocasião das calendas gregas. 

554 – GENERAL DESERTOR. Ficou muito feio para o governo de Jair Bolsonaro a alegada história do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello de que não pode ir depor na CPI da Covid nesta quarta (5.5.2021) porque teve contato com dois coronéis infectados. Logo ele que já participou de atos com Bolsonaro sem máscara, já entrou em shopping sem o item e já teve encontros privados com o presidente que despreza o acessório. Esses bolsonaristas incentivam aglomerações e desfazem das medidas sanitárias. Todavia, quando isso lhes interessa, não hesitam em invocá-las. O general desertor está se escondendo em seu labirinto.

553 – PERSEGUIÇÃO. Causa repulsa a perseguição orquestrada entre Palácio do Planalto, Funai e setores da Polícia Federal para perseguir líderes indígenas por sua luta em defesa dos seus povos e do meio ambiente. Usar o poder de polícia para pura intimidação é uma conduta autoritária que precisa ser enfrentada por todos os que defendem a democracia, conspurcada por uma família organizada que tem a prática miliciana de perseguir oponentes. 

552 – SEM PROVAS. Na defensiva e sem provas, Jair Bolsonaro está querendo jogar a conta da crise sanitária no colo dos governadores e alega que eles desviaram recursos públicos. Diz que não tem culpa pela recessão porque nunca quis fechar o comércio. Ora, primeiro que parte dos repasses (R$ 700 bilhões) são constitucionais. Segundo, que, sem vacina, se se tivesse adotado sua linha de liberar tudo, seria uma festa macabra para o coronavírus. Já teríamos hoje cerca de um milhão de mortos. O Capitão Cloroquina não quer que a CPI investigue suas ações delituosas e quer transferir o resultado de ações e omissões criminosas.

551 – PF BOLSONARISTA. A Polícia Federal costuma ser um órgão diligente e de alta cotação no serviço público. Contudo, quando alguns de seus servidores se propõem a secundar um Bolsonaro da vida, passa vexame. A PF indiciou Guilherme Boulos porque, depois de Jair Bolsonaro afirmar que ele era a Constituição, ele lembrou ao Capitão Cloroquina que essa frase era análoga a uma de Luís XIV, rei da França, cuja dinastia acabou na guilhotina. Os acólitos federais entenderam isso como um delito e indiciaram Boulos por ameaça ao presidente com base na Lei de Segurança Nacional. A falta de conhecimento sobre um episódio histórico é reveladora de como a PF bolsonarista constrange a corporação. 

550 – BANCADA FEMININA. O senador Flávio Bolsonaro é um zero à esquerda como direita na hora de ganhar apoio aos seus propósitos ilícitos. Na abertura da CPI da Covid-19, reclamou que as mulheres já não têm mais a mesma organização que antigamente e que aceitaram ficar à margem do processo. Na verdade, tudo o que ele quer é desgastar a comissão e, para isso, pensa que vale usar qualquer coisa. Resultado: a bancada feminina no Senado rechaçou as declarações e passou a dar expediente ininterrupto na CPI. O machismo funcionou ao contrário.

549 – REPROVAÇÃO MUNDIAL. O mundo civilizado já está rechaçando Jair Bolsonaro, assim como reprovou Donald Trump, mentor de Bolsonaro. Nesta quinta-feira (29.4.2021), num debate no parlamento europeu, o presidente brasileiro foi tratado como genocida e péssimo gestor na pandemia. Nunca o Brasil esteve nessa condição de pária internacional, com seu povo tratado como "leproso" em todo o mundo, já que as fronteiras estão fechadas para os brasileiros nas nações mais desenvolvidas. Bolsonaro, com o certificado de amigo do coronavírus, já é persona non grata em boa parte do planeta.

548 – PAPELÃO NA CPI. O senador Flávio Bolsonaro compareceu na sessão de abertura da CPI da Covid-19 para afirmar que a comissão não deveria dar início aos trabalhos por causa do risco de aglomeração e porque os participantes das atividades não estavam vacinados. Essas palavras denotam escárnio com a população, pois, com números crescentes de mortes na pandemia, o clã bolsonarista sempre combateu as medidas sanitárias e boicotou tratativas para comprar vacinas. Quando se trata de tentar protelar investigações, eles até viram defensores da vacinação e das medidas defensivas. De vez em quando, abrem uma fresta para o mundo real e veem que a verdade não só não vai libertá-los como já começa a lhes morder os calcanhares.

547 – OUVIRAM DO IPIRANGA. O ministro Paulo Guedes, o "Posto Ipiranga" do Bolsonaro, pronunciou duas pérolas numa reunião do Conselho de Saúde Suplementar. A primeira quando afirmou que é ruim para os cofres públicos as pessoas viverem muito, como se a riqueza do país não fosse produzida pela maioria da população, que, inclusive, financia os governantes encastelados nos cargos que ocupam. A outra quando afirmou, sem nenhuma prova, que o coronavírus foi fabricado deliberadamente pela China, que é o maior parceiro comercial do pais e o maior colaborador contra a Covid-19, fornecendo vacinas e insumos. Quando acha que não está sendo gravado, ouvem-se do "Ipiranga" bolsonarista confissões que mostram que este governo é de uma crueldade e de  uma idiotia que rivalizam com o autoesculacho. 

546 – ESCONDIDINHO. O ministro Luiz Eduardo Ramos, da Casa Civil, afirmou, sem saber que estava sendo gravado, que se vacinou escondido. Os bolsonaristas são assim, pregam contra a vacina, mas correm para ser vacinados. Da mesma forma, criticam as medidas sanitárias, mas, quando contaminados, ocupam vagas de UTIs no SUS. Muitos morrem, mas não existe autocrítica póstuma. Por sua vez, o ministro Ramos é bolsonarista, mas não é bobo.

545 – KIT AMARRAÇÃO. O governo federal está faltando com sua obrigação de fornecer os remédios para que os pacientes possam permanecer intubados. Diante dessa omissão criminosa, já há hospitais em que os pacientes estão sendo mantidos nessa situação em condições desumanas, pois são amarrados nas camas. Vale reproduzir uma matéria da imprensa: "Sem medicamentos para sedação de pacientes intubados, médicos do Hospital Municipal da Vila Brasilândia, na Zona Norte da capital paulista, afirmam que estão sendo obrigados a amarrar mãos e pés dos internados, para que eles consigam suportar a dor" (Matéria do saite G1 em 26.4.2021). Os partidários da gripezinha vão dizer que os pacientes não podem ser maricas.

544 – FOGO AMIGO. Os bolsonaristas adoram uma teoria da conspiração, principalmente as que envolvem os inimigos comunistas. Contudo, eles vão da farsa ao risível com uma incrível desenvoltura. Agora, a trapalhada mais recente dentro de um amadorismo que beira a autoachincalhação é a elaboração de uma lista com 23 pontos que podem ser abordados pela CPI da Covid-19 no Senado. O objetivo seria que os diferentes ministérios elaborem respostas a serem enviadas à Casa Civil, sob o comando do ministro-chefe da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, para subsidiar o governo na sua defesa. O problema (para eles) é que as questões envolvem pontos sensíveis e vão servir de roteiro para a própria CPI, funcionando quase como uma autoincriminação. Os temas trazidos à tona pelo próprio ministro bolsonarista dizem respeito à prevenção da pandemia, uso de cloroquina, recusa da compra de vacinas, negação do coronavírus, disseminação de notícias falsas, etc. De repente, os negacionistas, num apagão peculiar, passaram a ser afirmativistas dos seus delitos com riqueza de detalhes.

543 – RACHADINHA DO JAIR. Tal pai, tal filho. O Ministério Público está investigando cinco funcionários fantasmas do então deputado federal Jair Bolsonaro, que teriam recebidos valores a título de auxílio, mas o grosso dos salários era sacado em caixas eletrônicos. Aliás, gente fantasma é regra recorrente na família organizada. Eduardo Bolsonaro foi nomeado, aos 18 anos, por iniciativa do pai, num cargo em Brasília, enquanto iniciava direito no RJ. Trabalhou um ano e quatro meses nessa boquinha lucrativa e imoral.

542 – PÁTRIA PAGADORA. Há coisas no governo de Jair Bolsonaro que a matemática explica, mas não justifica. O programa Pátria Voluntária, coordenado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, que arrecada doações para carentes, já gastou em publicidade cerca de uma vez e meia o que amealhou em valores. O total repassado para as entidades assistenciais chega a R$ 5,89 milhões, mas o montante despendido com publicidade e saite atinge R$ 9,3 milhões. Os pobres continuam pobres e alguém (ou alguéns) ficou rico com essa substanciosa diferença paga a mais por uma iniciativa falida.

541 – CENSO 2021Jair Bolsonaro acaba de cancelar o Censo 2021. Num país que ocupa uma posição constrangedora no índice de desenvolvimento humano (IDH) da ONU (próximo da octogésima colocação), atrás até de Cuba e Venezuela, ter um levantamento completo da situação socioecônomica do país é fundamental na elaboração de políticas públicas para enfrentar as desigualdades. Mas Bolsonaro não está preocupado por isso. Alega falta de recursos para custear os R$ 2 bilhões para essa finalidade enquanto dá o sinal verde para os parlamentares gastarem cerca de seis vezes esse valor. Tudo para agradar ao Centrão. Os currais eleitorais estão garantidos. 

540 – FALÁCIA. Na Cúpula do Clima, Jair Bolsonaro afirmou que dobraria os recursos para fiscalização sem apontar valores. Na verdade, mesmo que multiplicasse por seis o orçamento do controle ambiental, hoje de R$ 65,6 milhões, ainda não chegaríamos aos valores de 2018, orçados antes dele, que atingiram R$ 418 bilhões. Ou seja, é mais fácil ele cortar do que aportar. Esse discurso vazio é mais ou menos como aquela história da chuva para molhar bobos, que umedece, mas não encharca. Só que Bolsonaro pensa que os demais participantes do fórum são enganáveis. Mas eles são impermeáveis a esse tipo de lorota. "Tell another, Bolsonaro!"

539 – MENTIROSO AMBIENTAL. Foi constrangedora a participação de Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima. Mentiu desavergonhadamente para o mundo ao tentar passar a ideia de que tem compromisso com o meio ambiente. Ele cortou verbas da fiscalização, restringiu a atividade dos fiscais, permitiu a invasão de terras indígenas, associou-se à corja que saqueia a Amazônia (madeireiros, mineradores, grileiros) e apresentou recorde de desmatamento nos seus dois primeiros anos de governo. E ainda postou-se de pedinte de verbas (abandonou o arroubo da "soberania") quando há R$ 3 bilhões parados num fundo, mantido por Noruega e Alemanha, por conta da sua falta de critérios na gestão, pois desmontou o conselho representativo que geria a aplicação dos valores, que são superiores ao que ele reivindicou no encontro. A exigência de recursos é uma chantagem barata de um governante inepto e inescrupuloso. Aliás, a conservação deveria ser de ofício, não para atrair investimentos ou negócios, mas por respeito ao povo brasileiro, que, constitucionalmente, tem direito a um meio ambiente saudável, equilibrado e sustentável. O patrimônio natural é inalienável e não pode ficar na dependência de tratativas absconsas de um governicho abjeto e troglodita. Enquanto ele falava, Joe Biden se ocupava de outros assuntos. Prestígio zero do Capitão Cloroquina.

538 – ÓRFÃOS DA COVID. Com a mortandade que se estabeleceu no Brasil, estamos imergindo numa verdadeira roda dos expostos, com uma já chegada era de órfãos da pandemia. Já são incontáveis as perdas de pais e familiares (pai, mãe e até avós). Há casos de grávidas morrendo e partos prematuros sendo feitos para salvar as crianças. Com cerca de 3 mil óbitos ou mais ao dia, teremos em torno de 90 mil por mês e, sem perspectiva de vacinação universal, podemos chegar em breve a um milhão de vidas perdidas. O país tem menos de 3% da população mundial e apresenta atualmente (22.4.2021) um percentual que gira ao redor de 12% das mortes. Isso é um escândalo! Jair Bolsonaro não é responsável pelo vírus, mas é diretamente culpado por ampliar seus danos ao defender remédios ineficientes, combater as medidas sanitárias, recusar a compra de vacinas e sucatear as instituições de pesquisas, travando o desenvolvimento da ciência e levando cientistas a uma emigração em massa para outros países. O Capitão Cloroquina é um fracasso histórico que representa um atraso de décadas, além dos sonhos desfeitos em cada família destroçada para sempre pelo vazio deixado por seus entes queridos. Um dia, esses infantes vão crescer e vão se indagar como nossa geração deixou isso acontecer, permitindo que um genocida de interesses escusos pudesse governar como se fora um representante idôneo da nação.

537 – PREVARICAÇÃO AMBIENTAL. Os servidores do Ibama estão reclamando que não conseguem mais exercer suas funções de fiscalização por conta da incúria administrativa do antiministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. São muitas as medidas que ele tomou para apoiar grileiros, mineradores, madeireiros e desmatadores. Uma delas é exigir que a multa aplicada por um servidor de carreira passe pelo crivo de um superior, uma forma de dificultar a tramitação da medida adminstrativa a favor do infrator. Além disso, ainda reduziu o prazo de tramitação interna dos expedientes, prejudicando a rotina do órgão carente de recursos e de pessoal. Jair Bolsonaro, na campanha, falava em tirar o Estado do cangote dos empresários. Não está claro se tirou ainda, mas é certo que o colocou de parceiro dos criminosos e dos meliantes que o apoiam.

536 – FIASCO MUNICIPAL. Durante uma discussão virtual na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, da qual, apesar da grande diminuição de votos nas últimas eleições, Carlos Bolsonaro ainda faz parte, havia uma discussão em torno de um artigo referente à "autodeterminação informativa". Imediatamente, o filho do Capitão Cloroquina entrou "rasgando" no debate entendendo que esse trecho da lei se referia a uma pauta política e de gênero. Foi preciso que os demais vereadores, inclusive o autor da proposta, explicassem a ele que "autodeterminação informativa" nada mais é do que a existência de permissão ou não do cidadão para que terceiros tenham acesso aos seus dados. O vereador Carlos Bolsonaro realmente é uma figura ímpar entre seus pares. E folclórica pelos seus parcos conhecimentos gerais e específicos.

535 – COBAIAS INATIVADAS. Com as mortes crescentes de negacionistas e adoradores do Capitão Cloroquina pelo coronavírus, os defensores do tratamento precoce estão verificando que ele é tão eficiente quanto o tratamento póstumo.

534 – PREFEITO DO BOLSONAVÍRUS. O prefeito de Mirandópolis (SP), Everton Sodário, terrivelmente bolsonarista, atuou contra as medidas sanitárias, seguindo as instruções do Capitão Cloroquina. O resultado disso pode ser medido no seguinte comparativo do avanço da Covid-19 entre 19 de março e 19 de abril na sua cidade.
Mortes e casos em São Paulo: 32,5% e 20,6%
Mortes e casos no país: 29,1% e 17,7%
Mortes e casos em Mirandópolis: 170,8% e 52,5%
Além disso, como não poderia deixar de ser, sucateou hospitais e receitou medicamentos e tratamentos ineficazes.
     A morte faz incursões por todo o país, mas mora em Mirandópolis, onde fez seu quartel-general.

533 – CPI CHAPA-BRANCA. O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), está fazendo de tudo para que a CPI da Covid se transforme numa CPI chapa-branca para Jair Bolsonaro. Sem esquecer que ele sempre foi contra a instalação dela. Agora, está querendo mudar o relator só porque Bolsonaro está com medo do indicado. A tal da independência entre os poderes é conversa fiada para embromar boi bolsonarista.

532 – CERCO À IMPRENSA. O Brasil caiu quatro posições e ficou em 111º lugar no ranking mundial da Liberdade de Imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras, tornado público nesta terça-feira, 20.4.2021. Isso se deve aos ataques de Jair Bolsonaro e sua escumalha à imprensa. Uma vez que não podem esconder os fatos (rachadinhas, funcionários fantasmas, cartão corporativo, notas frias, omissões criminosas, corrupção ampla e irrestrita) tentam lançar a suspeição sobre quem os noticia. Não é à toa que o governo de Jair Bolsonaro tem uma central de boatos, dirigidos pelo afetado Carlos Bolsonaro, na tentativa de confundir a população. O passado de Jair Bolsonaro e de sua família organizada é um presente de grego.

531 – QUEIMADO. Infelizmente, com a tresloucada gestão das relações internacionais, o Brasil está com a imagem queimada no exterior. Os estragos feitos por Jair Bolsonaro (ameaçando os Estados Unidos com pólvora, por exemplo) e Ernesto Araújo (brigando com a China, maior parceira comercial da nação) serão muito difíceis de serem revertidos. E podem se traduzir em vidas perdidas. Por conta das patacoadas bolsonaristas, o país não está na lista dos EUA para receber doações de vacinas, como já as obtiveram México e Canadá. Lá fora, Bolsonaro causa risos e espanto, aqui dentro é motivo de luto e de dor.

530 – CORTANDO VERBAS. O governo de Jair Bolsonaro faz um jogo de cena com os EUA sinalizando que mudará sua política ambiental. Todavia, está cortando as verbas destinadas a evitar incêndios de grandes proporções. Além disso, com Ricardo Salles, está realizando ações de privatização de áreas protegidas, além de pretender acabar com o Instituto Chico Mendes de Bio-diversidade (ICMBio) como autarquia independente. Esse repentino interesse em diminuir o desmatamento (para níveis ainda inaceitáveis) parece mais uma daquelas conversinhas para boi passar.

529 – PERGUNTA. Jair Bolsonaro afirmou que povo que vota em Lula merece sofrer. Cabe perguntar se povo que vota em Bolsonaro merece morrer.

("Morre de Covid-19 enfermeiro que atacava vacina e defendia tratamento precoce", Folha de São Paulo, 19.4.2021)

Eis aqui "in memoriam" o negacionista das vacinas vociferando num vídeo. Deu ruim pra sempre.

https://www.youtube.com/watch?v=fx-jgb47NIQ

 

528 – TANQUE RACHADO. O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), bolsonarista de carteirinha, é o campeão dos abastecimentos únicos. Ele declarou à Câmara a aquisição de mais de mil litros de gasolina num único abastecimento. O problema é que esse tanque teria que ser maior do que uma caixa d'água, cujo tamanho é quase igual ao de um carro popular. Será que está comprando pra revender?

527 – POR ÚLTIMO. Jair Bolsonaro diz que está fazendo um gesto nobre ao dizer que só vai se vacinar por último, já tendo seu direito por faixa etária desde o dia 3 de abril. Todavia, não é bem como está falando. Deve-se considerar que, respeitando as regras, um presidente deve dar o exemplo para incentivar determinadas práticas e condutas. Importante ressaltar ainda que, mesmo ele já tendo tido Covid-19, existem muitos casos de reinfecção. Outrossim, a par de sua atitude individual, Bolsonaro constitui uma ameaça à saúde pública por continuar incentivando aglomerações e desestimulando o uso de máscaras, como fez neste sábado, 17.4.2021, na cidade de Goianápolis, no centro de Goiás, inclusive pegando no colo uma criança. Como símbolo de sua atuação desastrada na pandemia, levou consigo o ex-ministro Eduardo Pazuello. Com sua conhecida negação do coronavírus, buscam-se incautos que se deixem enganar pela súbita dose de generosidade do presidente.

526 – CARTA A JOE BIDEN. Soube que Jair Bolsonaro enviou uma carta para Joe Biden. Ainda não tive acesso ao texto integral, mas posso imaginar seu conteúdo.

     "Prezado Joe Biden 

     Estou ditando essa carta porque esse negócio de escrever é muito perigoso. Que o digam os ministros Mário Frias e Abraham Weintraub (esse nome eu jamais escreveria sozinho). 
     Pois bem, quero tratar de um negócio muito importante contigo. Ouvi falar que queres preservar a Amazônia. Eu tenho uma proposta. Tu me consegues um bilhão de dólares para que a gente bote um dinheiro lá. Mas, claro, tem que ter uma comissão por fora para mim e para minha família. Não, não é um suborno, é uma comissão por agenciamento.
     Neste momento, eu te dou prioridade. Mas saiba que também estou em tratativas com madeireiros e eles estão dispostos a pagar um valor vultoso por aquela área, que, no momento, só está ocupada por uns índios vadios e folgados. Quanto aos bichos, o ministro Ricardo Salles já está negociando a venda com alguns zoológicos privados. Quanto aos peixes e afins, estamos estudando um leilão para criadouros do pesque-pague.
     Em relação ao pagamento, caso concordes, tenho um senhor chamado Fabrício Queiroz que pode intermediar toda a nossa negociação. Ele é de confiança e sabe como fazer essas tratativas, pois já serviu ao meu filho Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. E por falar em filho, o meu filho número 2 continua com aquela vontade de ser embaixador aí nos States. Caso concordes, peço para ele enviar o currículo.
     Atenciosamente, 
     Jair Bolsonaro
     P.S.: Se tiveres interesse em adquir cloroquina, estamos exportando por excesso na produção."

525 – TRAMOIA CONTRA OS ÍNDIOS. Os madeireiros estão organizando, para o dia 19 de abril, uma ida a Brasília de um grupo de índios manipulados, sem vínculos com suas comunidades, para simular que eles têm apoio nas suas investidas para mudar a legislação e assim se apossar das terras indígenas a fim de explorar a mineração, com a consequente destruição dos habitats desses povos. Essa cobiça, apoiada por Jair Bolsonaro e pelo seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que atua do outro lado do balcão para ajudar o crime organizado, precisa ser contida sob risco de a barbárie genocida, tão frequente ao longo da história brasileira, continuar como política oficial de um governo cuja marca registrada é aliar-se aos poderosos para saquear os cofres públicos e se apropriar das riquezas da nação, sempre buscando um salvo-conduto para a impunidade do seu clã delituoso.

524 – KIT ENTUBAÇÃO. O governo federal chamou para si a responsabilidade de adquirir os chamados kits entubação, que são constituídos de anestésicos, sedativos e bloqueadores neuromusculares. Não se pode entubar os pacientes sem esses itens porque isso lhes causa sofrimento atroz. Pois bem, como dizia o Barão de Itararé, "de onde menos se espera, daí é que não sai nada". Muitas cidades já não estão mais entubando os doentes nas UTIs e isso nada mais é do que uma sentença de morte. Das cerca de 186 milhões de doses desses medicamentos que se comprometeu a comprar para seis meses, o Ministério da Saúde só adquiriu 32,48 milhões de doses, apenas 17% do total. As condutas criminosas de Jair Bolsonaro, de negar a pandemia, recusando-se a efetuar negociações com fornecedores em tempo hábil e trocando de ministros da Saúde sem critérios, já estão cobrando seu preço. O dolo presidencial se traduz em recordes de mortes numa tragédia nacional que tem início, um meio longo e não se sabe quando terá fim.

523 – VAQUEJADA AMBIENTAL. O governo de Jair Bolsonaro não gostou nada da eficiência do chefe da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, que denunciou a associação criminosa entre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e madeireiros e desmatadores daquele estado, agindo para coibir os delitos. Tão logo assumiu a direção da Polícia Federal, o novo nomeado de Bolsonaro, Paulo Maiurino, decidiu afastar o chefe do órgão. Os defensores da vaquejada continuam tentando passar a boiada, mas não querem usar o berrante. Quando são descobertos, reagem com represálias. Para Bolsonaro, PF é "Prato Feito". Para quem cumpre suas funções sem prevaricar, continua sendo "Polícia Federal". O Palácio do Planalto hoje em dia nada mais é do que um PCC legalizado.

522 – GENOCIDA. Jair Bolsonaro reclamou de ser chamado de genocida. Todavia, ele vetou um projeto de lei que garantiria acesso à água potável para as populações indígenas durante a pandemia. Também diz que não tem responsabilidade pelas mortes, atribuindo a responsabilidade do caos aos governadores e prefeitos. Por fim, diz que estamos na iminência de "um problema muito sério no Brasil". Um não, enquanto ele governar, teremos uma penca de problemas, de toda ordem. Ao citar o problema sério que podemos ter, diz que não quer brigar com ninguém. Em sua linguagem rudimentar, isso soa como uma ameaça. Trata-se de uma ameaça de poltrão, que fala muito em "meu Exército", embora tenha sido um péssimo militar. O "exército" dele já teve duas baixas importantes, o cabo e o soldado que fechariam o STF. Parece que ambos morreram da "gripezinha" diagnosticada pelo Capitão Cloroquina.

521 – PROVOCANDO RISOS. O primeiro-ministro da França, Jean Castex, provocou risos no parlamento francês ao comentar a insistência de Jair Bolsonaro com a cloroquina, um remédio contestado no mundo científico. O governo daquele país decidiu suspender os voos vindos do Brasil para prevenir a disseminação da doença por meio de brasileiros. O país não para de dar vexames. O Brasil nem está mais "acima de tudo". Anda voando mais baixo do que voo de marreca choca, como diz aquele ditado gaúcho.

520 – ÓDIO AOS LIVROS. O governo de Jair Bolsonaro está propondo fundir PIS e Cofins num único tributo, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Nesse projeto de lei, está previsto fim da isenção para o mercado de livros, com fixação de uma alíquota de 12%. Ora, a leitura é fundamental para o exercício da cidadania. Talvez seja exatamente por isso que a trupe bolsonarista busque encarecer esse produto tão imprescindível para a elevação cultural das pessoas. Assim como se mostra inimigo da educação e da ciência, também quer impor restrições ao acesso à cultura. Os bolsonaristas, em geral, detestam quem lê e tem senso crítico. Não é à toa que a maioria deles apenas reproduz postagens como robôs a serviço do gabinete do ódio sob controle do afetado Carlos Bolsonaro.

519 – ARMAS. Em matéria de armas, passamos do oito ao oitenta. Os governos petistas, não obstante o plebiscito que mostrou inequivocamente que a população, na sua maioria, era contra o desarmamento, nunca aceitaram que as pessoas pudessem ter a posse de uma arma em suas casas para autodefesa. Alguns até alegam que a lei permitia, dentro de certos requisitos. Mas as exigências eram tão draconianas que inviabilizavam o direito. Por sua vez, Jair Bolsonaro caiu no outro extremo e emite decretos que, sem critério, propiciam o acesso às armas de maneira desordenada, bem ao gosto das milícias e de segmentos paramilitares. Chega a liberar compra de munições sem limite e, para civis, autoriza até dois portes, sendo que um já seria uma aberração (posse é a arma dentro de casa, porte é a arma em circulação). Tudo indica que Bolsonaro quer montar sua tropa particular para secundá-lo em sua saga fascista. Se sua horda já é perigosa com fogos de artifícios, imagina com munição de verdade. 

518 – INFLAÇÃO. Com a inflação nas alturas, o que qualquer dona de casa pode conferir nos supermercados, fica evidente o fracasso do governo de Jair Bolsonaro em reger a economia. Só os salários estão congelados. É incrível que haja inflação com recessão. A inflação é o resultado do aumento da procura sobre determinados itens. Todavia, atualmente, os preços aumentam mesmo que o povo esteja sem dinheiro, sem emprego e sem capacidade aquisitiva. Ocorre que a economia brasileira está dolarizada. Como não tem uma indústria forte e os investimentos são, na maior parte, especulativos, o país precisa adquirir insumos na cotação internacional para produzir. O sucateamento da economia brasileira, com logística cara (privatização ou desativação das ferrovias, por exemplo), corte em pesquisa e em educação, peso da dívida pública inflada, gerou um quadro de caos de difícil reversão com uma gestão desgovernada, sanguessuga e entreguista.

517 – CULTOS. No julgamento no STF em relação à liberação de cultos no país, o advogado-geral da União, André Mendonça, afirmou que os cristãos estão dispostos a morrer para frequentar os templos. Não precisamos chegar a tanto. Eles já estão morrendo na epidemia ignorada por Jair Bolsonaro. Gestos extremos de heroísmos inúteis são completamente desnecessários. A disseminação do coronavírus vai ajudar essa gente na busca pela salvação. Pena que não irão sozinhos e muitos inocentes vão perder a vida por conta desses adoradores do Capitão Cloroquina.

516 – PREVIDÊNCIA. A pandemia mostrou quem realmente produz a riqueza do país. Bastou os trabalhadores ficarem em casa para que os donos do capital, contrariando recomendações sanitárias, passassem a pregar a volta ao trabalho, dos quais são parasitas. Não conseguiram tocar seus negócios sozinhos. Todavia, sempre que pode, essa elite quer transferir a conta da crise para os trabalhadores. Agora, o vice-presidente Hamilton Mourão já está falando numa nova reforma da Previdência. Preservaram os congressistas, as corporações, as forças policiais, os militares e transformaram esse direito numa miragem para o restante da população, isso se ela conseguir vaga num país de desempregados. Dessa forma, aposentadoria e fim da vida passam a ser sinônimos. Ninguém fala em taxar as grandes fortunas. Jair Bolsonaro prometeu tirar o Estado do cangote dos empresários. Primeiro, que isso não é verdade. Segundo, que a canga real está há muito tempo no pescoço dos pobres, desempregados, informais e carentes. Tirar dos empobrecidos para dar aos ricos é da essência do governo bolsonarista.

515 – VÍDEO MILICIANO. Atrás de um grande bandido, pode estar um bandido maior ainda. O acusado da morte do menino Henry Borel, Doutor Jairinho, tem no seu pai, o coronel Coronel Jairo (MDB-RJ), conhecido miliciano do RJ, o seu maior entusiasta. Pois esse senhor fora da lei aparece em um vídeo de amigo para amigo, de parça para parça, apoiando a candidatura de Flávio Bolsonaro ao Senado. Os elos da família organizada com as milícias fluminenses são parte de um triste capítulo em que um grupo criminoso chegou ao governo numa república desavisada. Veja o vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=I3cuT86BuXo

514 – PANDEMIA: ERROS DE BOLSONARO. "Atraso na vacinação, não termos contratado em tempo hábil as vacinas, programado os leitos de UTI um ano atrás. Podíamos ter hoje uma condição melhor de atendimento, inclusive através de hospitais de campanha. Podíamos ter nos preparado com a produção de oxigênio, com o estabelecimento de uma rede de distribuição mais eficiente para atingir toda a população que esteja internada. E podíamos ter feito uma política externa melhor para garantir de maneira mais rápida os insumos da vacina e os medicamentos necessários." Essa fala não é de nenhum comunista ou opositor do governo. Trata-se de uma análise do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) sobre os erros cometidos pelo governo de Jair Bolsonaro. Opinião insuspeita de quem é aliado do Capitão Cloroquina.

513 – ESTULTICE JURÍDICA. Ninguém é obrigado a conhecer assuntos diversos, mesmo que digam respeito à sua área de atuação. Todavia, se for dar opinião sobre o que não sabe ou deveria saber, o mínimo que se exige é que se aconselhe com quem tem esse conhecimento para não passar por tolo. Ainda mais quando se trata de um presidente da República. Pois Jair Bolsonaro, por falta de escopo e de cautela, não tem essa conduta. Ao reclamar que o ministro Luís Barroso não dá andamento ao processo de impeachment de outros ministros do Tribunal, mostra um desconhecimento indesculpável para o cargo que ocupa. Quem deflagra esse procedimento é o presidente do Senado, seu aliado, aliás. Ao afirmar que Barroso está avançando sobre outro poder, de novo evidencia seus parcos conhecimentos da lei e do texto constitucional. Ele foi sorteado para se manifestar num processo ajuizado por vários senadores, que tinham já cumprido os requisitos para obter um provimento do seu pedido. Ele não tomou iniciativa nenhuma. O Capitão Cloroquina fala muito e entende um pouco de nada.

512 – DECLARAÇÃO CÍNICA. Diante da instalação da CPI da Pandemia, que ele e o Centrão tentaram barrar, Jair Bolsonaro declarou que não é hora de apurar responsabilidades. Claro, quer ficar impune diante dos seus delitos. Essa declaração do Capitão Cloroquina em causa própria serve para mostrar que ele sabe que tem culpa no cartório.

511 – CPI DA PANDEMIA. Uma CPI para ser instalada no Senado precisa de 27 senadores. O pedido de CPI para investigar os malfeitos de Jair Bolsonaro por ocasião da pandemia já tinha 31 assinaturas desde 15 de janeiro e nada de o presidente Rodrigo Pacheco (DEM), do Centrão e aliado de Bolsonaro, permitir seu funcionamento. Foi preciso que os senadores fossem ao STF para conseguir exercer o direito que lhes é garantido pela Constituição. O ministro Luís Roberto Barroso decidiu que a CPI cumpre rigorosamente os requisitos para sua implementação, como número de assinaturas, objeto determinado de investigação e prazo de duração. Pacheco, contrariado, disse que vai cumprir a decisão. Esse engavetamento está em rota de colisão com a transparência que se espera de um poder da República, muito embora não cause surpresa a atuação de seu presidente em prol da impunidade de Bolsonaro, que negocia com o Centrão em cima da tragédia que se abateu sobre a vida e a saúde de milhões de brasileiros. Aliás, o cabo e o soldado que fechariam o STF já devem ter morrido de Covid-19.

510 – PENSÕES. Enquanto se mostra contrário a um auxílio lavagem votado no Congresso (de R$ 150 a R$ 375), sob a alegação de risco às contas públicas, o governo de Jair Bolsonaro recusa-se a fornecer os dados referentes ao pagamento de pensões e de aposentadorias aos militares, aí incluídas aquelas pagas às filhas solteiras e nunca desposadas. Estima-se que esse valor chegue a R$ 5 bilhões por ano, equivalente ao que o governo de Jair Bolsonaro anuncia com pompa e circunstância que arrecadou ao privatizar bens públicos como aeroportos em todo o país.

509 – 9 x 2. Por um placar de 9 a 2, o STF decidiu que os municípios e estados podem sim restringir cultos e missas para evitar aglomerações. Os únicos que votaram contra foram Dias Toffoli e Nunes Marques. O primeiro tem um histórico de trocas de favores com os Bolsonaros (foi ele quem trancou investigações da rachadinha de Flávio Bolsonaro) e Kassio Nunes Marques é um pau-mandado de Jair Bolsonaro no Supremo. Em pleno recrudescimento da pandemia, pastores e padres queriam garantir seus dízimos e lucros indecentes, mesmo que isso implique aumento nas mortes. Não se trata de ir contra o direito à religiosidade, porque ela não depende de templos, mas da fé individual de cada um. Mesmo o óbvio, quando em conflito com interesses escusos, parece não ter a mesma obviedade que o caracteriza.

508 – PITO. O Brasil está mesmo fazendo alicerce em nuvens. Na ação que julga se os templos devem ou não ficar abertos para cultos e missas, coube ao ministro Gilmar Mendes passar um pito no advogado-geral da União e no procurador-geral da República, ambos colocando os interesses mercantilistas de uma parcela dos religiosos à frente da saúde da população, inclusive com argumentos falaciosos. Gilmar Mendes enquadrou André Mendonça e Augusto Aras. Os defensores do bolsonavírus foram devidamente humilhados. E olha por quem. O Brasil está mesmo fazendo alicerce em nuvens. 

507 – INSULTO EM VEZ DE AÇÕES. Os ataques de Jair Bolsonaro à imprensa têm sido frequentes e escondem a tentativa de disfarçar sua incompetência e viés corrupto. Neste 6 de abril, respondendo a um apoiador, ele afirmou que resolveria rapidamente o problema das denúncias se liberasse verbas para os veículos de comunicação. Na verdade, ele mede os outros por sua própria escrotice. Useiro e vezeiro em notas frias, em funcionários fantasmas, em peculato (com a popular rachadinha), em nepotismo, em malversação de diárias, em desvio de verbas partidárias, em direcionamento de recursos para seus apaniguados, proteção de criminosos como os grileiros, ele pensa que todo mundo se pauta por sua cartilha criminosa. Sua omissão dolosa em relação à pandemia já enlutou milhões de brasileiros, mas isso é só um detalhe para um sacripanta que tem como obsessão, diante de suas falcatruas, obter um passaporte para a impunidade.

506 – FÉRIAS BOLSONARIANAS. As férias de Jair Bolsonaro, gozadas (parece gozação mesmo) entre 18 de janeiro de 2020 e 5 de janeiro de 2021, custaram R$ 2,3 milhões aos cofres públicos. Os gastos envolvem R$ 1,1 milhão no cartão corporativo (e tu aí cuidando teu limite), 185 mil dólares para custear deslocamentos nos aviões da FAB, R$ 202 mil em despesas com viagens aéreas, entre outros itens. O nababo viaja com nosso dinheiro enquanto corta as despesas para financiar leitos de Covid no SUS ou num ínterim em que pessoas morrem por falta de respiradores nos hospitais, sem falar em remédios, equipamentos e recursos básicos para os atendimentos. Os malfeitos do Messias o realçam como um aproveitador vil, cruel e dissimulado. Eu tenho certeza de que se os comunistas fossem como os bolsonaristas dizem que eles são, eles seriam exatamente como é Jair Bolsonaro.

505 – SEM GÁS. Não foram poucas as vezes em que o ministro Paulo Guedes repetiu que a venda de estatais na área de petróleo poderia (como sempre "poderá", "é provável", "esperamos") resultar em um menor custo para o botijão de gás. Pois bem, mesmo depois da venda da Liquigás pela Petrobras, em vez de baixar à metade, como ele aventou, está hoje cerca três vezes o valor dessa "metade", ficando em torno de R$ 105. Sempre as falsas promessas em prol das privatizações. O povo agora ficou sem gás e já está sem saco com o governo de Jair Bolsonaro.

504 – POSSES. A manifestação do procurador-geral da República no sentido de que o julgamento da liberação de cultos e missas no STF seja feito, ao fim e ao cabo, monocraticamente pelo ministro bolsonarista Kassio Nunes Marques mostra que a família organizada está envolvida em vários empreendimentos. Renan Bolsonaro tem uma empresa, Eduardo Bolsonaro quase teve uma embaixada, Carlos Bolsonaro tem uma rede de intrigas, Flávio Bolsonaro tem uma mansão e Jair Bolsonaro tem um Aras.

503 – BOATO SOBRE VACINA. A claque bolsonarista está divulgando um boato sobre uma orquestração de governadores contra Jair Bolsonaro ao esconder vacinas a fim de prejudicá-lo. Rematada mentira. As doses estocadas assim estão por orientação do próprio Ministério da Saúde, que determinou que os estados façam a reserva para a aplicação da segunda dose da CoronaVac, da Fundação Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac. Se alguém voltasse à Terra depois de um período de abdução de março a dezembro de 2020, lendo essa notícia falsa, poderia pensar, erradamente, que o Capitão Cloroquina seria o paladino da vacinação.

502 – DE REBANHO. Do jornalista bolsonarista Cláudio Humberto: "O deputado, ex-ministro e médico Osmar Terra (MDB-RS) cita estimativa de letalidade média mundial de 0,27 dos infectados por Covid-19 para avaliar que 120 milhões de brasileiros 'provavelmente já foram contaminados, curaram e estão imunizados contra o vírus'". Outra previsão do "especialista" que estimou que as mortes na pandemia ficariam em torno de 2 mil. Por essa aferição dele, bastaria que houvesse a preocupação com os cem milhões restantes. Ora, se o coronavírus se autoacusar, a tarefa de encontrar esse contingente fica bem facilitada.

501 – DECISÃO INSÓLITA. O ministro Kassio Nunes Marques decidiu liberar monocraticamente cultos e missas pelo país a partir de uma ação da Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anajure), que não tem a legitimidade para oficiar perante o STF. Após essa liminar insana, ele foi além na sua saga antijurídica. Diante das manifestações do prefeito Alexandre Kalil, de Belo Horizonte, de que não não cumpriria o decreto, mandou intimar pessoalmente Kalil. Ora, o juiz não pode agir de ofício, tem que agir mediante provocação de alguém que tenha legítimo interesse de agir. Notícias da imprensa não configuram justa causa. Neste caso, como ele sabe que sua decisão de liberação contraria o plenário do Supremo, quer garantir que os religiosos bolsonaristas possam realizar suas aglomerações sem nenhuma restrição. Nunca Bíblia e morte estiveram tão imbricadas.

500 – VACINAÇÃO DUVIDOSA. A jovem esposa do senador Flávio Bolsonaro, Fernanda Bolsonaro, se vacinou contra a Covid-19 por ser dentista, passando na frente de milhares de pessoas. Todavia, ela não é profissional do SUS nem está na linha de frente da luta contra o coronavírus. Essa imunização precisa ser mais bem explicada.

499 – CULTOS. Com o Brasil chegando a 330 mil óbitos e a quase 2 mil mortos neste sábado (3.4.2021), o ministro Kassio Nunes Marques, indicado por Jair Bolsonaro para o STF, tomou a decisão de liberar cultos e missas em pleno recrudescimento da pandemia. Além de corroborar o viés autoritário de Bolsonaro, ele abriu um precedente perigosíssimo ao proibir os estados e municípios de editar medidas restritivas sobre o tema. É a primeira vez que o Supremo emite uma permissão que o governo federal pode usar para se contrapor à legislação sanitária que regula as ações entre os entes federativos, a qual não permite que se favoreçam as aglomerações. Esse passa boi pode ser uma sinalização para o governo bolsonarista tentar passar a boiada. E se isso acontecer, o coronavírus vai deitar e rolar.

498 – AUXÍLIO LAVAGEM. Em 2020, Jair Bolsonaro era contra o auxílio de R$ 200 para a população. O Congresso aprovou R$ 600 e ele teve que engolir. Pior, ainda posou de benfeitor e até ganhou popularidade com isso. Agora, em 2021, embora ele seja contrário novamente, haverá um novo auxílio com valores entre R$ 150 e R$ 375, pagos em quatro parcelas. Bolsonaro, por certo, deve achar esse valor exorbitante, embora a diferença seja abismal entre o que ele gasta no cartão corporativo e esse montante risível e irrisório. A falácia do equilíbrio das contas públicas serve para encobrir um auxílio lavagem indecoroso que pouco ou nada vai servir para mitigar a fome. Só falta Bolsonaro, adepto contumaz do emprego de notas frias, querer prestação de contas desse total "vultoso" pago a contragosto.

497 – EM ESTÁGIO. Certa feita, eu ministrava aulas numa escola de elite de Porto Alegre, a melhor hora-aula da Capital. Isso foi até quando retirei a prova de três alunos que estavam colando. A pedagoga quis fazer uma reunião de acareação entre mim e os ditos cujos, com interesse anunciado de que eu refizesse a prova. A reunião saiu sem minha presença. Não posso aviltar minha profissão. Poderia até discutir a questão, mas sem uma pressão indevida. Penso nisso agora que Jair Bolsonaro escolheu o general Paulo Sérgio para o Exército já avisando que pode revogar a nomeação. Na verdade, ele quer um comandante para chamar de seu, para atuar em prol de seus interesses golpistas e familiares.  Quando um capitão arrivista transforma um general em estagiário, a gente percebe que vivemos momentos insólitos no país.

496 – VETOR. Jair Bolsonaro é um vetor da disseminação do coronavírus. Um levantamento indica que a percentagem de infectados entre os servidores do Palácio do Planalto chegou a 13%, o dobro do percentual de contaminados na população. A gripezinha fez um baita dum estrago, principalmente por conta das aglomerações indevidas comandadas pelo Capitão Cloroquina.

495 – UNIPAMPA DE ITAQUI-RS. O campus de Itaqui-RS da Unipampa foi alvo de uma manifestação de bolsonaristas no domingo do dia 28.3.2021. Toda a contribuição da Universidade para a cidade foi colocada em xeque por gente ressentida e fracassada. Os alunos itaquienses, que, tradicionalmente, tinham que sair para outras regiões para estudar, hoje podem cursar em nível de graduação Agronomia, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Engenharia Cartográfica e de Agrimensura, Especialização em Desenvolvimento Regional e Territorial, Especialização em Produção Vegetal, Especialização em Tecnologia dos Alimentos, Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, Matemática e Nutrição. Em nível de pós-graduação, estão disponíveis Especialização em Ciências Exatas e Tecnologia, Especialização em Desenvolvimento Regional e Territorial, Especialização em Produção Vegetal e Especialização em Tecnologia dos Alimentos. A implantação da Unipampa no município representou verdadeira revolução numa cidade que nunca pôde amparar seus estudantes na hora decisiva de escolher uma carreira. Só mesmo o irracionalismo de mentes embaçadas pode pretender chamuscar uma conquista de imenso porte. Felizmente, o resultado foi o contrário, pois a comunidade abraçou a Unipampa como um patrimônio de toda a coletividade. Agora, é hora de isolar esse bando de tresloucados, inclusive os que atuam no comércio ou na prestação de serviços, sem comprar nada desses partidários do Capitão Cloroquina. Quero deixar minha solidariedade a todos os alunos, amigos e familiares, inclusive para os de Nutrição, citado como curso desprezível. Os profissionais dessa área são essenciais para a saúde da população e merecem este desagravo. Aos meus conterrâneos, minhas felicitações por agirem rápido e mostrar aos negacionaistas e defensores do bolsonavírus que eles são uma escória e que ninguém se deixará intimidar por uma horda indecente, mal informada e manipulada por segmentos corruptos, milicianos, golpistas e aproveitadores.

494 – BOLSONAVÍRUS. No momento em que o país supera 320 mil óbitos e tem um dia com 3.950 mortos, um triste recorde, Jair Bolsonaro afirma que é preciso garantir o direito de ir e vir da população, de deslocamento ao trabalho. Ora, só se for o "direito" de ser infectado na aglomeração. O bolsonavírus agradece o apoio recebido por esse insano que ora ocupa o Palácio do Planalto.  

493 – PROPAGANDA ENGANOSA. Está vindo à tona que o governo federal usou verbas públicas para pagar influenciadores digitais a fim de que eles realizassem a promoção do tal tratamento precoce, de nenhuma comprovação científica, como é o caso da cloroquina. No momento em que faltam recursos para salvar vidas com vacinas e respiradores, esse é mais um delito do governo de Jair Bolsonaro. Vale registrar a nota técnica da Associação Médica Brasileira (AMB): "Reafirmamos que, infelizmente, medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da Covid-19, quer seja na prevenção, na fase inicial ou avançadas da doença, sendo que, portanto, a utilização desses fármacos deve ser banida".

492 – IRRESPONSÁVEL. A deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), tentou capitalizar em cima da morte do PM que teve um surto em Salvador e atirou contra seus colegas, sendo morto a seguir. Ela afirmou em uma postagem que o soldado tinha se rebelado contra ordens ilegais do governador de agir contra civis. Tudo mentira. Depois, obrigou-se a apagar o texto. Típico de quem não tem responsabilidade com a sociedade. Nem gratidão os bolsonaristas têm. Afinal, foi a polícia do PT da Bahia que deu cabo do Capitão Adriano, um arquivo das falcatruas da família de Jair Bolsonaro. Um favorzinho desses não é todo dia que se consegue.

491 – FARSA BOLSONARISTA. Os comandantes da Aeronáutica, da Marinha e do Exército foram ao Palácio do Planalto para comunicar que estavam pedindo demissão. Informado disso, o que fez Jair Bolsonaro? Disseminou o boato de que era ele que os estava demitindo. Se colar, colou. Não colou. Ficou ridículo e mostra o Messias falastrão e isolado.

490 – GOLPE DE 64. O novo ministro da Defesa do governo de Jair Bolsonaro, general Walter Braga Neto, publicou uma ordem do dia elogiosa para o Golpe de 64. Disse que foi para salvaguardar a democracia, entre outros clichês. Contudo, não se trata disso. O Brasil tinha uma constituição em vigor, que precisava ser defendida. Os patriotas que fizeram isso, inclusive militares, foram perseguidos e muitos mortos. O regime militar foi ideado pelo governo norte-americano para tornar o Brasil um afluente de sua economia. É assim que houve um descomunal aumento da dívida externa, o sucateamento das ferrovias e a transformação do país num quintal para despejar produtos, sem autodeterminação ou projeto de soberania. Isso sem falar na corrupção reinante, nos crimes contra a humanidade e a tortura. Estupros, exílios, desaparecimentos, mortes de opositores, censura, mentiras e enganações passaram a fazer parte do cotidiano. Depois de duas décadas, o regime militar golpista devolveu o país falido. Nada há para comemorar para quem conhece história e tem compromisso com a verdade.

489 – TENTATIVA DE GOLPE. Todas as mudanças realizadas por Jair Bolsonaro têm jeito de golpe. É o caso da troca no Ministério da Defesa, no qual ele quer ter um representante para gestionar o adesismo das Forças Armadas. Todavia, isso só pode ser delírio de um maluco que não consegue implementar suas medidas disparatadas. O cabo e o soldado que fechariam o STF parecem ser cada vez mais a alegoria de um governo isolado e sem norte. Meu único temor é que suas hordas "paramilitares" causem estragos antes de serem identificadas e devidamente presas por suas condutas tresloucadas.

488 – AMIGO FEDERAL. O delegado da Polícia Federal Anderson Torres, escolhido por Jair Bolsonaro como novo ministro da Justiça, é amigo do peito dos filhos enrolados do presidente, principalmente do senador Flávio Bolsonaro. Alguma surpresa?

487 – CHANCELER. O chanceler Ernesto Araújo cometeu tantas asneiras na diplomacia brasileira que nem o Centrão lhe deu sustentação. Quando até esse bloco oportunista tem vergonha do sujeito é porque o caso é grave. Jair Bolsonaro viu-se obrigado a entregar a cabeça de mais um lunático ideológico do seu amalucado governo.

486 – INSENSÍVEL. A deputada bolsonarista Janaína Paschoal, parlamentar por São Paulo, escreveu que é hora de as UTIs priorizarem os mais jovens em detrimento dos mais idosos no tratamento em relação à Covid-19. Em vez de questionar a condução da pandemia por parte do governo de Jair Bolsonaro, ela escolhe culpar as vítimas. Devem morrer porque têm mais idade. Isso é odioso, isso é revoltante, isso é alienante, isso é doloso, isso é desumano. Essa senhora representa bem o pensamento desse governo sacripanta e genocida.

485 – DIPLOMATAS. Um grupo de 300 diplomatas escreveu uma carta questionando o caos da política externa brasileira conduzida por Ernesto Araújo, do grupo ideológico do governo Bolsonaro. Graças aos seus delírios, o país passou à condição de pária internacional, sem credibilidade, justamente quando precisa negociar vacinas e insumos para salvar vidas. Nunca o Brasil esteve tão mal representado no Itamaraty. Na hora de construir pontes, temos  um cavador de fossos. Os milhares e milhares de óbitos são a triste marca da criminosa condução da pandemia por parte do Capitão Cloroquina e de sua trupe mórbida.

484 – IBGE. Um país que não se conhece não pode mitigar suas mazelas e desigualdades sociais. Esse levantamento de problemas é feito através das pesquisas periódicas do IBGE. Contudo, o governo de Jair Bolsonaro cortou as verbas para o censo em 90%, inviabilizando a iniciativa. A família organizada não tem interesse em descobrir um Brasil pobre e oculto que contrasta com seus privilégios e falcatruas.

483 – QUEM TEM CARGO TEM MEDO. O chanceler Ernesto Araújo anda caminhando de joelhos colados. Agora, ainda que Jair Bolsonaro goste de dizer que ele é que manda, está indo aos líderes do Centrão para tentar se manter no cargo. Já contatou os presidentes da Câmara e do Senado, as eminências pardas do governo bolsonarista e para quem Messias realmente presta contas, uma vez que vendeu o governo à "velha política". Bolsonaro, destronado, agora está de um jeito que se ajusta perfeitamente ao que costuma dizer o meu amigo Dionísio Mazuí, apresentador do programa "Chimarrão, Charla e Cantiga" na Rádio Quaraí (www.radioquarai.com.br, sábados, 17h): "Esse aí não manda em casa nem em dia de chuva".

482 – 300 MIL. A negligência, a indiferença, a inépcia, a crueldade, o nepotismo e o mau-caratismo de Jair Bolsonaro nos levou a isso: temos a triste cifra de 300 mil mortos e milhões de pessoas na miséria. Bolsonaro? Ele vai bem, obrigado! A família organizada tripudia sobre a nação.

481 – VÍTIMA DE BOLSONARO. "Meu pai tomou durante os cinco dias. Eu sabia que esses remédios [azitromicina, cloroquina, vitaminas, corticoide] não têm eficácia comprovada, mas como ele era muito teimoso por questões políticas, nem adiantou eu falar. Ele disse que queria porque era o remédio do Bolsonaro." Relato da filha de um falecido por Covid-19 que levou a sério o Capitão Cloroquina.

480 – PRONUNCIAMENTO. O pronunciamento de Jair Bolsonaro na terça-feira, 23.4.2021, é um documento para os anais da hipocrisia. Depois de dizer que sempre foi a favor da vacina, mentindo descaradamente, porque sempre boicotou as negociações, afirmou que o Brasil é um dos países que mais vacina, outra inverdade ululante. Sua declarada solidariedade à família das vítimas igualmente soou como um deboche, pois ele sempre tratou a pandemia como uma "gripezinha". O país inteiro conhece sua postura de minar o combate à pandemia. Agora mesmo, ele acaba de ir ao STF tentando barrar as medidas sanitárias dos governadores. Pela narrativa bolsonarista, como o país está batendo recordes de mortes, essas iniciativas não funcionam. Essa é uma lógica de manicômio. Se com as hordas negacionistas disseminando o vírus, chamando as máscaras de "focinheira ideológica" e descumprindo o distanciamento social, já temos tantos óbitos, imagine-se se vingasse o que defende o Capitão Cloroquina. Teríamos hoje uma nação de um contingente ainda mais expressivo de mortos. Se hoje temos um colapso na sáude, restariam então a barbárie e o caos, o luto e a tragédia de ter o coronavírus mais letal do mundo. O Capitão Cloroquina capitaneia o genocídio no Brasil.

479 – CULTURA AGONIZA. O secretário da Cultura de Jair Bolsonaro, Mario Frias, escreveu "assesso a Cultura". Dois erros crassos numa simples postagem. Além de errar "acesso", não colocou o acento grave em "a Cultura". Esse é o nível dos integrantes do governo de Bolsonaro. "Imprecionante!", como diria o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub.

478 – SAÚDE AGONIZA. Jair Bolsonaro, enquanto a pandemia atinge recordes de mortes, está com dificuldades para nomear o quarto ministro da Saúde do seu governo porque o cardiologista Marcelo Queiroga, escolhido para o cargo, tem impedimentos legais para assumir, uma vez que sua condição de administrador de empresas na área conflita com o requisitos para ocupar a pasta. Mais uma trapalhada do governo federal, que, a exemplo do que já aconteceu na Educação, esqueceu-se de checar a condição do indicado. Outrossim, Bolsonaro também está empurrando a troca com a barriga porque quer garantir foro privilegiado para o general Eduardo Pazuello, que pode até ser preso em instâncias inferiores da Justiça se não tiver uma salvaguarda. De um lado, a incompetência no ato de nomeação: de outro, a busca pela impunidade. E não deixando de lembrar que eventuais delitos de Pazuello têm as digitais do Capitão Cloroquina.

477 – PERDÃO INDECENTE. Jair Bolsonaro fez um favor com recursos públicos aos empreendedores da fé. Perdoou a dívida de tributos de igrejas e templos religiosos. O valor chega a R$ 1,4 bilhão. A informação é autoexplicativa e não carece de complementação.

476 – CONTRA OS ALUNOS. Jair Bolsonaro vetou um projeto de lei que garantia acesso gratuito de Internet para alunos e professores da rede básica de ensino. O projeto estabelecia um montante de R$ 3,5 bilhões a ser repassado aos estados e ao Distrito Federal. Os valores seriam empregados para adquirir planos de Internet móvel e tablets para o corpo docente e discente. O Capitão Cloroquina despreza a ciência, a pesquisa, nega as vacinas e não está nem aí para a educação. Verbas sem rachadinhas deixam a família organizada imersa em cruel indiferença.

475 – ANTIVACINAÇÃO. O Brasil está na rabeira do mundo em termos de vacinação e Jair Bolsonaro, que chamou a epidemia de "gripezinha", tenta legitimar uma narrativa de que sempre esteve negociando com os laboratórios a compra de vacinas. A versão é desmentida pelos fatos. Bolsonaro rechaçou negociações com a Pfizer que, caso concretizadas, teriam disponibilizado 70 milhões de doses até junho de 2021. O Governo Federal ainda recusou três ofertas da vacina do Butantan/Sinovac. Ignorou tratativas realizadas em julho, agosto e outubro. Alguém lembra que Bolsonaro desautorizou Eduardo Pazuello na aquisição de 46 milhões de doses da CoronaVac? Se hoje faltam vacinas no país e as mortes recrudescem, isso deve ser debitado na conta do genocida que ora vive de expedientes no Palácio do Planalto.

474 – MÉDICA. A médica Ludhmila Hajjar passou cerca de três horas conversando com o presidente Jair Bolsonaro, numa sabatina que também envolveu seu filho Eduardo Bolsonaro (o que ele entende de saúde?). Ao final das contas, ela desistiu do convite, entre outros motivos, por ouvir da boca de Jair Bolsonaro: "Você não vai fazer lockdown no Nordeste para me foder e eu depois perder a eleição, né?". Ele quer uma marionete no cargo e não um ministro da Saúde que esteja ao lado da ciência. O que é bom para Bolsonaro não serve para o Brasil.

473 – QUATRO FILHOS DE MESSIAS. Quase dois anos e meio depois da posse de Jair Bolsonaro, seus quatro filhos — Flávio, Eduardo, Carlos e Renan — são investigados por corrupção pela Justiça e pela Polícia Federal. Por enquanto, o chefe da família organizada tem a tão estimada imunidade penal. Nunca fez tanto sentido aquela irada frase irada proferida na pouca ilibada reunião ministerial de 22.4.2020: "Eu não vou esperar foder a minha família toda". 

472 – SERVIÇAL DE TRUMP. Um relatório do governo norte-americano de quando Donald Trump era presidente dos Estados Unidos e Jair Bolsonaro seu mais fiel serviçal mostra que ele interveio para o Brasil não comprar a vacina Sputnik, desenvolvida pela Rússia. Deu no que deu.

471 – PERSEGUIÇÃO. A Polícia Civil do Rio de Janeiro, de ofício (sem ser solicitada), encaminhou uma intimação, que também poderia ser chamada de intimidação, para que o blogueiro Felipe Neto compareça a uma delegacia para explicar o fato de ter chamado Jair Bolsonaro de "genocida". A convocação policial fala em calúnia e em crime contra a segurança nacional. A imputação em relação à segurança nacional é piada. Já a calúnia, além de ser uma uma queixa-crime privada, portanto de iniciativa própria do ofendido, envolve a atribuição de um fato considerado como crime e jamais uma adjetivação pejorativa, que implicaria, se implicasse, o delito de injúria, também de esfera privada da suposta vítima. O que um delegado bolsonarista não é capaz de fazer para mostrar serviço, inclusive atropelando as leis e a Constituição. Tudo para agradar a um genocida. (Bah, falei! Será que o senhor delegado vai me intimar/intimidar também?)

470 – CARAVANAS DA MORTE. Apoiados por Jair Bolsonaro, os bolsonaristas realizaram carreatas por todo o país, em 12.3.2021, defendendo a abertura total do comércio e criticando as medidas restritivas dos governadores. O mais descabido é que essas manifestações, que felizmente mostram-se esvaziadas a cada edição, ocorrem no momento em que as mortes por Covid-19 superam recordes e as famílias estão perdendo seus entes queridos, muitas vezes mais de um deles, com a tragédia se abatendo sobre o clã familiar. Esse bando de gente psicopata perdeu a noção de realidade. Trata-se de amigos do vírus e da desgraça alheia.

469 – QUEM FALANDO. Jair Bolsonaro criticou a criação de auxílio emergencial por parte de governadores. Diz que as pessoas que vivem de dinheiro dos governos acabam manipuladas. Ora, ele e a família organizada nunca trabalharam na vida e sempre se locupletaram com verbas públicas. E não é auxílio pequeno não, mas sempre valores de monta. Agora mesmo, sua ex-mulher Ana Cristina Valle foi nomeada para um cargo em Brasília, na Câmara dos Deputados. Família que suga unida permanece unida, inclusive com participação especial da ex.

468 – NO RABO. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), irritado com a justa cobrança da imprensa diante da inércia do governo federal, aconselhou que o item máscara seja enfiado no "rabo". Esse é o tipo de gente que nos desgoverna, que não age, que é omissa diante de uma tragédia sem precedentes como é o coronavírus, que já matou milhares e milhares de pessoas em todo o país. Até parece aquela conversa de coletivo: "A gente podia tá comprano máscara, fazeno distanciamento social, indicando álcool gel, comprando vacina, mais estamos aqui desinformano voceis, favoreceno a transmissão do vírus, cortano verbas da saúde e dando uma banana pros que morre, porque todo mundo morre um dia, tá OK?". O rabo, para a família organizada, é um órgão cívico próprio para quem tem duas caras. Como os bolsonaristas.

467 – FALSO POSITIVO. Quando convidou o general Eduardo Pazuello para ministro da Saúde, contrariando o ditado que diz que ovelha não é pra mato, Jair Bolsonaro alegou que ele seria um excelente estrategista na logística necessária. Nesse tempo todo, ele só se mostra muito perdido enquanto as mortes aumentam e ele se submete ao discurso negacionista de Bolsonaro. Além disso, comete erros como o de trocar o estado de destino das doses, altera datas para minimizar sua omissão no Amazonas e cada vez mais se mostra ineficiente nas negociações atrasadas com outros países, além de diminuir os leitos bancados por verbas federais no país inteiro. Enfim, Pazuello é Bolsonaro e Bolsonaro é Pazuello e a Covid-19, para desespero das famílias brasileiras, está ganhando com luz essa carreira macabra.

466 – GAFE. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi repreendido pelo locutor de um evento oficial em Israel por se aproximar para tirar uma foto sem máscara com o ministro do Exterior israelense, Gabi Ashkenazi. Isso só mostra a que ponto se chegou no negacionismo e no rebaixamento da diplomacia brasileira. Para quem acha que a imprensa brasileira está sempre criticando injustamente o governo por sua oposição "acertada" às medidas sanitárias, ele não foi nada valente. O locutor deu a palavra final. Que vexame!

465 – MANSÃO. A mansão comprada por Flávio Bolsonaro com valor muito acima do seu patrimônio declarado virou motivo de chacota (viria com rachadinhas) e também fez com que muitos clientes entrassem com pedido no Banco de Brasília para obter a mesma taxa de juro generosa, de 3,71% (mais o IPCA). Onde houver uma boa negociata, lá está um integrante da família organizada, tanto faz se é cartão corporativo, peculato, fundo partidário, empréstimos duvidosos, funcionários fantasmas, verbas de gabinetes, etc. O JB de Jair Bolsonaro também pode ser lido como Jair Boquinha.

464 – DEVOLUÇÃO DO AUXÍLIO. O governo federal está exigindo que quem recebeu acima de R$ 22.846,76 em 2020 devolva o auxílio emergencial e em uma única vez. Contudo, quem recebeu até R$ 28.559,70 e não recebeu o auxílio está isento. Dois pesos e duas medidas. Essa fixação do valor menor foi feita só para forçar a devolução do auxílio mesmo por quem está dentro da faixa de isenção. Ora, excluindo quem cometeu eventual fraude, as pessoas que se encaixaram nos critérios para receber a ajuda e são de baixa renda não podem ser penalizadas com esse confisco. Ou alguém acha que quem ganha entre R$ 22.846,76 e R$ 28.559,70 é rico? Jair Bolsonaro tem predileção para tirar dos que tem menos para transferir para quem tem muito, aí incluída sua família organizada, que nunca trabalhou na vida e aprecia benesses e privilégios com o dinheiro público.  

463 – PENA DE CENSURA. O governo de Jair Bolsonaro, por meio de uma denúncia encaminhada pelo súdito Bibo Nunes, deputado federal do PSL pelo RS, puniu o professor Pedro Hallal, ex-reitor da Upfel, e um outro docente, por criticarem a condução, ou a falta dela, da pandemia pelo governo federal. Eles assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto pela Controladoria-Geral da União (CJU), aconselhados pelos advogados, coisa da qual discordo, pois não há nenhuma inverdade nas críticas e o TAC é meramente administrativo, podendo o caso ser discutido no Poder Judiciário, que, provavelmente, não acolheria tamanha arbitrariedade, tamanha censura e tamanho despautério. Isso só mostra que a educação brasileira está nas mãos de verdadeiros ogros que querem despir as universidade de qualquer vestígio de senso crítico. Não é exagero dizer que quem está cometendo delitos é exatamente Bolsonaro. E graves, pois atenta contra a vida, os direitos humanos e contra a nossa periclitante democracia.

462 – FRESCURA. O descaso de Jair Bolsonaro com a pandemia é disfarçado por um discurso indisfarçável e tautológico. Ele diz que não se pode realizar o distanciamento social porque isso seria covardia contra o vírus e que tal prática é inócua, além de tachá-la de "frescura". Ora, uma vez que ainda não há vacinas em montante suficiente para a imunização em massa, o único jeito é tentar evitar o contágio. Se a lógica ilógica de Bolsonaro fosse aplicada, haveria ainda mais mortes, uma vez que a contenção social consegue minimizá-las, nunca evitá-las. Pois bem, se com um distanciamento social menor já há milhares e milhares de óbitos e milhões de infectados, imagina sem ele? Se Bolsonaro tivesse levado a melhor nessa queda de braço, possivelmente já teríamos o dobro ou mais de vidas perdidas. Difícil entender o desarranjo mental do presidente. Mas eu tenho uma hipótese: como ele só pensa na reeleição e tem cerca de 30% dos votos, ele raciocina que a cada cem que morrem, são 70 a menos que vão votar contra ele. Ganharia mais do que perde. Só pode ser isso.

461 – PESCA PREDATÓRIA. Jair Bolsonaro exultou com a liberação da pesca de arrasto, predatória e antiambiental porque captura espécies que ainda não cumpriram seu ciclo de desenvolvimento, morrendo antes e alterando o ecossistema marinho. A liminar foi dada pelo ministro Kássio Nunes Marques, do STF, indicado por ele. Proibida por lei no RS, os grandes industriais foram buscar respaldo para sua saga destrutiva no Supremo. E encontraram. Bolsonaro comemorou. Claro, quem é contra a preservação da natureza quer que o meio ambiente se degrade em nome do lucro. Deve ter comemorado junto com o sacripanta ministro Ricardo Salles, outro inimigo da fauna e da flora.

460 – CALOTE NO IR. Na campanha eleitoral, Jair Bolsonaro prometeu que iria reajustar a tabela do IR. No poder, esqueceu a promessa. Sua desídia vai fazer com que mais 10,5 milhões de brasileiros paguem o tributo em plena pandemia, começando pelos que ganham cerca de dois salários mínimos ou até menos. Como pobre de direita é um eufemismo para tolo colaborativo, os bolsonaristas já têm razões de sobra para ajudar Bolsonaro a desfrutar do seu cartão corporativo.

459 – FIM DE PAPO. Jair Bolsonaro é um poltrão despreparado e isso fica evidente quando ele encerra as entrevistas por conta de alguma pergunta que não é do seu agrado. Na mais recente, em Manaus, ele mostrou-se irritado quando questionado acerca do caso envolvendo seu filho Flávio Bolsonaro, expoente das rachadinhas. É por isso que os bolsonaristas criticam a imprensa, por que ela pergunta o que a sociedade crítica quer saber. O sonho de Bolsonaro é ter uma imprensa chapa-branca, talvez ser entrevistado por gente como o jornalista Osvaldo Eustáquio ou o blogueiro Allan dos Santos, seus apaniguados. Para ele, imprensa boa é imprensa morta. Ou morta-viva, como é o caso do SBT e da TV Record.

458 – SIGILO. A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu uma forcinha para Flávio Bolsonaro no episódio das rachadinhas. O voto que abriu as porteiras da impunidade para derrubar a ordem judicial que permitiu a investigação das movimentações financeiras do senador foi dada pelo ministro João Otávio de Noronha, aquele que sonha em ser ministro do STF. Interessante é que Flávio Bolsonaro se esconde atrás de firulas judiciais para não permitir a investigação. Quem usa recursos públicos não pode invocar privacidade. Simples assim. Mas vai dizer isso ao clã Bolsonaro, que nunca trabalhou na vida e sempre esteve a postos para malversar verbas do erário. De um lado, o Lula Livre; de outro, a tentativa de Jair Bolsonaro de escapar da punição dos seus delitos. Pobre Brasil com tantos sanguessugas.

457 – LUNÁTICO. O general Joaquim Silva e Luna, novo presidente da Petrobras nomeado por Jair Bolsonaro, foi apelidado de lunático em uma aula inaugural proferida no Instituto de Estudos Estratégicos (Inest) da Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014 porque apresentou um conceito de guerra cultural (a culpa é sempre dos comunistas) e afirmou ainda que todos precisam estar alertas e não se distrair nunca. Para mostrar que somos suscetíveis à distração, mostrou a foto de uma moça de costas, esbelta e curvilínea, principalmente na região glútea. Sim, ele fez isso. Mas parece que ser desmiolado, quixotesco, cruel ou até machista é um pré-requisito para integrar a equipe bolsonarista. Faz sentido.

456 – SILVEIRICÍDIO. O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) foi mantido preso pelos seus pares por 364 votos contra 130 dos seus defensores. O espetáculo de baixarias promovido por ele foi ignóbil e próprio de quem tem demência mental latente, levando-o a um "silveiricídio". Após seus rompantes, como todo bom covarde, quis se mostrar arrependido, mas não conseguiu seu intento de sair na boa depois de tripudiar sobre a frágil democracia brasileira pregando ações violentas e anticonstitucionais. Nem o Centrão quis salvá-lo. Além do resultado desfavorável, deve ter-lhe doído a indiferença de Jair Bolsonaro, que também ignorou seus partidários mais fervorosos, como Sara Winter e o jornalista Oswaldo Eustáquio. Os três têm tudo para formar um coro e entoar com ar de mágoa: "Agora estou sozinho/Precisando de você/E você não está por perto para poder me ajudar/A estrada dessa vida está difícil sem você/E você não está por perto para poder me ajudar". (Desejo de Amar - João Paulo & Daniel)

455 – SEGUIDOR. Jair Bolsonaro incomodou-se com a ilação de um seguidor de que o tal do veleiro com cocaína só não foi liberado porque não houve o pagamento de propina. Considerando isso uma ofensa à Polícia Federal e à Marinha do Brasil, repassou o assunto para que o órgão policial faça uma oitiva do internauta. Ora, isso é um padrão do bolsonarismo, acusar sem provas e criar boatos, factoides e notícias falsas. Um exemplo é a associação da vereadora assassinada Mariele Franco com o tráfico. Agora, quando o bom aprendiz faz o que o clã bolsonarista sempre fez, Bolsonaro diz que não brinca mais. O Capitão Cloroquina ficou ofendido. Faz o que eu faço, mas não conte comigo. É mais ou menos isso.

454 – DEMISSÃO. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) está solicitando a demissão do ministro da Saúde, general (general) Eduardo Pazuello. Já o procurador-geral da República, o apaniguado do Palácio do Planalto, Augusto Aras, abriu alguns procedimentos de investigação da atuação do ministro. Ora, isso é cortina de fumaça. Se a CNM ou Aras querem realmente bater de frente com o caos na saúde, têm que enfrentar Jair Bolsonaro, o maior responsável pela situação atual e, claro, o chefe-mor de Pazuello. Ignorar isso é jogar a favor do Capitão Cloroquina.

453 – FORÇAS ANIMADAS. Uma checagem preliminar por parte de órgãos de imprensa já identificou que as Forças Armadas adquiriram picanha a R$ 84,14 o quilo e cervejas especiais, de puro malte, a R$ 9,80 cada, com 700 mil quilos de carne e 80 mil unidades de bebida. Isso são apenas alguns itens discutíveis dessa compra do governo de Jair Bolsonaro. Pelo jeito, resolveram enfrentar o descrédito sem pudor. Afinal, parafraseando Fernando Pessoa, "tudo vale a pena se a picanha não é pequena". 

452 – APELIDO. Em uma de suas lives que somam o nada a coisa nenhuma, Jair Bolsonaro reclamou do apelido de Capitão Cloroquina. Queria ser chamado de quê? De amigo das vacinas? Esse Bolsonaro, digo, Capitão Cloroquina!

451 – CORRUPTO PROMOVIDO. Depois de exonerar José Vicente Santini, o número 2 da Casa Civil, em janeiro de 2020, por uso irregular de um avião da FAB em viagem para o exterior, Jair Bolsonaro arrumou-lhe, em setembro de 2020, um cargo de assessor no Ministério do Meio Ambiente. Agora, acaba de nomeá-lo para secretário-executivo da Secretaria Geral da República, com um salário de cerca de R$ 17 mil. Essa é de causar inveja nos pobres de direita. E agora a moral da história: a corrupção compensa muito num governo corrupto.

450 – AUMENTO. A Petrobras anunciou o aumento dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha. Vem mais miséria por aí. Jair Bolsonaro diz que, diante do reajuste em face da cotação internacional do petróleo, não pode fazer nada. Enquanto isso, a cotação do salário, oh!

449 – HOMICÍDIO OFICIAL. O governo de Jair Bolsonaro quer aprovar no Congresso uma licença para que policiais possam atuar nas periferias das grandes cidades sem serem punidos por excessos e assassinatos. Os Estados Unidos, que são uma potência, já são um país em que horrores são praticados contra a população, que dirá uma polícia de um país em que a miséria gerada pelos governantes e pelas elites econômicas é combatida com repressão e violência? A Polícia deveria ser para quem deve, como os corruptos, nunca contra os mais carentes. Mas esse governo é uma organização criminosa em autodefesa. Faz sentido querer implantar uma pena de morte sumária para fazer uma eugenia patrimonial eliminando os pobres sem poder de consumo.

448 – CENTRÃO X OXIGÊNIO. "Nesse feirão a céu aberto, só em janeiro, o Governo Federal liberou uma quantia recorde em emendas, R$ 504 milhões, enquanto pacientes morriam por falta de oxigênio em Manaus. A negociata e compra de votos incluem ministérios como o da Educação, o Ministério da Cidadania que cuida do Bolsa Família e o próprio Ministério da Saúde." (Jornal Opinião Socialista) Mais claro impossível!

447 – CONGRESSO. Jair Bolsonaro acaba de comprar o Centrão com recursos públicos. Cedeu à velha política em prol de salvar sua família organizada. De quebra, descartou Rodrigo Maia (Dem-RS), vulgo Botafogo, que sentou em cima dos mais de 60 pedidos de impeachment. Ruim com Bolsonaro, pior com Bolsonaro e o Centrão.

446 – MINISTÉRIOS. Se havia alguma dúvida de que a força de trabalho é superior ao capital, a pandemia tratou de colocar tudo em seu devido lugar. Os ditos empresários não conseguiram tocar sozinho seus negócios. Todavia, os trabalhadores continuam a serem espezinhados no governo de Jair Bolsonaro. Ele acaba de cogitar a ideia de recriar três ministérios, mas, dentro de sua submissão às elites empresariais, nem falou no MInistério do Trabalho. Descartou logo a ideia, mas evidenciou que é inimigo de quem trabalha e produz de fato a riqueza do país.

445 – AGRESSÃO. Quando faltam argumentos e sobram suspeitas, a agressão gratuita parece ser a única forma de defesa. Foi assim com Jair Bolsonaro diante dos questionamentos das compras do Palácio do Planalto e dos ministérios por parte da imprensa. Colocar "leite condensado no rabo dos jornalistas" é próprio de quem está atônito e com muito para esconder da sociedade. O submundo dos milicianos não sobrevive ao descortinamento próprio do princípio constitucional da publicidade.

444 – PIOR DO MUNDO. Um estudo realizado pelo Instituto Lowy, de Sidney, na Austrália, mostrou que o governo de Jair Bolsonaro foi o que pior lidou com a pandemia num universo de 98 países. O levantamento levou em conta seis variáveis: mortes confirmadas, casos confirmados, casos por cada milhão de habitantes, mortes por milhão de habitantes, casos em proporção à testagem, testes por cada mil habitantes. Essa aferição documental, infelizmente, está de acordo com a sensação dos brasileiros de que esse governo não fracassou no enfrentamento da Covid-19. Simplesmente ele se omitiu de realizar esse confronto. O resultado não poderia ser pior. Neste final de janeiro, já são mais de 220 mil mortes pelo coronavírus. A família organizada não está "nem aí" para as famílias enlutadas.

443 – LEITE VIRALIZADO. Durante a eleição e nos dois primeiros anos, Jair Bolsonaro sempre teve uma tropa de choque para impor sua narrativa nas redes sociais. Era só se fazer uma crítica e lá vinham os amigos, os amigos dos amigos, os robôs, os robôs dos robos para desconstituir e enxovalhar, não raras vezes, a opinião de quem ousava criticar o atual governo. Os argumentos vários tinham uma falácia como eixo mais comum: isso era coisa de petista, de quem defendia Lula. Agora, pelo jeito, as coisas mudaram. Já não estão mais tão ativos na Internet e parece que andam até meio cabisbaixos, pois seu presidente está notadamente emparedado e desmascarado (literalmente). O fato icônico dessa reviravolta é o leite condensado. Até as tentativas tíbias de se contrapor aos fatos não vingaram. Não são poucos os que estão a esbravejar sobre o leite espalhado.

442 – COMPRAS. Chamaram a atenção do país as compras de alimentos do governo de Jair Bolsonaro. Foi gasto mais de R$ 1,8 bilhão em 2020 (20% a mais que no ano ano anterior). Isso corresponde a cerca de seis vezes o maior prêmio da Mega-Sena na história do país. A lista é bastante eclética e inclui frutas desidratadas, arroz, feijão, carne, batata frita e salada, biscoitos, sorvete, massa de pastel, geleia de mocotó, picolé, pão de queijo, pizza, vinho, bombom, chantilly, sagu e até chiclete, este custando R$ 2,2 bilhões. Todavia, o destaque ficou por conta do aporte em leite condensado, que chegou a R$ 15 milhões. Este montante de leite condensado parece indicar que o presidente tem multíplos usos para este produto. Será que tem Viagra naquelas compras mantidas sob sigilo e que eles dizem ser parte da segurança nacional?

P.S.: Em nenhum momento aqui se afirmou aqui que as compras foram feitas no cartão corporativo, até porque o valor está na escala dos bilhões. Todavia, é preciso apurar a real necessidade desses itens, o custo benefício e os indícios de superfaturamento.

441 – ENEM. O governo de Jair Bolsonaro é coerente no tocante à educação. Já que, assim como a ciência, não é importante para eles, toca de qualquer jeito. Foi assim com o Enem, que deixou uma grande leva de estudantes de fora das salas de aula no exame, além de não dar as informações devidas aos que foram barrados, como a forma de comprovar que estiveram no local, se poderiam fazer a segunda prova sem ter feito a primeira ou as duas teriam que ser reaplicadas. O descaso com o ensino é marca registrada do bolsonarismo tacanho e negacionista.

440 – PÉROLAS DO MESSIAS. “Vamos todos morrer um dia" - "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre" – “Cobre do seu governador" – “Não precisa entrar em pânico” – “Vacina obrigatória só aqui no (cachorro) Faísca” – "Da China nós não compraremos. É decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população pela sua origem. Esse é o pensamento nosso” – "Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha” – "País de maricas" – "Tudo agora é pandemia, tem que acabar esse negócio, pô" – "Eu não sou coveiro, tá certo?" 

(Afirmações recolhidas por um leitor do Uol)

439 – ARREPENDIMENTO. A incompetência de Jair Bolsonaro, bem como seu desgaste popular, já está começando a incomodar seus aliados da direita reacionária como ele. O próprio Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem pra Rua, movimentos presentes nas redes sociais, já estão defendendo a saída do seu antigo candidato nas eleições presidenciais. "Estelionato eleitoral, entregou o governo pro centrão, fez aliança com Toffoli, Aras, Kassio, abandonou pautas econômicas, abandonou o combate à corrupção e sabota o combate à pandemia." Esse texto não é de nenhum "esquerdista", como gostam de chamar os bolsonaristas aqueles que se opõem a este governo da família organizada. É um trecho de manifesto do próprio MBL. A fatura está chegando. O impeachment começa a rondar o Palácio do Planalto e os ratos estão abandonando o navio. As carreatas de direita mostram que Bolsonaro cada vez mais é um presidente acuado. O cabo e o soldado que poderiam fechar o STF, por exemplo, pediram aposentadoria. 

438 – ANVISA. Desde o início da pandemia, Jair Bolsonaro vem recomendando o tratamento precoce com cloroquina e outros medicamentos de eficácia não comprovada. Agora, até a Anvisa, órgão de controle de medicamentos, com diretores nomeados pelo próprio Bolsonaro, atestou a ineficiência desses remédios indicados por Bolsonaro e por seu ministro da Saúde. Está devidamente assentado que seu negacionismo e combate à vacinação são corresponsáveis por um cenário de milhares e milhares de mortes de norte a sul do país.

437 – GPS DA IGNORÂNCIA. Às vezes não se sabe se é para rir ou lamentar o amadorismo das hordas bolsonaristas. O apoiador Luiz Antonio Iurkiewiecz, armado de uma espingarda calibre 12, duas espadas, além de um arco e sete flechas de madeira, lançou um carro em novembro contra o prédio do Ministério da Justiça pensando ser o Supremo Tribunal Federal (STF). Queria atingir a Corte, mas atropelou um ministério do próprio governo de Jair Bolsonaro. Felizmente, sua imperícia ao volante não causou maiores danos. Mas é muito hilário o sujeito não saber a diferença entre um órgão e outro. Se bem que o nome de Ministério da Justiça sugere ser do Judiciário, não é mesmo? É isso que dá não gostar de estudar. Esse fogo amigo é revelador da capacidade cognitiva do "exército" da salvação de Bolsonaro. O senhor Luiz Antonio Iurkiewiecz é apenas mais um idiota a ser esquecido. Mas não sem antes responder por seus atos fascistas e tresloucados.

436 – CONDENAÇÃO EXEMPLAR. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, aquele que queria de presente do pai uma embaixada nos EUA, foi condenado por ofender, caluniar e difamar a jornalista Patrícia Campos Mello, repórter da Folha de São Paulo. Ele a acusou de se insinuar sexualmente para um terceiro a fim de obter subsídios para uma reportagem. Pela acusação falsa, terá que pagar uma reparação de R$ 30 mil e arcar com os custos processuais. É por isso que a família organizada detesta o Estado de Direito e a imprensa, pois servem para conter suas insanidades. Eis uma boa notícia que merece ser compartilhada.

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/01/justica-condena-eduardo-bolsonaro-a-indenizar-reporter-da-folha-por-danos-morais.shtml

435 – SEM CREDIBILIDADE. O Brasil preferiu apoiar Donald Trump na Organização Mundial do Comércio (OMC) e votou contra a proposta da Índia de suspender patentes e outros instrumentos de propriedade intelectual vinculados ao combate à pandemia do coronavírus. Já havia comprado brigas gratuitas contra a China. O resultado está na dificuldade de se obterem vacinas e insumos para fabricar doses no país. O ministro Ernesto Araújo chegou a escrever que Donald Trump salvaria o mundo. Trump já foi para casa, descartado pelos eleitores. A Covid-19 continua aí e o espólio de Trump não vai servir para nada. Milhares de vidas estão sendo perdidas pelas refregas inúteis que o governo de Jair Bolsonaro travou com nações que poderiam contribuir de forma decisiva para desenvolver remédios eficazes contra a doença.

434 – LOGÍSTICA TORTA. O governo federal foi obrigado a reconhecer que foi informado oficialmente da situação de Manaus oito dias antes de faltar oxigênio naquela capital. Antes, havia afirmado que não houve tal comunicado em tempo hábil. Dentro da péssima logística, ainda faltaram aeronaves para transportar os itens de socorro. A incompetência federal é do tamanho da inépcia de Jair Bolsonaro para lidar com a pandemia.

433 – IMPUNIDADE. Na reunião de 22.4.20, Jair Bolsonaro defendeu a troca do comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro para impedir que seus familiares fossem investigados. Todo o seu governo se resume a tentar travar as investigações dos delitos de sua família organizada. Conseguiu mais uma proeza agora. O procurador-geral da República, Augusto Aras, declarou que seus delitos na presidência da República só poderiam ser investigados pelo Legislativo, o mesmo comandado pelo Centrão. O PGR está pagando a nomeação para o cargo com uma fidelidade vergonhosa. Na verdade, todas as infrações penais e crimes de responsabilidade devem ser apurados pelo Ministério Público Federal (MPF), o guardião da lei. Bolsonaro quer a impunidade a qualquer preço, ainda que a custo de princípios constitucionais, como o da legalidade, da impessoalidade e da moralidade. 

432 – LACRADO. Se havia alguma pá de cal simbólica a ser jogada no governo de Jair Bolsonaro, ela foi feita pelo controvertido Nicolás Maduro ao enviar para o Brasil uma carga de oxigênio. Bolsonaro ficou tão atônito que se perdeu nas imprecações (o que não é incomum), cobrando medidas internas do governo venezuelano. O discurso contra a Venezuela foi esvaziado pela ação benemérita, além do escancaramento da incompetência geral do governo bolsonarista. O arrazoado ideológico, em função dos fatos desarmando o negacionismo, as barbeiragens diplomáticas, entre outros pontos, vão confundindo a massa de manobra e os clichês vão arrefecendo, pois a horda se desorienta quando se-lhe alteram o roteiro da teoria da conspiração e os inimigos imaginários não agem da forma prevista na doutrinação prévia.

431 – CLOROQUINA DESMASCARADA. O médico francês Didier Raoult, o mais famoso pesquisador da cloroquina, admitiu as falhas do seu estudo do início do ano. Ele alega que teve um êxito de 100% num grupo de 20 pessoas. Ocorre que o grupo de 20 inicialmente não era de 20, mas de 26. Um morreu de Covid-19, três tiveram que ser internados em UTI, outro teve efeitos colaterais e houve um que simplesmente abandonou o hospital. Foi essa pesquisa que embasou a defesa da cloroquina, mantra de Donald Trump e de Jair Bolsonaro. Agora se vê que tudo não passou de um embuste no qual os bolsonaristas embarcaram como verdadeiras vaquinhas de presépio. Tudo poderia não passar da história de conto do vigário se não houvesse os milhares de mortos que enlutam o Brasil de norte a sul. Os negacionistas foram manipulados por gente que fingiu estar a serviço da ciência, mas que estava abrindo a senda da omissão criminosa. Muitas vidas poderiam ter sido salvas se não fosse essa cegueira dos governantes de plantão.

430 – ATAQUE COVARDE. As redes bolsonaristas ensejaram um ataque contra a enfermeira Mônica Calazans, a primeira pessoa a ser imunizada no país, em São Paulo. Alegaram que ela já havia sido vacinada num grupo anterior dos voluntários para os testes de elaboração da vacina. A pseudoinformação foi desmentida pelo Instituto Butantan. Essa gente negacionista não tem qualquer empatia por quem não comunga com suas ideias reacionárias.

429 – REJEITADO. No momento em que o Brasil precisa de insumos para fabricar as vacinas, vem a conta das sandices praticadas pelo governo de Jair Bolsonaro contra países que são importantes para o comércio e o bem-estar sanitário da população brasileira. É o caso da China. É isso que dá ser considerado um aloprado no cenário internacional. O montante de doses que temos, mal comparando, seria como um conta-gotas para uma caixa de água. Os bolsonaristas desenvolveram uma imunidade aos fatos e acreditam nas asneiras da família organizada e de seus acólitos e robôs. 

428 – JUSTIFICATIVA TOLA. Alguns dos meus amigos e leitores por vezes questionam se eu não exagero nas críticas a Jair Bolsonaro nestes tópicos. Mas ele e seu governo deixam Odorico Paraguassu no rol dos estagiários. Diante da fracassada negociação com a China, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, atribuiu o mau resultado ao fuso horário. Eu já vi muitas desculpas esfarrapadas em minha vida, mas essa é hors concours. Eu não me admiraria se o governo bolsonarista vetasse o envio da delegação olímpica para Tóquio por razões óbvias.

427 – FORÇAS MANDADAS. Em mais uma de suas patacoadas, Jair Bolsonaro afirmou que a democracia só existe quando as Forças Armadas permitem. Os idiotas podem até fazer história, mas não a conhecem. Em 1964, o oficialato golpista das três forças rasgaram a Constituição em vigor sob o comando da CIA e dos Estados Unidos. Os próprios militares sabem que não podem fazer parte dessas teorias estultas dos bolsonaristas porque elas não param em pé. 

426 – APROVEITADOR. Jair Bolsonaro sempre foi contra a vacinação e, mais especificamente, contra a Coronavac, a vacina do Instituto Butantan. Inclusive, chegou a proibir a compra de 46 milhões de doses, bem como ironizou a morte de um voluntário nas etapas de pesquisa como se fosse um fracaso confirmando sua tese antivacina. Agora, diante do fiasco de sua negociação com a Índia, tentou se apropriar das vacinas que ele chamava de "vacina chinesa". Os cretinos costumam ter memória curta.

425 – NEGLIGÊNCIA AMIGA. Diante da pandemia e do colapso da saúde em Manaus, Augusto Aras, procurador-geral da República nomeado por Jair Bolsonaro como seu apaniguado, resolveu investigar o governo do Amazonas, mas sem incluir o presidente negacionista, que sempre foi contra as medidas de prevenção do coronavírus. Esse procedimento da PGR já nasce viciado e tendencioso.

424 – VOO DE GALINHA. É isso que dá virar pária internacional. Jair Bolsonaro afirmou que enviaria um avião para buscar 2 milhões de doses da vacina de Oxford na Índia. O governo indiano não confirmou a operação e o governo brasileiro foi pego na mentira. A falta de credibilidade tornou-se uma agravante nas negociações internacionais, notadamente nas questões que envolvem o combate à pandemia. O voo nem saiu. O amadorismo e a negligência estão sendo duramente pagos com vidas inocentes.

423 – DESCULPA DOLOSA. Jair Bolsonaro afirmou que foi impedido pelo STF de agir contra a pandemia. Isso só cola para seus seguidores úteis. É público e notório que Bolsonaro e seu governo são contra as medidas de prevenção, como o distanciamento social. Ele sempre defendeu a liberação ampla e irrestrita do comércio. O STF deliberou no sentido de que os estados e os municípios poderiam implementar medidas mais restritivas em face da pandemia. Tivesse vingado o posicionamento bolsonarista, sem nenhuma contenção diante de um vírus sem vacina, a mortandade seria ainda maior nos dias que correm. Essa gente falta com a verdade sem nenhum pudor.

422 – COIRRESPONSÁVEIS GENOCIDAS. O colapso da saúde em Manaus, com recorde de mortes e até enterros com retroescavadeiras, tem na falta de oxígênio uma das causas.  Pior é que, na falta deste item que deixou de fornecer, o Ministério da Saúde quer empurrar cloroquina, sem eficácia comprovada. Mas o aumento dos casos de coronavírus é uma consequência também das investidas dos bolsonaristas, que, em conluio com os setores empresariais daquela capital, pressionaram o poder público para liberar o comércio. O resultado já pode ser visto no número de óbitos. Parlamentares aliados de Jair Bolsonaro, como Eduardo Bolsonaro, Bia Kicis, Carla Zambelli, publicaram mensagens comemorando como vitória a abertura total das atividades econômicas. O gaúcho Osmar Terra, médico, publicou nota falsificando os números para aparentar menor letalidade. Essa gente negacionista e insensível tenta adulterar a realidade para impor seus propósitos cruéis e dissimulados.

421 – RACIOCÍNIO FALHO. Alguns bolsonaristas vêm às minhas publicações afirmar que Jair Bolsonaro não tem condenação alguma. Mas as investigações são pesadas e ele usa todo o peso do seu cargo para barrar as apurações, que envolvem lavagem de dinheiro, peculato, falsidade ideológica, sonegação fiscal, notas fiscais falsas, entre outros delitos. São muitos os órgãos colocados a serviço da família organizada, como Abin, Polícia Federal, AGU, CGU, PGR e aqueles contatinhos no STJ e no STF. Além disso, há o foro privilegiado e a imunidade presidencial, da qual Bolsonaro não abre mão. Bolsonaro não tem programa de governo para o país, mas tem um perfeito organograma para garantir sua impunidade, atual ou futura. Se vai colar para ele, como também pretende o seu mentor Donald Trump nos EUA, só o tempo aclarará.

420 – PELA CULATRA. "Eu vou visitar meu pai, vou visitar minha mãe. Não vou matá-los. Acho um desrespeito o senhor falar isso. Não mexa com minha família. Vou defender os meus pais e o meu país." Com estas palavras, o bolsonarista Stanley Gusman, apresentador da TV Alterosa, afiliada do SBT em Belo Horizonte, desafiou as medidas de distanciamento social, determinadas pelo prefeito Alexandre Kalil. Cinco dias após essa manifestação, foi acometido de Covid-19 e morreu no domingo do dia 10.1.21. Ele era conhecido por desdenhar da doença, defender a cloroquina como remédio eficiente e andar sem máscara. Faleceu ocupando um leito da rede pública. Para coroar esse festival de insanidades, Geraldo Teixeira da Costa, diretor-geral da TV Alterosa afirmou que "seus ideais jamais serão esquecidos". Esse tipo de negacionismo póstumo não faz falta. Mais um bolsonarista que não teve tempo para chorar por último. A teoria da conspiração continua a se suprir do vírus da ignorância. Minhas condolências à família e minha indiferença a este senhor que não deixará saudades.

419 – SABOTAGEM. A ONG Human Rights Watch elaborou um relatório em que mostra aquilo que qualquer pessoa de bom senso já sabe: Jair Bolsonaro tentou sabotar o combate ao coronavírus. Isso se deu de várias formas, como atacando os meios de prevenção, chamando de gripezinha, incentivando as pessoas a se arriscarem e dificultando o acesso às vacinas, como quando força a Anvisa, agência reguladora, a estabelecer exigências não razoáveis para a aprovação desses antídotos no país. As mais de 200 mil mortes neste janeiro de 2021 são a marca da indiferença de um governo genocida. Em tempo, antes que algum bolsonarista venha dar pitaco: direitos humanos são os direitos das pessoas expressos na Constituição e em convenções e tratados de que o país faz parte. Nada mais que isso. É bom explicar com detalhes para essa gente de parco entendimento.

418 – AUTOPERDÃO. Como diz o personagem colunista Carlinhos Avelar, do Porta dos Fundos, "parem todas as galáxias". Sabendo que praticou o crime de incitação criminosa, Donald Trump estuda conceder um perdão a si mesmo e aos filhos por delitos praticados durante seu governo nos EUA. Qualquer semelhança com o empenho de Jair Bolsonaro para impedir as investigações sobre sua família organizada, como nomear juízes amigos e o procurador-geral da República, não é mera coincidência. É o poder público achacado como forma de atender a interesses privados e criminosos.

417 – SOLIDARIEDADE GOLPISTA. Enquanto vários países e governos criticam a tentativa de golpe do mau perdedor Donald Trump nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro silencia diante dessa criminosa incitação ao crime praticado pelo seu amigo e aliado. Pior: tenta ainda justificar as ações das hordas pró-Trump. Claro que ele já está andando de joelhos colados porque sabe que pode perder a imunidade presidencial nas próximas eleições e acabar tendo o xadrez como destino, junto com outros membros da sua facção e da família organizada. Bolsonaro sempre olhou para Trump com admiração. Agora pode vê-lo também pela lente da premonição.

416 – TRUQUE MACABRO. A deputada federal bolsonarista Bia Kicis (PSL) inventou uma forma de burlar o uso de máscaras contra a Covid-19. Ela diz que carrega uma garrafa de água e, quando interpelada por algum agente público, afirma que já vai em seguida colocar a proteção. Mente de forma descarada. Mais uma integrante da súcia de Jair Bolsonaro que mostra uma indiferença cruel com a vida alheia. E  isso que já estamos com cerca de 200 mil vidas perdidas (O bolsonarista Osmar Terra, deputado federal pelo RS, estimava em não mais que 2 mil óbitos, 1% do total deste início de 2021). É muita sordidez cotidiana para manter uma série trash de quinta categoria estrelada pela família organizada e seus seguidores adestrados. 

415 – VACINAÇÃO INFANTIL. O Ministério da Saúde vai gastar recursos públicos para identificar por que os percentuais de imunização vacinal infantil estão abaixo do esperado. Ora, num país em que o presidente é inimigo da ciência, inventa remédios sem eficácia, diz que a pandemia do coronavírus, a maior em todos os tempos, é apenas uma gripezinha, certamente que muitas famílias deixam de receber a informação correta sobre a forma correta de combater as doenças, principalmente as letais. E se esse presidente é ainda um aliado de religiões obscurantistas, tudo piora. A omissão criminosa está na base dessas condutas reprováveis. Perder tempo e dinheiro por quê? Decerto alguém vai ganhar para descobrir o que já se sabe de antemão.

414 – PAÍS QUEBRADO. Jair Bolsonaro queixou-se a um interlocutor que o Brasil está quebrado e que ele não consegue fazer nada. Uma das coisas que ele quer fazer é aumentar o IR num país em que até quem ganha cerca de dois salários mínimos já é tributado em sua renda, tanto de forma direta como no seu precário consumo. E culpa a imprensa por sua inépcia. Com mais de 14 milhões de desempregados, cerca de 40 milhões sem ocupação ou com ocupação precária, querer aumentar a taxação da renda é conduta de leso-povo. Na verdade, se o Brasil vai mal, a família organizada vai muito bem. A botânica já explica isso com a categoria dos hospedeiros.

413 – INSINUAÇÃO CRIMINOSA. O Palácio do Planalto formou um verdadeiro QG para defender Jair Bolsonaro e sua família organizada. Usa a Abin, a Receita Federal, a Polícia Federal, os ministérios, a Advocacia-Geral da União (AGU), Procuradoria-Geral da República (PGR), os ministérios, ministros do STF (Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski), entre outros meios. Diz que não há corrupção, mas faz tudo para impedir as investigações. E quando não consegue esse intento, busca melar ou lançar sob suspeita as apurações. Foi o que fez de novo ao insinuar, numa live, que o MP-RJ não investigaria um filho de um integrante do órgão como investigam os seus se houvesse um crime praticado por ele. Trata-se de uma hipótese de prevaricação que se adequaria muito melhor aos interesses escusos do próprio presidente. Na cabeça de Bolsonaro, não cabe a existência de investigações independentes. Ele entende que a proteção de pai pra filho, no velho estilo mafioso, é a coisa certa a ser feita. Não consegue discernir que as eleições não são um cheque em branco para ser entregue ao seu clã, o qual transformou a política num empreendimento familiar de enriquecimento ilícito de grandes proporções.

412 – CORRUPTO DO ANO. Jair Bolsonaro ganhou mais um motivo para detestar jornalistas, assim como já faz com cientistas, professores e ativistas ambientais, entre outros.  O  Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP), um consórcio internacional de jornalistas, escolheu o presidente brasileiro como "a personalidade corrupta do ano", superando Donald Trump (EUA) e Recep Erdogan (Turquia). Não é para menos. Está usando seu governo como escudo para proteger sua família de crimes como peculato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, associação criminosa e sonegação fiscal. Em sua defesa, diz que o país está há dois anos sem corrupção. Com esse argumento, já pode ser considerado forte concorrente ao prêmio de "pessoa psicótica do ano".

411 – APOSENTADORIAS. A reforma da Previdência, apoiada pelo governo de Jair Bolsonaro, já está dando seus frutos do mal. Na troca de 2020 para 2021, já aumentam as exigências para se aposentar, isso nas diversas modalidades, como aposentadoria por idade, por pontuação mínima, de professores ou de servidores públicos. Quanto mais passa o tempo, mais difícil fica para atingir os requisitos, ainda mais num país com mais de 14 milhões de desempregados. Enquanto isso, a família de Bolsonaro, incluindo ele próprio, vai fazendo seu pé-de-meia, à custa dos cofres públicos, com cartão corporativo, rachadinhas, sonegações e operações mal explicadas. Essa é a famosa livre iniciativa com o dinheiro alheio.

410 – SEM PRESSA. Enquanto muitos governos estão indo atrás dos laboratórios para conseguir negociar as vacinas, Jair Bolsonaro diz que são os laboratórios quem devem procurar o Brasil. O que para a esmagadora maioria das nações significa salvar vidas, para este senhor de empatia rasa é apenas uma questão de mercado. Fica claro que ele tenta a todo custo boicotar a imunização. Deve ser porque o país está abarrotado da ineficiente cloroquina.

409 – DECLARAÇÃO ACINTOSA. Em suas reiteradas investidas negacionistas, Jair Bolsonaro tem feito de tudo para desmoralizar os efeitos da vacinação contra a Covid-19. Uma dessas coisas é dizer que ele teve a melhor vacina, o próprio vírus. Essa é uma afirmação que culpa as próprias vítimas, que não tiveram a oportunidade de o organismo delas assemelhar-se ao do presidente. As mais de 190 mil mortes até agora seriam apenas uma infelicidade de quem não soube fazer o coronavírus reagir a seu favor. Jair Bolsonaro e o vírus são amigos até na hora do escárnio.

408 – NA RETAGUARDA. Países com menor escopo econômico que o Brasil, como México, Costa Rica e Chile, já iniciaram a vacinação contra a Covid-19. Enquanto isso, o Brasil está na retaguarda neste Natal de 2020, sem nenhuma vacina aprovada. Não é para menos. Com um presidente como Jair Bolsonaro, que desdenha da ciência e do efeito da imunização, essa situação de paralisia é preocupante. E letal. De cloroquina, ineficiente perante o coronavírus, o país está abarrotado. É como ter laxante de sobra para quem está com desarranjo. A gripezinha bolsonarista segue ceifando vidas.

407 – VEXAME JURÍDICO. Jair Bolsonaro, diante das investigações criminais que avançam sobre ele e sua família, nomeou um juiz camarada para o STF e um procurador-geral omisso para o Ministério Público Federal (MPF). Perante a real perspectiva de se tornar réu no Tribunal Penal Internacional (TPI), coisa de que já falei nestes tópicos, tentou emplacar uma candidata sua àquele órgão. Não deu certo. A desembargadora Mônica Sifuentes não decolou. O Brasil, isolado, virou um pária nos fóruns internacionais e sua diplomacia hoje é motivo de chacota. Jair Bolsonaro também.

406 – CRIVELLA. Jair Bolsonaro fez campanha para Marcelo Crivella, ex-ministro do governo petista de Dilma Rousseff. Era esse senhor, considerado como o chefe de uma organização criminosa, que ele queria ver reeleito. Parece que deu erro de configuração.

405 – EXPLICAÇÃO E CONSPIRAÇÃO. Vamos supor que eu seja acusado de um crime que não cometi. Bah, tranquilo! Vou ter o maior interesse na apuração dos fatos e depois ainda vou processar os acusadores por denunciação caluniosa. Só que a familia Bolsonaro não age assim. Nas acusações que sofre Flávio Bolsonaro de peculato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológia, ele, capitaneado por Jair Bolsonaro, tenta o tempo todo impedir as investigações. Pior, usa órgãos de Estado para atuar em seu interesse privado como no caso da Abin. Negam que tenha havido relatórios de inteligência que a própria advogada de defesa admite existirem.  É tão fácil perceber que há algo errado nisso. Mas os bolsonaristas, assim como os petistas naquela narrativa hilária de golpe (pronto, perdi algumas curtidas agora), sedimentam seus pontos de vista para além da realidade e do bom senso. Quem deve teme.

404 – RACISMO FUNCIONAL. Já não basta o racismo cotidiano, ele agora emana de quem deveria estar no polo de luta contra ele. O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, nomeado por Jair Bolsonaro, remunerado com recursos públicos, está dizendo que os negros não devem se orgulhar de seus cabelos afros, como se isso fosse um problema. Inclusive, diz que muitos não são selecionados para emprego por conta do aspecto visual capilar. É como aceitar como verdade uma estética pessoal imposta pelas elites, aquelas mesmas que, num currículo, pedem "boa aparência". Quem leu "Recordações do escrivão Isaías Caminha", de Lima Barreto, lembra a dolorida cena em que o personagem foi a uma padaria procurar emprego. O racismo deste senhor passou de todos os limites. Infelizmente, o Poder Judiciário está se calando diante dos seus desmandos e das falcatruas do antiministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Quais barreiras morais o senhor Sérgio Camargo ainda vai ultrapassar antes de ser defenestrado deste cargo que ora ocupa e que não se coaduna com sua trajetória de pajem da Casa-Grande?

403 – CALOTE NA ONU. Jair Bolsonaro, com sua cantilena contra os organismos internacionais e a Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive tentando sair da OMC para entrar na OCDE como forma de adular Donald Trump, que nem o recomendou para essa entidade, ficou inadimplente com a ONU e o Brasil ficou ameaçado de nem poder participar ou votar em suas instâncias. Seria um dos maiores fiascos internacionais da história do país. De última hora, o Congresso, vendo o vexame que isso iria significar, votou um crédito suplementar para quitar a dívida. Trump indica o caminho, mas não paga o prejuízo.

402 – INAUGURAÇÃO PICARESCA. Jair Bolsonaro foi a São Paulo para inaugurar uma torre de relógio e uma placa alusiva a ele mesmo na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Vila Leopoldina. Sem máscara e fazendo a costumeira aglomeração, não deixou de cometer as costumeiras estultices do seu vocabulário reduzido, que, segundo o professor Marco Antonio Villa, não deve chegar a 500 palavras. Falou que não deixaria privatizar a Ceagesp, uma central de abastecimento de frutas e verduras, durante seu governo. Ocorre que ele mesmo já assinou decretou para incluir o órgão no Plano Nacional de Desestatização. Bolsonaro, que gastou recursos públicos para inaugurar um relógio e uma placa, é um boquirroto contumaz que faz da mentira matéria-prima na sua psicopatia institucional.

401 – FUNDEB. O governo de Jair Bolsonaro tentou fazer uma treta no Fundeb, repassando parte dos valores para escolas privadas. É isso que foi defendido pelos aliados do governo na Câmara dos Deputados. Todavia, diante da repercussão negativa e do absurdo dessa proposta, que virou um monstrengo vindo da seara dos deputados federais, o Senado restituiu o texto original e barrou a boiada que estava passando rumo ao curral dos empresários do setor privado de ensino. Dinheiro público deve ser para melhorar o ensino público e cumprir as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que anda esquecido.

400 – REJEITADO NA ONU. Depois de ouvirem reiteradas vezes Jair Bolsonaro participar para mentir descaradamente contra os números e contra os fatos, países e lideranças da ONU o excluíram da Cúpula do Clima. Bem que o Itamaraty tentou reverter esse fiasco internacional. Mas o fórum acabou ficando para quem tem o que dizer e fazer sobre a questão das mudanças climáticas. Não é o caso de Bolsonaro, amigo do peito dos grileiros e desmatadores da Amazônia, que já fez até um Uber 0800 para carregar esses criminosos nos aviões da FAB.

399 – ABIN. Na tentativa de defender seu enrolado filho Flávio Bolsonaro, Jair Bolsonaro colocou a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) para tentar encontrar meios de barrar as investigações. Trata-se de um uso privado de um órgão de Estado. Bolsonaro é coerente quando diz que defende a família brasileira. A dele está acima de todos, inclusive do Brasil.

398 – CAÇULA. O filho mais novo de Jair Bolsonaro, Renan Bolsonaro, já está na boca do túnel das boquinhas. A festa de inauguração de sua empresa de eventos teve a cobertura de uma empresa que presta serviços para o governo federal, já tendo faturado R$ 1,4 milhão. Detalhe: a Astronautas Filmes não cobrou nada para cobrir o evento. O barato sai caro. Fica por conta do contribuinte, claro, que vai financiar essa ação entre amigos, querendo ou não querendo. Será que os filhos de Bolsonaro andaram aprendendo com os filhos do Lula?

397 – EM PORTO ALEGRE. Jair Bolsonaro esteve em Porto Alegre para inaugurar uma obra incompleta, causou aglomeração sem o uso de máscaras e ainda afirmou que a pandemia está "no finalzinho", contrariando as estatísticas em sentido contrário, que mostram que as mortes e as infecções estão se ampliando no país. Nem Odorico Paraguassu seria mais irresponsável e teria tanta cara de caliça.

396 – TUDO PELO CENTRÃO. Jair Bolsonaro demitiu o ministro Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo, aquele do laranjal. Só que ele não fez isso por conta das imoralidades cometidas por aquele senhor, mas por uma causa bem menos nobre. Quer entregar o cargo para o Centrão a fim de contabilizar votos para eleger o presidente da Câmara dos Deputados. Nunca a velha política foi tão bem recebida por um governante depois de sofrer um escracho nos discursos, apalpadelas nos bastidores e um desagravo em público. É o Brasil acima de todos, menos do Centrão. 

395 – DEMANDA. A má vontade do governo de Jair Bolsonaro em adquirir vacinas para enfrentar a pandemia, que ele tanto negou desde o início, é evidente. Agora, o ministro Eduardo Pazuello afirma que só vai comprar as doses se houver demanda. Ora, num país de 210 milhões de pessoas, como que não vai haver demanda? Trata-se de uma declaração tipo aquela "não vamos estabelecer meta, mas quando a gente chegar à meta, a gente dobra a meta". Discriminar vacinas eficientes é flertar com a doença e com a irresponsabilidade. 

394 – ULTRAJE. O Brasil vivendo uma pandemia, milhares de pessoas morrendo no país, a economia definhando e Jair Bolsonaro faz uma cerimônia no Palácio do Planalto para expor o traje e o vestido que ele e Michelle Bolsonaro usaram na posse. E ainda fez propaganda para o seu alfaiate. Alta costura, baixa postura. 

393 – PEDIDO IRÔNICO - Jair Bolsonaro pediu para a população tomar banho curto e apagar a luz nos ambientes como forma de economia. Se a moda pega, em breve ele vai pedir aos brasileiros para pararem de comer como meio eficaz de controlar a inflação dos alimentos, principalmente nos supermercados.

392 – GRIPEZINHA. Jair Bolsonaro está cada dia mais para Pinóquio. Afirmou que nunca disse ser a Covid-19 uma gripezinha. Todavia, todo o país sabe que sim, principalmente quando ele ressaltou que, depois de uma facada, não seria uma "gripezinha" que iria derrubá-lo. A tal "gripezinha" é o coronavírus. Ou ele estaria falando de dificuldades de ereção?

391 – AGLOMERAÇÃO. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deveria ser o ministro da pandemia, porque faz tudo para terceirizar responsabilidades e não combater a doença, bem ao estilo de Jair Bolsonaro. Agora, ele vem dizer que o país está em melhores condições diante do coronavírus porque a campanha eleitoral promoveu aglomerações e o número de infectados e de mortos se manteve estável. Afirma isso, sem provas, no momento em que os leitos de hospitais voltam a se encher de pacientes e as mortes continuam, sem que haja ainda uma vacina, o que só evidencia a importância da prevenção e do distanciamento social. Sua cruzada contra a ciência é um soco no estômago das vítimas e de suas famílias.

390 – CONTA DE LUZ. O aumento da conta de luz, que foi antecipado, ao contrário do que prometeu Jair Bolsonaro, vai representar um aumento de cerca de 10% no boleto de todos os usuários. Usou do recurso mais fácil. Se fosse um governo com apreço por administrar e buscasse o bem da coletividade, já estaria disseminando a matriz enérgética do país. O Brasil é rico de energia eólica e solar, além do seu potencial de produção de biomassa. Quando os incompetentes se empoderam a partir dos ingênuos e desinformados, o resultado é sempre desalentador.

389 – VAZAMENTO. O Ministério da Saúde deixou vazar os dados pessoais de 16 milhões de pessoas com Covid. Além de não combater de forma responsável a pandemia, ainda prejudica a privacidade dos pacientes. Tudo porque um funcionário terceirizado houve por bem realizar esse vazamento criminoso. O barato sai caro. Um servidor de carreira qualifica o serviço público. Quando querem colocar seus apaniguados em cargos para os quais não têm o preparo ou a idoneidade necessária, dá nisso. Coisas de um governo inepto, amador e maledicente com a população e com a verdade.

388 – TESTES DE COVID. O Ministério da Saúde não advertiu que tinha estocados quase 7 milhões de testes de Covid-19 com o prazo de validade quase vencendo. Enquanto isso, centenas e centenas de prefeituras estão tentando adquirir os referidos testes, alguns com preços exorbitantes. Não é à toa que digo que a irresponsabilidade de Jair Bolsonaro, sempre tentando solapar o combate ao coronavírus, é criminosa e acredito que ele deverá responder por isso no Tribunal Penal Internacional (TPI). Quem sabe até como corréu junto com Donald Trump. A “gripezinha” de Bolsonaro está ceifando milhares de vidas e enlutando famílias pelo país inteiro.

387 – ERNESTO "CARAMUJO". O governo de Jair Bolsonaro enfrenta uma metástase de estupidez e insanidade. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, criticou a China por rechaçar as ofensas do Eduardo "Bananinha" Bolsonaro. Quer transformar o agressor em vítima. Suas asneiras atingem nada mais e nada menos que o maior parceiro comercial do Brasil. O agronegócio já está com uma crise de nervos porque, mais do que da ideologia de direita, ele gosta de dólares. Em tempo: apesar do que disse o néscio Ernesto Araújo, eu não me senti desrespeitado, mas desagravado, isso sim.

386 – PAPAGAIO DO TRUMP. O deputado federal Eduardo “Bananinha” Bolsonaro, de forma inacreditável presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, assacou um monte de inverdades e calúnias contra a China, o país que é o maior parceiro comercial do Brasil. Entre elas, está a veiculação da acusação sem provas de Donald Trump sobre espionagem. Até o agronegócio, para o qual dinheiro não tem pátria, está preocupado com essa postura irresponsável e imbecilizada do filho 03. A embaixada da China reagiu com indignação a esse “louco do casaquinho abotoado”, como diz o meu amigo poeta João Sampaio. A família organizada está se afundando no próprio delírio. E pensar que Jair Bolsonaro queria fazê-lo embaixador. Certamente teríamos um rol de baixarias hilariantes e constrangedoras para enriquecer o folclore nacional.

385 – PROPRIEDADE DANOSA. Um grupo de estudos coordenado pelo vice-presidente Hamilton Mourão aventou a ideia de que grileiros e desmatadores tivessem suas propriedades confiscadas ao serem flagrados cometendo crimes ambientais. Jair Bolsonaro, mais do que depressa, abortou a ideia. A Constituição federal consagra a função social da propriedade. Bolsonaro prefere proteger a função criminosa dos proprietários. Ou invasores.

384 – RACISMO. O vice-presidente Hamilton Mourao disse que não existe racismo no Brasil. Decerto, isso é invenção dos comunistas, dos ateus, dos teólogos da libertação, dos cubanos, dos antipatriotas, dos inimigos do país.

383 – OUTRO FIASCO. Jair Bolsonaro prometeu divulgar a lista de países que comprariam madeira ilegal do Brasil, acusando-os de cúmplices com esse crime, logo ele que favorece a vida dos criminosos ambientais. Todavia, na hora de cumprir com sua palavra, recuou e não identificou as nações que seriam conivente com os delitos. Quando a mesma pessoa reúne "qualidades" como mediocridade, falsidade, apreço pela mentira e falta de caráter, faz muita gente passar vergonha no seu entorno. E se esse entorno for um país, então está formada  a ópera-bufa verde-amarela.

382 – CONIVENTE. Jair Bolsonaro está ameaçando denunciar os países que compram madeira ilegal da Amazônia como se isso fosse algo feito pelos governos. Na verdade, trata-se de uma exportação criminosa facilitada pelo governo bolsonarista que impede que o Ibama realize a fiscalização desse comércio ilegal. Tanto é verdade que em março os madeireiros agradeceram ao presidente por impedir as operações contra eles. O sacripanta-mor não para de mentir contra os fatos, contra tudo e contra todos.

381 – APOIO "TÓCHICO". Dos 59 candidatos nas eleições municipais apoiados expressamente por Jair Bolsonaro, 47 não se elegeram. Seu filho Carlos murchou eleitoralmente. Sua ex-mulher teve votação inexpressiva diante das expectativas. Sua ex-assessora Wal Bolsonaro teve pouco mais de 200 votos. O ex-jogador Marcelinho, "fechado com Bolsonaro", também não conseguiu uma vaga na câmara municipal em São Paulo. Até as previsões do astrólogo Olavo de Carvalho não são as melhores para o Capitão Cloroquina.

380 – NEGACIONISTA CONTAMINADO. O deputado federal Osmar Terra, um negacionista da Covid-19 e bolsonarista de primeira hora, que chegou a prever que não teríamos mais de 2 mil mortes no país e hoje já são mais de 160 mil, está contaminado pelo coronavírus. Pessoal de Santa Rosa e região, vocês me fariam muito feliz se parassem de reeleger esse senhor de índole duvidosa. Esse fato me remete a um ditado da minha avó lá em Itaqui. Era algo do tipo uma parte do corpo falar e a outra pagar, não me lembro bem, mas é parecido com isso. 

379 – PERGUNTA. Se Flávio Bolsonaro realmente está inocente no caso das rachadinhas, porque, em vez de tentar paralisar as investigações, ele não se mostra interessado em esclarecer os fatos? Certamente, iria "desmoralizar" seus acusadores. Contudo, ele não faz isso e não faz porque sabe que está enredado até o pescoço nas falcatruas e roubalheira. Assim, resta praticar o evacionismo.

378 – NEGACIONISMO. A pandemia continua (bem como a subserviência de Jair Bolsonaro a Donald Trump), o país não tem um especialista no Ministério da Saúde, o ministro sem capacitação pega a negada Covid-19 e sequer consegue dar atenção à sua pasta. É, todos morremos um dia, mas Bolsonaro não precisava querer antecipar esse evento indesejável para milhares de brasileiros indefesos.

377 – PÓLVORA. Jair Bolsonaro provocando Joe Biden é mais ou menos como aquele guaipeca atiçando um Rottweiler. Trata-se de um poltrão que quer ver os outros brigando enquanto ele fica ileso. Nada mais certo do que aquela frase que diz que o patriotismo é o último refúgio dos canalhas. Decerto vê com bons olhos aquela patriotada militar dos ditadores argentinos, que, antes de serem retirados do poder, levaram à morte milhares de jovens e criaram uma geração de inválidos.

Olhem aqui o valentão em ação, digo omissão, digo tomando um cagaço. Cliquem abaixo.

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376 – TORCIDA CONTRA. Jair Bolsonaro, aquele da "gripezinha" que já matou mais de 160 mil brasileiros, está usando a Anvisa, autoridade sanitária, para interromper a vacina que está sendo desenvolvida em parceria do Instituto Butantã com o laboratório chinês Sinovac, a CoronaVac. Tudo porque morreu um voluntário que integra um contingente de 10 mil pessoas que se candidataram para participar dos testes. Ora, Bolsonaro quer que num universo de milhares, ninguém morra? Se alguém morrer, morre para dar razão a Bolsonaro? É muito oportunismo e falta de senso de realidade, além de um apoio importante para que o vírus da ignorância e o coronavírus continuem ceifando vidas.

375 – FAKE READER. Claro que os bolsonaristas levam esse governo e a família organizada a sério. Contudo, parece que se esquecem de combinar com eles. Carlos Bolsonaro fez um vídeo com um fundo falso de livros às suas costas. Parece coerente. Livros são coisas de comunistas. Melhor não ter muito contato com esses objetos perigosos.

374 – CHOCOLATE MAL LAVADO. O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou ao respectivo Tribunal de Justiça o senador Flávio Bolsonaro e mais 15 pessoas, além do já conhecido Fabricio Queiroz, por crimes que envolvem peculato, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e organização criminosa no período em que ele era deputado estadual no estado fluminense. Um dos destinos do dinheiro das rachadinhas foi a loja de chocolate do parlamentar, que teve entradas extras não consistentes com a movimentação alegada por ele e por seu sócio. Esse chocolate está mal lavado e tem treta nessa trufa.

373 – DEBOCHE. Jair Bolsonaro é mesmo um ator muito cafona e com o glamour de um ruminante com desarranjo. Soou muito falsa sua tentativa de se desculpar depois de comentários preconceituosos e sem nenhuma graça sobre o refrigerante dos maranhenses. Seu arrependimento de faz de conta não convence ninguém. Opa, convence sim, convence a horda descerebrada que o segue.

372 – TURISTA DISTRAÍDO. O senador Flávio Bolsonaro fez uma viagem de turismo para Fernando de Noronha, junto com sua esposa, e cobrou as passagens do Senado Federal, ou seja, dos cofres públicos. Flagrado, disse que foi erro de sua assessoria. Se a imprensa não tivesse denunciado, certamente ele não se daria conta desse pormenor. Afinal, é um erro que pode acontecer para qualquer um que viaja a Fernando de Noronha.

371 – RECUO. Em face da repercussão negativa, Jair Bolsonaro recuou em sua tentativa de oferecer o SUS para a rapinagem privada. Este é que é um governo redondo: sem norte, sem sul, sem leste, sem oeste, sem direção.

370 – ARROZ FUJÃO. Questionado por um brasileiro comum sobre o preço estratosférico do arroz, Jair Bolsonaro mandou o dito cujo comprar arroz na Venezuela. É sempre assim. Ele nunca assume o fracasso de seu governo. Nem a corrupção de sua família organizada. Nem as relações com as milícias. Sempre terceiriza a culpa. É um presidente aleijão, inepto para tudo que não seja levar vantagem pessoal ou proteger sua caterva. Em tempo: os patriotas do agronegócio adoram um dólar nas alturas.

369 – MEU GOVERNO, MINHA FAMÍLIA. "Bolsonaro envolve Abin e GSI em reunião com defesa de Flávio sobre 'rachadinha'." Manchete da imprensa noticia que Jair Bolsonaro está usando órgãos de governo e de Estado para tentar livrar a cara de Flávio Bolsonaro no caso do crime de peculato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A metástase da corrupção bolsonarista não diferencia mais o que é interesse privado e escuso do que é serviço público.

368 – IRRESPONSÁVEL. Jair Bolsonaro está fazendo o Ministério da Saúde recuar no intuito de adquirir 46 milhões da vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan de São Paulo. Cruel e genocida, está no caminho futuro de ser julgado por crimes contra a humanidade. O negacionismo já tem as digitais de milhares de mortes no país por Covid-19. Produzir a ineficiente cloroquina com dinheiro público pode, mas comprar vacinas não. Guardar na cueca pode, investir em saúde pública não. Receber de Fabricio Queiroz pode, mas aportar em imunização não. O prazer da estupidez parece inebriar Jair Bolsonaro e seus seguidores.

367 – CUECA BOLSONARISTA. Notícia da imprensa: Bolsonaro diz que o agora ex-vice-líder do seu governo no Senado, senador Chico Rodrigues, não tem nada a ver com seu governo. Antes do episódio do dinheiro nas cuecas, era seu correligionário, agora ele não reconhece seu comparsa. A vida é dura para quem é pego em flagrante. Em tempo: como um vice-líder de um governo não tem a ver com quem governa?


366 – SELO AMIGO DO PCC. A soltura do conhecido bandido André do Rap, líder do PCC, foi feito com base num artigo do Código Penal que teve a inclusão de um parágrafo único com o objetivo de favorecer a bandidagem e que não foi vetado por Jair Bolsonaro, não obstante ter sido alertado pelo então ministro Sérgio Moro. A omissão de Bolsonaro faz sentido: como sabe que ele e sua família organizada estão envolvidos com vários delitos, quer desde agora a flexibilização das leis para garantir uma futura impunidade. É como se André do Rap mandasse um recado para Bolsonaro: “Muito grato. Eu sou você amanhã”.

365 – GARIMPO. Diversas etnias indígenas lançaram um manifesto afirmando que são contra o garimpo em suas terras, ao contrário do que dizem Jair Bolsonaro e seu antiministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Aliás, Bolsonaro é tão a favor da invasão das terras dos índios que já carregou grileiros em aviões federais. Passar vergonha nacional e internacionalmente é mérito nesse governo digno de achincalhação.

364 – JAIR CALHEIROS. Se alguém tinha alguma ilusão com a possibilidade de Jair Bolsonaro combater a corrupção, basta ler as declarações do conhecido sacripanta Renan Calheiros. Ele elogia Bolsonaro por desmontar os órgãos de combate aos desvios de verbas. Com amigos assim, quem precisa de cúmplices?

363 – FIM DA CORRUPÇÃO? Jair Bolsonaro diz que a Lava Jato está acabando porque ele acabou com a corrupção no governo. Não só não acabou como a estendeu para a sua família organizada. O homem está em completo delírio. Deve ser efeito colateral da cloroquina. 

362 – RENDA FAZ DE CONTA. O governo de Jair Bolsonaro é tão dinâmico que muda de ideia antes mesmo de ter uma. No início da semana, anunciou o programa Renda Brasil com recursos vindos do Fundeb, portanto, retirados da educação básica, e dos precatórios, ou seja, aplicando um calote nas pessoas que ganharam ações contra a União. Diante da repercussão adversa, simplesmente abandonou o projeto e agora diz não ter mais dinheiro. O bate-cabeça do amadorismo bolsonarista é constrangedor. E perigoso também porque eles não sabem o que estão fazendo. Aí vale fazer qualquer coisa.

361 – DESCULPA ANTECIPADA. Jair Bolsonaro vai para dois anos de governo e mostra-se fracassado em todos os indicadores, menos nos níveis de corrupção. Sua única proposta exitosa, não é dele, pois o auxílio emergencial de R$ 600 foi proposto pelo Congresso, mas ele embarcou na onda. Assim, como ele sabe que tem um caos pela frente, com cerca de 20 milhões de desempregados em janeiro de 2021, segundo sua própria avaliação, quer, desde já, culpar seus oponentes por futuros distúrbios sociais e manifestações mais acirradas. Ele continua a pensar psicoticamente. Acho até que no seu mundo ideal, as milícias e gente como Fabrício Queiroz são os verdadeiros patriotas. Na sua mente ofuscada, seu bem-estar é uma cópia ilusória do bem-estar do país.

360 – CONAMA. O antiministro Ricardo Salles, do partido Novo (Novo?), encaminhou a aprovação de resoluções no Conama para diminuir a proteção de áreas ambientais, como em florestas protegidas e manguezais. Depois o governo Bolsonaro se queixa das repercussões negativas no exterior. Não é para menos. Essa gente é do tipo que enforca a vítima e jura que foi legítima defesa.

359 – MICHEQUE. A primeira-dama Michelle Bolsonaro está indignada com a repercussão dos cheques depositados na sua conta pelo "ex-faz tudo" da família Fabricio Queiroz e com o apelido de "Micheque". Já são quase 9 millhões de menções a esse epíteto no Facebook, Twitter e Instagram entre os dias 22 de agosto e 21 de setembro. Realmente, deve ser desagradável cair na boca do povo. Todavia, não seria mais fácil vir a público explicar os fatos do que querer intimidar as pessoas que requerem esclarecimentos valendo-se de inquéritos e ameaças?

358 – REITOR. Ver o inexpressivo deputado federal Bibo Nunes (PSL) influenciando para que Jair Bolsonaro nomeie como reitor o último colocado nas eleições para reitor da Ufrgs, umas das mais importantes universidades do país, orgulho dos gaúchos, é verificar que a educação é espezinhada e tratada com deboche pelo governo federal. O covil dos desqualificados não precisa de ciência nem de pesquisa. É por isso que são comandados remotamente pelo astrólogo Olavo de Carvalho.

357 – DISCURSO NA ONU. Jair Bolsonaro fez um discurso na ONU em que culpou índios e quilombolas pelo desmatamento e pelos incêndios em áreas de floresta e de preservação ambiental. Fiasco internacional. Foi uma manifestação infeliz em que resgatou de forma enviesada a máxima da filosofia sartreana e existencialista: o inferno são os outros.

356 – ACAREAÇÃO. Flávio Bolsonaro se recusou a comparecer à acareação com Paulo Marinho sobre vazamento de informações privilegiadas. E tenta desqualificar seu ex-aliado, de forma semelhante ao que fazem os petistas com Antonio Palocci. Gente de cama e mesa num momento, desafetos em outro. Mas, na hora do butim, se locupletam todos.

355 – DEPOIMENTO. Flávio Bolsonaro diz que não irá depor no inquérito das rachadinhas. Simples assim. “Este é um país que vai pra frente/Ô, ô, ô/De uma gente amiga e tão contente [os bolsonaristas]//Ô, ô, ô.”

354 – DEVASTAÇÃO AMBIENTAL. O vice-presidente Hamilton Mourão vive numa realidade paralela. Acha que as informações sobre queimadas e outros danos às florestas vêm de algum servidor que vaza os dados. Ora, senhor, o que existem são fatos indesmentíveis. Para esse governo, a culpa é sempre do sofá da sala. A verdade, que seria para libertar, está curtindo um cativeiro miliciano na gestão de Jair Bolsonaro e companhia.

353 – VÍDEO MICONARO. O governo de Jair Bolsonaro impulsionou um vídeo feito pelos latifundiários do Pará para negar que existam queimadas na Amazônia. Primeiro, esse vídeo pirata contraria os dados do próprio governo, uma vez que os satélites do Inpe mostram um recorde no desmatamento criminoso. Segundo, que mostram um mico-leão-dourado protegido das queimadas com o intuito de demonstrar que não existem focos de incêndio na floresta. Só que o animal apresentado não vive lá, mas na Mata Atlântica, no interior do Rio de Janeiro. Por isso, ele está são e salvo, claro. O amadorismo do ódio não é bom conselheiro e os bolsonaristas acabam vitimados pelas próprias fake news que eles adoram impulsionar. Essa gente é de um despreparo intelectual tão acintoso que me lembra de certos alunos que querem prova com consulta e com o gabarito.

352 – APELO. Jair Bolsonaro fez uma encenação indecente ao apelar para o patriotismo dos  donos de supermercado para que diminuam os lucros a fim de baixar os preços dos alimentos. Desde quando os capitalistas têm pátria? O preço do arroz, por exemplo, está nas alturas porque os produtores rurais estão exportando para a China, aproveitando a perda de valor do real perante o dólar. Os “comunistas” não comem só criança, comem o arroz que faz falta na mesa das famílias brasileiras. A classe média bolsonarista e os pobres de direita precisam entender que fazem parte do grupo de risco alvo do Setembro Amarelo.

351 – BIRUTA DE ESTRADA. Nesta lista estrelada por Jair Bolsonaro, já o comparei com biruta de estacionamento, aquele que fica se mexendo ao sabor do vento como um espantalho animado. Mas acho que devo promovê-lo a biruta de estrada. O gajo ficou mais de uma hora acenando para caminhoneiros numa rodovia em São Paulo. Uma cena patética e própria de quem pensa que está numa gincana de colégio.

350 – PACOTÃO DE IMPUNIDADE. A aproximação seletiva entre Lula e Jair Bolsonaro, ambos unidos pela corrupção de suas famílias e de seus governos, já está gerando efeitos. A indicação de Augusto Aras para o cargo de procurador-geral e a conhecida disposição dos ministros do STF Gilmar Mendes, Ricardo Lewandovski e Dias Toffoli para proteger criminosos do colarinho-branco faz parte de um acordão com futuro acórdão para livrar a cara dessa gente. Lula já começou a ser absolvido em vários processos. Bolsonaro sabe que tem um passado pela frente. Esse entendimento tácito entre as elites é uma marca registrada do país desde o Brasil Colônia. Enquanto isso, na planície, o gado pasta mansamente ou é acometido de uma febre afetuosa pelo seu corrupto de estimação.

349 – "QUADRILHA". O leitor Hamilton Penalva, na coluna do leitor do Estadão, fez um interessante cotejo intertextual com o poema "Quadrilha", de Carlos Drummond de Andrade:

Roda, roda

Jair Bolsonaro foi batizado pelo Pastor Everaldo, presidente do partido que apoiou Wilson Witzel, que foi apoiado por Flávio Bolsonaro, que tinha como advogado Frederick Wassef, que abrigou Fabrício Queiroz, que “emprestou” R$ 89 mil a Michelle Bolsonaro, que é casada com Jair, que empregou Márcia Aguiar, que é mulher de Fabrício. É mole ou quer mais?

348 – DESTEMPERADO. O antiministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que é do partido Novo e pouca gente sabe disso, cometeu um sincericídio ao dizer que o governo de Jair Bolsonaro não quer liberar verbas para combater o desmatamento, coisa que ele também não quer. Só que pegou mal, muito mal, e aí o vice-presidente Hamilton Mourão se obrigou a vir a público dizendo que não é bem assim. O agronegócio, apesar da histórica grilagem, com medo de perder mercado no exterior, tem pressionado Bolsonaro no sentido de mostrar que está fazendo alguma coisa em prol da preservação das florestas. Só que meras declarações e maquiagem de dados não revertem fatos. 

347 – O ARAS DE BOLSONARO. A manifestação do procurador-geral da República, Augusto Aras, defendendo o foro privilegiado para Flávio Bolsonaro, que antes pregava sua extinção, mostra que o poltrão Jair Bolsonaro tem um Aras.

346 – DÚVIDAS CÍNICAS. Após a chanceler alemã Angela Merkel duvidar que o Brasil vá proteger o meio ambiente e, assim, colocar em xeque assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia, o Ministério das Relações Exteriores (MRE), aquele do olavista Ernesto Araújo, lançou nota dizendo que não entende as críticas ao governo. Ora, é muito cinismo. Até garimpeiros foram transportados em aviões da FAB para facilitar a devastação das florestas. E olha que não é só a Alemanha. França, Bélgica, França, Irlanda e Luxemburgo, entre outros países, já viram que o governo brasileiro não é confiável. O agronegócio está de cabelo em pé por conta das estultices do rufião que ora assiste no Palácio do Planalto.

345 – PERGUNTA. Senhor presidente Jair Bolsonaro, por que a primeira-dama Michele Bolsonaro recebeu R$ 89 mil de depósitos de Fabricio Queiroz e de sua esposa Márcia Queiroz?

344 – BUFÃO E BUNDÃO. Ao criticar a imprensa que exerce seu ofício chamando os jornalistas de “bundões”, Jair Bolsonaro mostra que não tem preparo para o cargo, que não tem respostas para suas falcatruas familiares e individuais e que está mais perdido do que cachorro que caiu da mudança. Assim como não se pode lavar a água suja, também não se pode encomendar uma nova reputação. O desespero é proporcional ao rastreamento da corrupção que ronda a família organizada e o Palácio do Planalto.

343 – PORRADA. Questionado sobre os depósitos feitos pelo casal Queiroz na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, Jair Bolsonaro manifestou a vontade de encher a boca do repórter de O Globo de porrada. Isso é próprio de quem não tem argumentos, mas tem um passado de corrupção pela frente.

342 – A FANTÁSTICA LAVANDERIA. Flávio Bolsonaro comprou uma loja de chocolates e usa como lavanderia expressa. Isso não é desvio de finalidade empresarial?

341 – MEU BEM, MEU MAL. Quando Jair Bolsonaro venceu as eleições, ele, Paulo Guedes e sua equipe tinham um discurso que colocavam as coisas mais ou menos nestes termos: nós somos o bem, viemos para vencer o mal e o Congresso vai ter que nos engolir, sem negociatas e velha política. Atualmente, o discurso está bastante remodelado: eles são o mal, vieram para perpetuar o mal, o Congresso os engoliu e meteram-se todos nas negociatas, como se a velha política nunca houvera existido. O que Bolsonaro hoje diz de si mesmo é como se se reportasse a uma terceira pessoa, que nunca existiu.

340 – TODOS POR ELES MESMOS. Quando Augusto Aras emite seu parecer dizendo que o governo de Jair Bolsonaro pode investigar opositores sem base legal, dá para se tirar a temperatura do grande acordo que as elites governistas e de oposição querem negociar no país. Aras quer enquadrar a Lava Jato que pode punir os malfeitos de Bolsonaro e de sua família organizada, bem como de Lula e de seus aliados. Se considerarmos que Rodrigo Maia, o famoso Botafogo na lista das empreiteiras, também é alvo de investigação, vê-se que o cenário é perfeito para um entendimento, ao qual não deverão faltar gente de quase ilibada conduta, como Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandovski, ministros do STF. Esse time também conta com a torcida ativa de pessoal da pesada, como Renan Calheiros. O Ministério Público Federal (MPF) está sob fogo cerrado, inclusive de dentro da trincheira. Os meliantes querem transformar a Lava Jato numa peça de museu em livros e em documentários que terão pouco efeito sobre suas periculosidades e falcatruas. Com um pouco mais de espetáculo, poderão até se vitimizar como injustiçados da história.

Leia os itens anteriores no linque abaixo:

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Publicado por Landro Oviedo
em 19/08/2020 às 22h46
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