Numa organização criminosa, na hora de tentar escapar, institui-se um “salve-se quem puder”. Agora é Lula que vem dizer que Dilma Rousseff traiu seu eleitorado. Não sou eu, não é a esquerda consequente e nem mesmo esses alienados da história que defendem Jair Bolsonaro. É Lula, o maior líder do PT, o maior líder da facção delituosa que o PT instituiu com facínoras de vários partidos, como o PSDB, o PMDB, o PP, o PC do B, o PSB e outros grupos de delinquentes.
Assim, não me venham, inocentes úteis do PT, dizer que o partido está sendo atacado por gente conservadora. É Lula quem está dizendo que Dilma traiu, tudo com o objetivo eleitoral e de livrar sua cara, almejando a impunidade. Impunidade, aliás, que já começa a se desenhar num acordão entre Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto para barrar a Lava Jato. A hora de lutar é agora. Ou, então, colocar uma placa no país: “ALUGA-SE”.
Os “companheiros” estão começando a se entregar mutuamente, batendo e cortando cabeças. Mas não se iludam, a má-fé de uns e a ingenuidade de outros acabarão gerando discursos justificadores. Lula já abriu o fogo amigo. A ética dos criminosos oscila na mesma proporção do medo de serem punidos.
Neste domingo, 8.10.2017, o jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, publica uma matéria especial sobre o tráfico de animais, o terceiro pior comércio ilícito, só perdendo para armas e drogas. São 32 milhões de seres retirados por ano da natureza. De cada dez animais traficados, só um sobrevive. Esses e outros dados ilustram uma triste matéria que mostra que vivemos em uma sociedade doente, com um capitalismo que só aprofunda a miséria e a barbárie. Pior é que o próprio sistema ilude, com fórmulas neoliberais e partidos tradicionais, prometendo resolver os problemas que a própria elite cria. É como se o assassino pudesse prometer à família a ressurreição da vítima.
A partir desta reportagem, assinada pela minha colega Simone Schmidt, escrevi o editorial da segunda-feira (foto). A maneira como a dita civilização trata os animais e os segmentos vulneráveis mostra bem que estamos longe da sanidade social e da justiça mínima para garantir uma parca felicidade neste mundo complexo. Decididamente, um mundo dominado pelo capital não é um bom hábitat para a fauna e a flora.
Parafraseando Vinícius de Morais, as muito feministas que me perdoem, mas ser o macho reagente é fundamental, atendendo a pedidos.
Esta matéria fala disso:
Neste 31 de agosto, simbólico por representar um mês de adversidades, partiu o grande músico e artista Mário Barros, um virtuose do violão. Ele é autor de grandes clássicos da música gaúcha, como “O rio e eu”, e detentor de vários prêmios em festivais de canções nativistas pelo Estado. Além disso, o que pouca gente sabe, era detentor de um vasto repertório de música clássica. Já gravou LPs incluindo autores consagrados como Bach, Mozart e Beethoven, entre outros.
Eu sempre soube do valor do Mário Barros e tive a oportunidade de, em várias ocasiões, manifestar isso a ele. E não apenas com palavras. Sempre que me encontrava, ele fazia alusão a uma homenagem que lhe prestei com uma medalha e uma noite festiva em torno de sua obra na Casa do Poeta Rio-Grandense (foto com Lupicínio Rodrigues Filho à minha esquerda), na época presidida pelo saudoso poeta Nélson Fachinelli.
Seguidamente, nos encontrávamos no Bar do Beto, em Porto Alegre, mediados pelo nosso amigo comum Dinarte Valentini, para falar sobre música, cultura, amores, histórias e poesia. Seu coração generoso estava sempre aberto aos amigos. Também o encontrava nos acampamentos temáticos no Parque da Harmonia, quando tocava para um público por vezes duvidoso para a qualidade da sua arte. Mas todo artista tem que ganhar a vida e fazer prevalecer seu talento.
Mário Barros se foi. Seu legado continuará onde houver alguém disposto a falar de amor e a ouvir canções de boa tessitura. Se foi, mas ficará. Seu sorriso franco, seu ar jovial de quem vive cada momento, sua verve de menestrel ficarão conosco. Os acordes de violão dobram por Mário Barros, num missal sonoro que precede seu ingresso na saudade dos corações sensíveis e famintos de arte suprema. Muchas grácias, maestro.
A nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, está imiscuída em encontros clandestinos e nada republicanos com o presidente Michel Temer. A trama sórdida contra a Lava Jato já está sendo urdida. Grande conluio se avizinha. A desfaçatez não tem limites.