Ainda não é oficial, mas o presidente Michel Temer anunciou publicamente que deverá concorrer ao pleito deste ano. Em privado, diversas pessoas do seu entorno já vinham admitindo sua disposição de submeter às urnas o seu nome para continuar à frente do governo federal. Agora, o fato novo é que ele mesmo afirmou isso a uma revista de circulação nacional, deixando clara sua intenção com todas as letras.
Ao dar tais declarações, o presidente contraria suas próprias palavras e desdiz tudo o que vinha dando a entender até agora, notadamente a parte referente ao fato de que não ser candidato lhe propiciaria mais independência para realizar as tarefas que o cargo lhe exigia, inclusive as malfadadas reformas. Por não ter interesses eleitorais, estaria acima de quizilas cotidianas dos integrantes de sua base aliada e mesmo de interesses menores atribuídos aos que lhe fazem oposição. Para justificar sua repentina guinada, ele alega que tem feito um bom governo e que seria uma covardia não defender suas realizações, interpretação que é do seu direito, mas que parece não estar em consonância com o sentimento das ruas, pois vários institutos de pesquisas o vêm apontando como o presidente mais impopular da era republicana.
Resta agora esperar os próximos passos para ver se a candidatura do presidente, ex-vice de Dilma Rousseff, será oficializada. Sabe-se que alguns dos seus apoiadores e aliados também já estão colocados como pré-candidatos e não se sabe como sua nova postura irá repercutir no seu estafe, principalmente no momento da formação de um novo ministério. Sabe-se também que Temer, caso esteja fora do governo, poderá ter retomadas contra si as investigações criminais ora paradas no Supremo Tribunal Federal (STF) por terem sido barradas pelo Congresso Nacional. É por isso que se torna relevante observar os próximos passos de um candidato em potencial, embora ainda com pouco potencial como candidato. Corrupto como Lula, vai também tentar se salvar da prisão por meio de um cargo que hoje é seu, mas cujo exercício está com os dias contados.
Nesta sexta-feira, soube da morte da minha querida amiga, embora geograficamente distante, Luciana Goulart Ferreira, de quem pude acompanhar, a intervalos, sua rica trajetória de vida. Ao seu filho, Bruno, aos seus familiares, aos seus amigos, fica minha solidariedade e o meu carinho. A Luciana, fica a lembrança de alguns momentos felizes que compartilhamos juntos. E quem é Luciana? Acho que esse registro, essa entrevista, diz muito da sua alegria de viver e conviver. Saudades ternas e eternas.
Para ler a entrevista, clique abaixo:
http://servidor.ifms.edu.br/perfil-dos-servidores/luciana-goulart-ferreira
Ninguém escolhe ser touro
Mas escolhe ser toureiro
E se faz senhor da vida
De quem sangra por inteiro
Alvo da raça homicida
De algozes e carniceiros.
A pergunta que todos se fazem é por onde anda o secretário da Cultura do Rio Grande do Sul, Victor Hugo. Ele foi visto pela última vez em aparição pública na época em que o governador José Ivo Sartori (PMDB-RS) deu início ao processo de desmonte das fundações públicas do Estado, inclusive da Fundação Piratini, responsável pela TV Educativa. De lá para cá, mais precisamente desde o início de 2017, ele não foi mais visto e há informações de que a Polícia Civil teria recebido uma denúncia acerca do seu paradeiro, que é incerto e não sabido. Nem mesmo seus familiares e amigos mais próximos sabem informar sobre o assunto. Enquanto isso, a cultura do Estado está acéfala por conta desse sumiço (in)esperado.
O mistério envolvendo o desaparecimento do secretário apresenta também alguns ingredientes extras, como o fato de que houve exclusão do seu perfil nas redes sociais, onde era extremamente assíduo antes de ser nomeado. Não se sabe se foi ele ou terceiros que retiraram sua conta, mas no Facebook, por exemplo, não é mais possível encontrá-lo. Outro fato intrigante é que seu salário continua a ser sacado mensalmente. Quem tiver alguma informação, pode ligar para o serviço Disque-Desaparecidos.
Passada uma semana da morte arrasadora do meu pai (19.2.2018), o inelutável vai se unindo ao tempo para conspirar em prol da racionalidade, embora o sentimento e o afeto ainda tenham muitas arestas a serem aparadas. De tudo, já vai a saudade tomando conta, como uma água penetrando nos poros de uma esponja, dizendo que sim, que talvez, que sim, que talvez, que sim, que sim, que sim.
Em meio a essa passagem de dor, de muito me serviu a palavra fraterna e consoladora dos familiares e dos amigos. Este é o miolo do que queria escrever. Agradecer. Descobri que a palavra amiga, o abraço sensível, o olhar compreensivo em muito confortam e amenizam o desamparo.
Quando começaram a irromper as mensagens de solidariedade, pensei em responder à medida que fossem chegando. Mas como foram centenas, inclusive de “curtidas” e afins, isso se tornou uma tarefa acima de minhas forças. Contudo, quero dizer que li todas as mensagens e me emocionei com cada um que me deu seu apoio ou que veio à minha página em rede social expressar solidariedade. As condolências recebidas me mostraram que vale a pena cultivar a amizade e os laços afetivos, exatamente como meu pai fez em toda sua vida. Aliás, não sei por quê, mas nesta mesma frase me lembrei de um episódio: uma vez ele estava chegando a casa em Uruguaiana e vizinhos aprisionaram uma cobra não venenosa e eles iriam matá-la. Ele não permitiu e a soltou, sob a alegação de que todos os seres têm direito à vida. Esse era meu pai. Obrigado a todos que se solidarizaram comigo e com a minha família. A vida continua e ele será sempre nosso menestrel, nosso morubixaba, nossa razão de sorrir diante de cada instante em que ele nos fez sentir especiais. Nascemos indefesos, nossos pais são nossos esteios. Graças a eles e por eles vivemos. E lembramos.