Eu sempre quis que o meu escritório, não obstante vinculado ao direito, fosse também um espaço de cultura. E isso é ratificado constantemente pelas visitas dos meus amigos e parceiros de leitura, de escrita e de arte. Nesta quinta, recebi a visita do talentoso músico Gabriel Ortaça, filho do grande maestro Pedro Ortaça. Muito obrigado pela deferência. Charlamos muito, inclusive sobre a viagem musical que fizemos juntos em terras goianas e baianas há alguns anos. Muchas grácias, hermano.
Não é fakenews, veio de uma fonte conhecida e reconhecida. Jair Bolsonaro pensa em arranjar um meio de impedir que Michel Temer seja processado e condenado pelos seus delitos de corrupção. Cabe aos bolsonaristas que acreditaram nas suas propostas agir para impedir essa trapaça. Todos devem pagar pelos seus crimes, aí incluídos Dilma, Lula, Temer, Cunha, Aécio. Bolsonaro não pode trair seu discurso de campanha. Ou será que é melhor JA IR se acostumando às falcatruas e pilantragens dos tubarões do novo governo?
Jair Bolsonaro, o poltrão despreparado, está anunciando que vai transferir a embaixada brasileira em Israel de Tela Aviv para Jerusalém. Vai fomentar um conflito que não é dos brasileiros, pois, aqui, todos os imigrantes, incluídos israelenses e palestinos, convivem em relatitva harmonia. Atentados, reação de minorias, bombas, conflitos armados, nada disso temos em território nacional, a não ser quando o PCC resolve confrontar os governos lenientes e cúmplices com a criminalidade, como foram os do PT. Agora, tudo indica que podemos ter no Brasil reflexos de uma guerra entre Davi e Golias. Lamentável! Será que também é pra JA IR se acostumando com uma diplomacia inconsequente e leviana?
P.S.: Há uma anedota que mostra como se desenha a diplomacia do governo Bolsonaro. Passeando no Rio de Janeiro, um gaúcho pilchado e até com apetrechos de luta (faca, mango, boleadeiras, garrucha) enxerga quatro fortões batendo impiedosamente num baixinho e franzino. Ele passa e fica em dúvida se deve ou não intervir, afinal, não é daqueles pagos. Mas não anda muito e sente seu sangue ferver. Volta e não deixa por menos. Se mete no entreveiro. Tudo isso está sendo narrado a um amigo, que, ansioso, lhe pergunta pelo fim da história. O gaúcho responde em tom épico:
— Quase matamos o baixinho.
Ficar ao lado de Israel é mais ou menos isso.
Quem passa pelos barzinhos do Centro Histórico, na Rua dos Andradas, em Porto Alegre, talvez não imagine que aquela senhora idosa que toma cerveja e fuma sem parar tenha uma extensa ficha corrida de ilícitos, constituindo uma personagem de um enredo de muitas espertezas e de golpes contra terceiros. Seus cabelos grisalhos fingem credibilidade, mas, na verdade, trata-se de uma estelionatária de primeira linha. Um levantamento nada recente, do próprio Poder Judiciário, de uma década atrás, já indicava que ela tinha um histórico de mais de 120 ocorrências de negativações e de cheques sem fundos. De lá para cá, seu currículo não parou de crescer. Ela desfruta de uma duvidosa aposentadoria por invalidez, o que significa, no mínimo, que os contribuintes pagam a ela por trabalhos não integralmente prestados.
Além de viver de expedientes escusos, como tentativas de enganar vizinhos, essa senhora tem uma predileção por processar financeiras com as quais contrata, negando a operação e dizendo-se vítima, e de alugar imóveis cujos aluguéis jamais serão pagos, prejuízos acrescidos de IPTU, taxas e condomínios. Não é à toa que ela costuma figurar como ré de frequentes ações de despejos. Como esses procedimentos judiciais são muito demorados, ela acaba morando muito tempo de graça. Quando, finalmente, é desalojada de um local, ela sai para procurar outra vítima, digo, outro locador.
Não resta dúvida de que existem grandes e pequenos delitos. De vulto, os de corrupção, no país, são aqueles que causam danos no atacado, atingindo milhões de pessoas em seus direitos. Já menores, no varejo, pequenos malfeitos como os dessa vovó golpista atingem o patrimônio de suas vítimas. Todos eles enfraquecem a boa-fé e a confiança coletiva que devemos ter uns com os outros para viver em sociedade. Cuidem-se.
P.S.: Se identificarem essa personagem real, não coloquem o nome dela nos comentários para não serem processados. Ela adora o bolso alheio.
Jair Bolsonaro, um poltrão despreparado, nem assumiu ainda o cargo de presidente da República e já está mostrando que sua prioridade não é o interesse da população, mas o do seu grupo e dos setores corporativos que o apoiam. O cancelamento do Programa Mais Médicos vai deixar cerca de 24 milhões de brasileiros sem assistência médica. Num país que tem uma população de 207 milhões de habitantes e uma categoria de 430 mil médicos, é evidente que o número existente, concentrado nas grandes cidades, não vai dar conta das demandas. O Conselho Federal de Medicina quer fazer reserva de mercado sem ocupar o mercado. Com isso, o acesso ao SUS vai ser uma miragem e a opção será apenas viajar para pagar pelo atendimento. Quem não tiver dinheiro, vai penar no seu município e terá apenas de esperar a degradação diária da sua saúde.
O governo Bolsonaro nem começou, mas seu pacote de maldades já está aberto. É importante que se diga que, infelizmente, ainda está longe o dia em que o Brasil vai ter um governo digno para uma população que trabalha em média cinco meses por ano somente para pagar tributos. Em tempo: é vazio aquele argumento pobre de que criticar Bolsonaro é apoiar o PT. Bolsonaro e o PT se criticam para disfarçar, mas estiveram juntos no Congresso. A corrupção do PT foi no atacado e a de Bolsonaro no varejo (até agora). Ambos se merecem.