"Como dois e dois são quatro/Sei que a vida vale a pena/Embora o pão seja caro/E a liberdade pequena" (Ferreira Gullar)
Landro Oviedo
"Somente buscando palavras é que se encontram pensamentos" (Joseph Joubert)
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             DOIS MODELOS, DOIS EMBUSTES

     O governo do PT foi marcado por um crescimento vertiginoso da dívida pública, ou seja, foi uma gestão comprometida com os interesses do capital financeiro e que financiava suas políticas sociais com o que se poderia chamar de cheque especial. Um exemplo dessa subordinação está no famoso pagamento da dívida externa com o FMI, quando o governo de Lula pegou dinheiro a juros de 19% para pagar um débito de 4%. Seria mais ou menos como pegar dinheiro no cartão de crédito para pagar um consignado. Isso é inteligência, má-fé ou inépcia?
     Mas o que se pode dizer dos governos petistas é que a corrupção correu solta. O povo era prioridade apenas nos discursos, mas não na boca do caixa. Os ricos ficaram mais ricos e os pobres continuaram mais ou tão pobres como dantes. Era plano em cima de plano, como, por exemplo, o das creches, que Dilma prometeu construir aos milhares e entregou apenas algumas dezenas. Lula chegou ao desplante de dizer que não era culpado porque não sabia de nada. Ora, ele foi eleito para governar e isso inclui a obrigação de saber, pois ele era o responsável pelas nomeações dos ocupantes de cargos públicos. Nunca se achacou tanto o erário em tão pouco tempo. Quem quiser entender o governo do PT, deve estudar os financiamentos dos projetos e o tal milagre econômico pela ótica do endividamento no regime militar. Quando os militares não tinham mais condições de obter novos empréstimos, que eram de juros astronômicos, devolveram o país falido.
     Já sob o governo de Jair Bolsonaro, que foi eleito menos por sua importância do que pelo desgaste e decepção com o PT, o modelo adotado é o da entrega pura e simples. Ao contrário do que tentam fazer crer, toda a busca do tão propalado equilíbrio fiscal, que corta salários dos servidores e proventos dos aposentados, apequena a pesquisa, afrouxa a fiscalização de serviços básicos e dos recursos naturais, retira verbas da saúde e da educação, lança milhões de trabalhadores na informalidade, não é para amealhar recursos para serem usados a favor da população, mas para aportar mais e mais verbas para os banqueiros pela via da dívida pública. Tanto é assim que o ministro boquirroto Paulo Guedes quer usar R$ 220 bilhões de fundos públicos para “amortizar” seu montante. E vai usar tudo o mais que economizar. Quem tem a ilusão de que o modelo de Guedes é bom, por favor, olhe para o Chile, seu paradigma, onde os aposentados se suicidam e a maioria da população está na miséria. Os banqueiros? Esses vão bem, obrigado! O nacionalismo no Brasil sempre foi de uma canalhice singular, pois está na sua essência ser servil aos interesses das nações estrangeiras, como faz hoje Jair Bolsonaro tietando Donald Trump e como fizerem os golpistas de 1964 com o apoio da Operação Brother Sam (Vai contestar? Estuda primeiro!).
     Infelizmente, no curto prazo, parece que o país está refém desses dois modelos corruptos e elitistas. São estruturados para tirar dos pobres e beneficiar os ricos, principalmente os banqueiros e suas aplicações indecorosas. No governo dos petistas, esses sacripantas sem Pátria comiam tudo pelas beiradas. Agora, no governo de Jair Bolsonaro, abocanham no meio mesmo. Enquanto isso, petistas e bolsonaristas continuam se digladiando com argumentos pueris e insanidades que parecem imunes à realidade dos fatos.
Landro Oviedo
Enviado por Landro Oviedo em 18/11/2019
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